Este post do meu amigo Albino no seu Estremoz em Debate motivou as mais variadas reacções. De concordância a maior parte, o que atendendo ao público-alvo não é de espantar, e outras que nem por isso. Inclusivamente alguém manifestou, sob a forma de comentário, o seu desagrado e também a sua ignorância relativamente à matéria acerca da qual o Albino dissertou.
Fez-se passar a ideia, com sucesso diga-se, que a moralização da administração pública passaria por uma reforma que, entre outras coisas, iria acabar com as promoções automáticas na carreira dos funcionários e que essas subidas passariam a ter apenas em consideração o mérito de cada um. Nada mais falso, como sabem os que conhecem estas coisas, porque nunca houve na administração pública promoções automáticas. Todo o processo de subida de categoria era precedido de um concurso, que obedecia a formalidades diversas que foram variando ao longo do tempo e dos humores dos governantes.
De forma automática e apenas condicionada pela obtenção de classificação de serviço nunca inferior a bom, era a progressão na carreira. Método que veio substituir, em 1989, as antigas diuturnidades que existiam desde tempos imemoriais na função pública e que ainda hoje são usadas em muitas empresas do sector privado.
A tão propalada reforma não veio alterar estes princípios. Pelo menos da forma radical que é anunciada e que muitos – coitados – gostariam que fosse. Aquilo que o governo fez foi alargar em muito o tempo necessário para a tal progressão automática e conceder aos dirigentes um poder discricionário – ou se quisermos discriminatório – acerca de quem deve ou não ser promovido ou progredir na sua carreira, como muito bem escreve o Albino.
Concluindo, actualmente o nabo com cartão do partido ou a gaja boazona que o dirigente máximo do serviço – qualquer que ele seja - anda a comer, continua a subir de forma automática, muito mais rapidamente e a ter aumentos maiores do que antes o funcionário competente. E quem diz a boazona diz um qualquer paneleiro, se o tal dirigente for desses, porque aqui pelo blogue não há discriminações.
Ou melhor. Haver até há, mas fica sempre bem dizer que não há.
Caro leitor
ResponderEliminarTomei nota do seu comentário e já elevei Estremoz a cidade. Obrigado pelo aviso!