segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Quanto (nos) custa um sinal de trânsito?

Um ano depois de aqui ter manifestado a minhas reservas acerca da sinalização então acabada de implementar no meu bairro e em particular na minha rua, nomeadamente quanto à imposição de sentidos únicos, é ocasião para um breve balanço.

Como à época referi esta alteração obriga-me a, em cada deslocação ao centro da cidade, percorrer mais trezentos metros. Em média faço-o três vezes por dia o que acarreta um percurso diário superior em novecentos metros àquilo que fazia antes desta alteração. Fácil é concluir que nos últimos trezentos e sessenta e cinco dias terei percorrido mais trezentos e vinte e oito quilómetros. Tratando-se do inicio de viagem, normalmente a frio e em percurso citadino, acredito que o meu carrito consuma, nesta parte do trajecto, uma média de nove litros ao cem. Ou seja, só à conta desta alteração manhosa terei queimado uns vinte e sete litros de gasolina. Mesmo partindo do principio que abasteci sempre com gasolina de noventa e cinco octanas e que o preço médio, durante este período, terá rondado o euro e trinta, esta brincadeira ter-me-á custado ao fim do ano uns trinta e cinco euros. Estes valores representam a emissão de 0,56 toneladas de CO2, o que significa que, apenas à minha conta, deviam ser plantadas quatro árvores para compensar os estragos feitos ao ambiente pela emissão de gases de efeito estufa.

Perante isto nem sequer vale a pena alegar questões de segurança. Em vinte e dois anos de trânsito nos dois sentidos nunca dei conta de nenhum acidente na rua e, quanto a conflitos de trânsito são mais frequentes agora porque muitos não ligam nenhuma aos sinais e continuam a circular como sempre fizeram.

Não sei quem são os técnicos que elaboraram e propuseram esta alteração. Nem isso interessa. Tão pouco desconfio das suas aptidões técnicas em matérias como o ordenamento de trânsito, mas não tenho qualquer dúvida que não têm nenhuma sensibilidade relativamente a questões económicas, de protecção ambiental, nem um conhecimento minimamente razoável do local para onde elaboraram o estudo que deu origem a esta situação.

Os números não deixam margem para dúvidas que a opção adoptada é errada. Acontece. Os melhores também erram, mas, normalmente, corrigem os erros. É isso que distingue os homens inteligentes dos outros.

4 comentários:

  1. a lei da selva também é sempre uma solução... ou andar mais a pé ou de bicicleta...

    ResponderEliminar
  2. o cúmulo da des-orientação dos sinais de trânsito passa-se em Beja; desafio quem quer que seja a apresentar outro sítio onde são colocadas, repetidamente, 4 - quatro! - sinais de cada vez em arvoredo espevitante - quer dizer, plantados do chão, para indicar a entrada e saída da faixa de ciclismo.
    a questão penso que não será "quanto custa" mas "quanto se ganha" e "quem ganha" com tanto sinal. é confuso, uma aberração, e, visualmente, sujo.

    ResponderEliminar
  3. o erro nao foi so na tua vizinhança, na minha tb. o pior é que antes o transito na sua grande maioria se fazia exactamente no sentido inverso ao que hoje os sinais obrigam. o que para mim so revela que quem definiu o que hoje se apresenta, não fazia a menor ideia do que era a vivencia da area.
    quase punha as mão no fogo... em como foi daquelas coisas que foi desenhada no papel apenas sem analisar o sentido practico da coisa. enfim...!

    ResponderEliminar
  4. CÁ PELA VIZINHANÇA VOTAMOS EM QUEM TIRAR O SINAL.

    ResponderEliminar