sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Artigos de última necessidade


No mercado das velharias vende-se de tudo. E, provavelmente, de tudo se compra. Ainda que os produtos expostos sejam, na maior parte dos casos, de duvidosa utilidade e quase certa inutilidade. Os compradores, esses, são mais muitos. Pelo menos a julgar pela afluência de público que todas as manhãs de Sábado acorre ao local. Nomeadamente espanhóis e lisboetas em grande número que, por apenas cinco euros, se podem tornar orgulhosos proprietários de uma raqueta de ténis em segunda mão ou de um penico em segundo cú. 

terça-feira, 28 de outubro de 2014

A culpa é do mosquito...

Diz que não é com vinagre que se apanham moscas. Mas isso devia ter sido noutro tempo. A garrafa da fotografia contem uma mistura de vinagre e açúcar – muito açúcar, no caso – e constitui um irresistível chamariz para moscas, mosquitos e uma panóplia de insectos esvoaçantes de raça indefinida. Tantos que a mistela tem de ser substituída com regularidade.
A ideia, no caso, é proteger as laranjeiras da mosca da fruta. Ou lá o que chamam a uma espécie de abelha – uma abelhosca, vá - que pica o fruto e o faz apodrecer. Um insecticida natural, barato e que resulta. Só espero que não apareça por aí a GNR ou os gajos do ambiente a acusarem-me de dizimar mosquitos em vias de extinção...

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Ui...tão sensíveis que nós somos...

Somos muito sensíveis nós, somos. Agora deu-nos, pelo menos a uns quantos entre os quais se incluem jornalistas e um rol de comentadores nas redes sociais, para ficarmos indignados com as declarações que uma alegada actriz brasileira terá proferido acerca do resultado das eleições presidenciais.
A senhora em questão escreveu que O Brasil foi explorado tantos anos por Portugal e agora continuará sendo pelo PT! Não é à toa que a sigla de Portugal é PT! #EuVoteiAecio45”. Gravíssimo. Do pior, mesmo. Coisa para deixar os portugueses possessos. À beira de um ataque de nervos, até. A destilar ódio contra a criatura e tudo o que é brasuca.
Cambada de burros. Sem ofensa para os asnos que, coitados, não têm culpa nenhuma. A senhora não pode – na opinião dos tugas ofendidos - expressar a sua opinião sobre Portugal e os portugueses, mas nós, portuguesinhos sensíveis, podemos achincalhar outros portugueses – nomeadamente contando piadolas jocosas de alentejanos - e dizer deles o que maomé não diz do toucinho... Coerente, parece-me.

sábado, 25 de outubro de 2014

E se, antes de abrir a boca, usassem a cabeça? Ou a cabecita, vá

Os portugueses gostam muito de dizer coisas. Parvoíces, na maior parte das ocasiões. Os comentários que li e ouvi acerca da tributação fiscal do prémio do euro milhões que ontem saiu em Portugal enquadram-se perfeitamente nesse âmbito. E, também, no da estupidez.
Aos prémios de jogo superiores a cinco mil euros, como se sabe, é aplicada uma taxa de 20% a titulo de imposto de selo. No caso em questão serão trinta e oito milhões de euros que vão direitinhos para o tesouro nacional. Coisa que deixa indignada muito boa gentinha.
Já o facto de qualquer cidadão ver o rendimento das suas poupanças – incomparavelmente menos, na maior parte dos casos – tributado a uma taxa de IRS de 28% parece não chocar a generalidade da populaça. Nem, ainda menos, que essas poupanças se esfumem na falência de um banco em que investiram porque todos diziam que era um investimento seguro.
Nada disto me surpreende. É tudo perfeitamente normal. Não se pode esperar muito de um povo que se prepara para recolocar no poder quem rebentou com isto tudo. 

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Praxes?! E se fossem praxar a santa senhora que os pariu?

Acaba de passar na televisão uma reportagem em que um grupo de miúdos é humilhado publicamente por meia dúzia de outros. Chamam-lhe praxe ou lá o que é.
Tenho notória dificuldade em entender estas coisas. Mas isso devo ser eu que não aceito que ninguém me esfregue na cara a sua superioridade. Como, no caso, fazia aos berros uma javardola nojenta alegada aluna mais velha.
Admiro, eu que até nem costumo ferver em pouca água, a capacidade de encaixe que os chamados caloiros possuem perante o chorrilho de ofensas – físicas e psicológicas - que lhes são dirigidos. Por muito menos ter-lhes-ia dado um murro nos cornos. 

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Perante isto ainda é possível duvidar que não há dinheiro?!

Há números que podem ter as mais diversas interpretações. Outros nem por isso. São o que são e pronto. Mas todos – os números – deviam ser do conhecimento geral. Especialmente aqueles que importam por condicionarem a nossa vida. E os números do orçamento do Estado estão entre os que ninguém devia desconhecer. Pena que poucos tenham paciência para os ler e que muitos, com responsabilidade na matéria, façam de conta que não os conhecem.
Veja-se o mapa acima. É o resumo das despesas do Estado para o próximo ano. Mais de cento e quarenta mil milhões de euros, ao todo. Dos quais noventa e dois mil e quatrocentos milhões são destinados ao serviço da divida. Que é como quem diz os juros e amortizações de empréstimos a pagar no próximo ano. Significa isto que sessenta e seis por cento da despesa do país é para pagar a quem nos financia. Se acrescentarmos as despesas pessoal e a segurança social... É fazer a conta. Como dizia um dos maiores esturradores de dinheiro que este país já conheceu.

terça-feira, 21 de outubro de 2014

Uma questão inquietante: Como é que em termos fiscais se beneficia quem não paga impostos?

Ao que parece a taxa do IRC vai, mais uma vez, ser reduzida. Coisa que desagrada a muita gente. Nomeadamente ao PCP e ao BE que já manifestaram o seu mais profundo repúdio pela intenção do governo. Aliás, repúdio à séria tem de ter profundidade e nisso de repudiar profundamente a malta da esquerda é exemplar.
Não estranho a opinião do PCP. Nem a do Bloco. Também eu não estou particularmente entusiasmado com a ideia. O que me aflige é o argumento utilizado pelas ditas agremiações. Ao que dizem apenas beneficia as grandes empresas. O que muito me surpreende. Cuidava eu, mas ninguém me manda ser parvo, que o IRC era um imposto que incidia sobre todas as empresas. Grandes, médias ou pequenas. Que pagariam mais ou menos consoante os lucros obtidos ou a capacidade para engendrar esquemas, manhosos ou não, que permitissem pagar o menos possível.
Se calhar não será bem assim. Comunistas e bloquistas saberão, de certeza, do que estão a falar. Realmente quem não paga impostos não beneficia nada se as taxas baixarem...

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Pobretes mas na moda e tecnologicamente bem equipados

Esta historieta de agora termos mais pobres do que em 1974 está muito mal contada. Principalmente quando aqueles que insistem em contá-la ou ainda não eram nascidos nessa altura ou já se esqueceram do que era a vida no Portugal de então. São duas realidades distintas. Incomparáveis. A pobreza de hoje, que é muita, nada tem a ver com a pobreza de há quarenta anos.
Calças “Lois” ou sapatilhas “Sanjo” não estavam, em 1974, ao alcance de todos. Hoje os jovens que estatisticamente são considerados pobres vestem roupa e calçam ténis de marca e possuem todo o tipo de tecnologia topo de gama. Como aquela mocinha que, um destes dias, reparando no meu telemóvel Samsung E 2230 de 24,90 euros, me confidenciou ter sido um igual o seu primeiro telefone portátil. Mas isso foi há muito tempo. Agora, mostrou-me toda satisfeita, tem um aparelho todo catita que custa seiscentos euros. Daqueles que só falta fazer tostas. Oferta do namorado que, tal como ela, recebe o RSI e vai trabalhando naqueles programas ocupacionais para entreter o tempo. 

domingo, 19 de outubro de 2014

Mas o que anda esta gente a fumar?!

Não sei o que a malta do governo anda a fumar nas reuniões do conselho de ministros, mas, seja o que for, deve ser do melhor. Só assim se compreendem as afirmações do ministro Maduro ao garantir, num tom aparentemente sério e sem sequer deixar escapar um sorriso maroto que sugerisse tratar-se de uma ironia, que se o Estado fosse tão bem gerido com as autarquias as contas do país estariam equilibradas. Por estas palavras ou por outras que queriam dizer a mesma coisa.
Se assim é questiono-me por que raio terá o governo tido necessidade de criar o FAM. Aquela aberração que vai fazer com que o dinheiro dos contribuintes de Estremoz, ou de outras câmaras em boa situação financeira, seja “desviado” para pagar as dividas, por exemplo, do vizinho concelho do Alandroal. Ou de outro qualquer que tenha sido governado por pessoas a quem essa coisa do rigor na gestão do dinheiro público pouco importava.
Concedo que as contas na administração local não são, de uma maneira geral, nada parecidas com as que existiam há três ou quatro anos. Mas estarão longe de ser as que se apregoam. Por trás dos números divulgados estará muita engenharia – sem ofensa para os engenheiros, nomeadamente aqueles que não se formaram ao domingo – financeira e, quiçá, contabilidade criativa. Isto alegadamente, claro.

sábado, 18 de outubro de 2014

E agora, vamos continuar a não pedir factura?!

Há muitos anos que defendo a dedução em sede de IRS do Iva suportado pelos contribuintes. É, assim, com agrado que vejo finalmente essa possibilidade consagrada na legislação portuguesa. Isto se, como é expectável, a anunciada intenção do governo for aprovada.
Trata-se, antes de mais, de uma maneira eficaz de combater a evasão fiscal por constituir um estimulo para que o consumidor peça factura de tudo quanto adquire. De ora em diante a lamuria do “não a vale a pena”, ou das piadas patetas por causa do sorteio do carro – também ele, o sorteio, patético – ainda farão menos sentido do que antes. Pelo menos para aqueles, entre os quais me incluo, que não gostam de ser vitimas do actual saque fiscal.
Não têm faltado, desde que a medida foi conhecida, ataques ao pressupostos que serão necessários ver cumpridos para que exista devolução do IRS. Com toda a razão a maior parte deles. Dos ataques. De facto, com os montantes previstos no OE2015 para a cobrança de impostos, só quase por milagre obteremos por esta via algum retorno. Mas, ainda assim, aplaudo a iniciativa. Ou não tivesse andado tantos anos a reclamar por ela!

sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Fundamentalistas verdes

Essa coisa da fiscalidade verde até pode ser muito bonita. Em particular isso de pagar uma taxa – imposto, parece-me ser a designação correcta – sobre os sacos de plástico. A malta tem andado a abusar da natureza e, vai daí, nada como penalizar esse comportamento desviante de ir ao supermercado e enfiar as compras dentro de um saco que, alegam os sábios, leva umas centenas de anos a decompor-se. Dizem eles, embora ainda ninguém tenha vivido o suficiente para saber se corresponde à verdade.
Estaremos, portanto, perante uma boa ideia que, garante o governo, vai render uns largos milhões ao fisco. Ou não. Se calhar o que vão ganhar nem vai compensar os prejuízos que a medida pode acarretar. É que, o mais provável, é o saco de plástico tornar-se num bem demasiado caro para determinadas utilizações. Nomeadamente forrar o balde do lixo. O que pode – esperemos que não – levar aos velhos tempos em se despejava tudo ao molho para o contentor. Com as consequências que se podem imaginar..

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Todos as manhãs no sitio do costume...


Este colossal monte de merda, de que a imagem infelizmente não dá ao leitor a perfeita noção das suas proporções épicas por o ângulo em que foi obtida não ter sido o melhor, podia esta manhã ser encontrado no sitio do costume. Ou seja, à entrada da Quinta das Oliveiras. O bairro onde residem os donos do cão. Remeter o “presente” pelo correio, registado de preferência, era capaz de ser uma partida engraçada. Ainda mais se o carteiro berrasse a plenos pulmões: “Alô, alô Dª.... a sua encomenda chegou”!

terça-feira, 14 de outubro de 2014

A saúde do eleitor é um assunto muito sério

Num assomo de generosidade o município de Figueira de Castelo Rodrigo vai, a fazer fé no que foi noticiado, proporcionar um seguro de saúde a todos os eleitores do concelho. Coisa para, mais ou menos, trezentos mil euros por ano ao que acrescentam as noticias sobre o assunto. Pois acho muito bem. Um eleitor saudável é um eleitor satisfeito e que pode votar em mais eleições. Trate-se, portanto, da saúde ao eleitorado.
Desta vez não alinho com algumas criticas que já li relativamente ao alegado despesismo da medida. Pior, muito pior, é esturrar valores equivalentes com os Tonis Carreiras desta vida e em actividades ditas culturais que apenas interessam a meia-dúzia de intelectualoides de pacotilha. Verdade que em 2012, último ano em que o dito município disponibiliza contas, a divida ultrapassava os nove milhões de euros e que, em Junho último, o prazo médio de pagamento a fornecedores era de noventa e dois dias. Mas, ainda assim, acho bem que a autarquia zele pela saúde dos seus eleitores. E, aposto, é um exemplo que vai ser seguido... 

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Estacionamento tuga

As causas dos sucessivos acidentes na mais recente artéria da cidade poderão – admito, embora não perceba grande coisa de construção de infraestruturas rodoviárias – ter a ver com a ausência naquela via de rotundas, cruzamentos desnivelados, semáforos, bandas sonoras ou o mais que se quiser.
Já neste cruzamento, a ligação entre o Bairro da Salsinha e a Rua 1º de Maio, a responsabilidade por um eventual acidente será do condutor. Nomeadamente do gajo que estaciona a carrinha preta num local que obstaculiza a visão de quem, vindo do dito bairro, pretende entrar na citada rua. Como a foto mostra, dentro de um automóvel não há visibilidade suficiente para entrar na via em segurança. Mas não aborreçamos o senhor. Seja ele quem for. Estacionar o popó mesmo à beira da porta deve deixá-lo feliz.


domingo, 12 de outubro de 2014

Não há moral. Por isso não "comem" todos...


A DGAEP – Direcção-Geral da Administração e do Emprego Público – divulga regularmente os dados referentes à área sob sua jurisprudência. Entre eles os valores das remunerações pagas pelo Estado português. Com facilidade se pode constatar que, actualmente e por comparação com Outubro de 2011, todos os grupos profissionais sofreram um corte mais ou menos significativo no pecúlio que levam para casa no final de cada mês. Bom, todos é uma força de expressão. Os membros dos gabinetes ministrais são a excepção que confirma a regra. A esses, cortes é uma coisa que não lhes assiste. Pelo contrário, viram até o seu vencimento crescer. Coitados. Eles merecem. Aturar aquela gente não deve ser fácil...
Quanto aos vencimentos auferidos pelos trabalhadores das autarquias... só me ocorre escrever que a média é uma coisa lixada. As dez maiores Câmaras terão, provavelmente, cerca de metade dos funcionários e um número absurdo de assessores, directores e técnicos das mais extravagantes especialidades. Gente que, na maioria dos casos, não se fica atrás dos gajos lá dos gabinetes dos ministros. No ordenado e no resto.

sábado, 11 de outubro de 2014

Discriminação ao nivel dos velhinhos

Segundo números que tenho visto por aí profusamente divulgados, um em cada cindo idosos alentejanos não tem dinheiro para fazer uma alimentação adequada. Acredito. Atendendo aos valores das reformas no Alentejo outra realidade não seria de esperar. Claro que nas noutras regiões do país é muito diferente. Os idosos vivem bem, as reformas são mais altas e larica é coisa que nem sabem o que é. A maioria até almoça e janta fora todos os dias. Ao fim de semana, então, é a loucura total e não dispensam um caviarzito...
Não suporto estes “estudos” bacocos. A sério. Como se as reformas não fossem iguais em todo o lado e as dificuldades de todos – idosos ou não – não se repetissem no país inteiro. Chamem-me o que quiserem mas, por mais que me expliquem, não consigo entender o motivo por que um idoso alentejano que receba a mesma reforma miserável que um velhote de Alfama ou da Cedofeita, há-de ter mais dificuldade em se alimentar. Se calhar o do Alentejo até pagará uma renda mais baixa, planta umas couves no quintal e tem umas galinhas na capoeira enquanto o de Lisboa ou do Porto nem isso. 

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Grupo excursionista municipal

Um ex-Presidente de Câmara insurgia-se hoje no Facebook contra a alegada cedência do autocarro do município a que presidiu no mandato anterior, para levar os trabalhadores da autarquia a todas as manifestações que se realizam em Évora e Lisboa. Manifesta o seu desagrado com os custos alegadamente envolvidos e garante que no seu tempo nunca cedeu transporte para os funcionários da autarquia se irem manifestar.
Tem, o ex-autarca, toda a razão e, se procedeu como diz, fez muito bem. Ver uma romaria de autocarros de Municípios e Freguesias a caminho de manifestações também é uma coisa que me desagrada. Tal como também me aborrece vê-los cheios de velhinhos em direcção a Fátima, ao “Preço Certo” ou noutra passeata qualquer. Coisa que, de certeza, não aconteceu durante o mandato do indignado ex-presidente mas que, como sabemos, acontece com frequência naquelas Câmaras lá mais para norte.

terça-feira, 7 de outubro de 2014

Partilhai camaradas, partilhai...


Por cá ainda há quem tente atabalhoadamente encontrar explicações que justifiquem os crimes que um bando de assassinos à solta anda a cometer no território do auto-proclamado Estado islâmico. Ou, coisa igualmente parva, insista em considerar normal a simpatia que um número significativo de muçulmanos nutre por esta cambada. Há, depois, os que, por muitas razões quase todas idiotas, acham melhor não divulgar as atrocidades que por aquelas bandas se vão cometendo. Percebe-se. Não resultam de nenhuma acção anti-terrorista israelita...

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Cuidado com a bicha!


Desagrada-me a ideia de, apenas a sessenta quilómetros do meu poiso habitual, rastejar uma serpente de uma espécie manhosa como o caraças. Daquelas que, se nos apanham a jeito, nos podem limpar o sebo. A bicha, que terá viajado desde as Américas a bordo de um contentor, andará agora a vaguear por aí. Coisa que, presumo, estará a deixar preocupadas as associações de amiguinhos dos animais. Ainda algum malvado camponês - daqueles ignorantes que maltratam a bicharada só por que sim - é gajo para lhe dar dois tiros de caçadeira. Se falhar o primeiro só por muito azar falha o segundo...

domingo, 5 de outubro de 2014

A tortura dos números

Os números, diz-se, quando torturados dizem aquilo que nós quisermos. Não concordo com esta tese. Os números são o que são e nós é que os interpretamos da maneira que nos dá mais jeito. Um bocado como a realidade. Acontece, também no âmbito das contas, muitas vezes querermos ver algo completamente diferente daquilo que está realmente a acontecer. Assim a modos como aqueles penaltis que a nosso favor são óbvios e se contra nós não passam de invenção do árbitro.
Tudo isto vem a propósito de algumas análises que nos últimos dias tenho lido a propósito do aumento do salário mínimo. Não discuto se será ou bom ou mau para a economia, se vai provocar mais desemprego, se devia ter ficado na mesma ou se o aumento podia ter sido maior. Cada um pode ter a sua opinião. Mas desenvolver rebuscadas teorias onde, através da tortura dos pobres números, pretender demonstrar que, afinal, quem aufere o salário mínimo ainda vai ficar a ganhar menos, já parece um bocado parvo de mais. Acrescente-se, ainda, a tese de que a segurança social vai, com esta subida do SMN, perder dinheiro e temos a cereja em cima do bolo no que se refere às opiniões parvas.
Podemos brincar com o que quisermos. Inclusive com os números. Não tem nada de mal. Convém é avisar, não vão os mais ingénuos acreditar...

sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Filhos de um deus menor...


Provavelmente barbaridades como as documentadas pela imagem pouco incomodarão os amiguinhos dos animais. O crime envolve muçulmanos – no caso, ao que parece, tunisinos residentes na Suécia – e assim sendo não será assunto que mereça especial atenção. Já se fosse uma tourada ou um porco pontapeado por um GNR, então sim, haveria matéria para indignação. Neste caso devem ser apenas coisas do multiculturalismo...

quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Que a festa dure até às tantas...

Ali para os lados do resort todos os dias são de festa. E as noites também. Festa rija, com muita animação, que por norma dura até às tantas, já que os participantes na festança não precisam de se levantar cedo no dia seguinte para ganhar a vida. Ora, como seria de esperar, tanta diversão e a consequente algazarra que por norma está associada a estas coisas causam um manifesto incómodo na vizinhança. Que, ao contrário dos animados habitantes do resort, necessitam de trabalhar para prover ao seu sustento. Do seu e do daquela malta que não os deixa ter o merecido descanso.
Entre o rol dos incomodados com a algazarra estarão, desde segunda-feira, os militares que prestam serviço no novo quartel da GNR instalado paredes-meias com a alegre zona residencial. Consta até – mas isso é o que se diz, porque eu cá só ouvi dizer – que, por causa do barulho, aquela força de segurança já terá tido de chamar a Policia – a autoridade policial responsável pela área - para que esta verificasse se a festa e o respectivo ruído estariam devidamente licenciados. Tudo isto alegadamente, reitero.
Entretanto prosseguem a bom ritmo as obras do lar de idosos igualmente colado ao dito resort...