segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Ausências notadas na blogosfera local

Raramente neste espaço teci comentários ou analisei aquilo que se vai passando - ou não – na blogosfera local. Das poucas vezes que o fiz fui mal interpretado, provavelmente por escrever de forma pouco escorreita ou, embora coloque sérias reservas quanto a essa possibilidade, os que se sentiram lesados não disporem de um sentido de humor minimamente razoável ou manifestarem uma clara intolerância à critica. Não é, claramente, o caso daqueles a quem hoje me vou referir - os meus amigos Albino e José Ramalho – que, de forma nenhuma, integram qualquer dos grupos acima mencionados.
Claro que cada um sabe de si, se fosse religioso acrescentaria que Deus sabe de todos, mas não posso deixar de manifestar a minha estranheza e, sobretudo, o meu lamento pela retirada que ambos parecem ter feito destas lides e terem deixado as “trincheiras da internet” local bastante mais pobres. Mesmo sem participar nas “lutas” que ambos travaram - não necessariamente um com o outro, como é óbvio – tenho acompanhado de perto os seus blogues, que lia com prazer, e habituei-me a considerá-los como verdadeiras referências da blogosfera de Estremoz. Até porque, sempre o afirmei, os propósitos que os motivavam a escrever eram muitíssimo mais nobres que os meus.
Para manter estes espaços é necessário, entre outras coisas, muita paciência. Sei por experiência própria que há gente – alguma até perigosamente perto – que tem um gosto especial em encher com ofensas, a tudo e a todos, as caixas de comentários. Muitas vezes, arrisco-me a dizer quase sempre, apenas com o objectivo de silenciar o autor através da saturação que, supõe, este possa atingir perante a persistência da crítica, da ameaça ou do insulto (não confundir com “pressões” porque quanto a isso já é sobejamente conhecido aquilo que penso). É essa vontade de contrariar – ser do contra dá-me um gozo do caraças! - que, mesmo após este blogue ter perdido o principal motivo da sua existência, me faz continuar. Não que eu seja grande exemplo mas, neste caso, acho que deviam fazer o mesmo!

domingo, 29 de novembro de 2009

Os minaretes da discórdia

De forma inequívoca os suíços manifestarem hoje nas urnas a sua oposição à construção de minaretes no seu país. Esta decisão, que deixou em estado de choque a esquerda e a intelectualidade bem pensante, constituirá um ponto de referência na luta contra a islamização da Europa. É, embora haja quem não perceba, uma grande vitória da democracia, da luta contra o fascismo islâmico e um marco na luta pela manutenção da liberdade no velho continente.
Não escondo que gosto tanto do estilo de sociedade e dos conceitos de vida que nos pretendem impor os que professam a ideologia islâmica – sim, ideologia – como eles apreciam o toucinho e que a construção na minha terra de um desses poleiros, de onde um qualquer maluco barbudo guinchasse estridentemente o chamado à oração, era coisa para me deixar irritado. Embora não acredite que tal questão venha a ser suscitada por cá. As entidades com responsabilidades na defesa do património arquitectónico, tão ciosas das nossas ruínas que nem permitem o restauro de uma simples moradia, jamais o permitiriam. Ou alguém acha que arquitectos como aqueles que tão bem conhecemos iam aprovar coisas dessas?! Ná…por cá essa malta das barbas grandes e toalha enrolada aos cornos não se safa.

Ganha que atira mais alto?

Parece confirmar-se que o arremesso do saco do lixo é uma modalidade em franca expansão e que cada vez conquista mais praticantes entre os estremocenses. Depois de aqui ter feito referência ao lançamento de resíduos - acondicionados ou não - no Bairro de Santiago, onde é usada a técnica do “comprimento”, ou seja ganha quem atira mais longe, detectei este fim-de-semana uma nova variante desta prática pouco cívica e que está longe de ser salutar. Foi numa zona mais central da cidade e aqui o objectivo, tudo o indica, é lançar o lixo à maior “altura” possível. No caso o praticante tentou superar a barreira constituída pela vedação mas, como a imagem demonstra, não conseguiu. Provavelmente andará a faltar aos treinos, algum factor adverso – uma brisa mais intensa, por exemplo – influenciou o lançamento ou, além de porco, é fracote. De corpo e de espírito. Acrescente-se.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Dia sem compras

Assinala-se amanhã o “Dia sem compras”. Uma iniciativa destinada a promover a reflexão sobre o modo de consumo nas sociedades capitalistas. O que retira à efeméride, o carácter global e mundial que os seus mentores supostamente pretendem atingir. Ou então trata-se de discriminar os felizardos que vivem nas sociedades, a caminho da perfeição, onde o capitalismo não é o sistema vigente e as pessoas raramente compram seja o que for. Até porque não há. Nem, mesmo que haja, tem dinheiro para comprar.
Confesso que me cheguei a entusiasmar com a ideia. Um dia sem pagar os impostos incluídos nos bens que não iria consumir ou, em alternativa, não contribuir para o enriquecimento dessa malta que vive à margem da lei pareceu-me, à primeira vista, uma coisa interessante. Mas passou-me depressa. Afinal os organizadores pretendem apenas promover aquilo que consideram ser a sustentabilidade do planeta, o consumo consciente e local, o comércio justo e a reutilização e troca de bens. Seja lá isso o que fôr. O que me cheira a grupos de ecologistas, ambientalistas, hippies, ganzados, esquerdistas e outra malta com uma relação difícil com as coisas sérias.
É por isso que não vou aderir. Com o subsídio de natal ainda fresco na conta bancária até sou capaz de perder a cabeça e fazer uma extravagância.

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Ensinem os vossos filhos a usar a sanita!

Reclamo para Estremoz um lugar no Guinesses - o livro que regista os recordes mais estapafúrdios, os feitos mais extraordinários e, também, as maiores parvoíces – como a cidade em que os seus habitantes mais vezes cagam, vomitam e, a julgar pelos antecedentes tudo me leva a crer, mijam na piscina pública. Nem sei se o equipamento deverá continuar a ser considerado como tal. Provavelmente o melhor será mudar o nome para sanita municipal e, aí sim e sem qualquer margem para dúvidas, veríamos o nome da nossa terra como sendo a que possuiria a maior sanita colectiva.
Como já escrevi noutras ocasiões, nomeadamente aqui, são necessários quase todos os dedos de ambas as mãos para contar os dias em que, desde Outubro, a piscina fechou por uns quantos meninos terem conspurcado a água com as suas fezes ou o seu vómito. De salientar que numa das ocasiões as fezes seriam daquelas que apenas podiam ter sido libertadas após um esforço significativo nesse sentido. Cagalhões daqueles bem consolidados, chamemos-lhe assim. O que afastará, de todo, a tese de mero acidente. Consta até que a criancinha e a mamã terão abandonado as instalações rindo que nem umas tólinhas com a espantosa proeza conseguida pela pequena cria…
Mesmo que não hesite em atribuir a responsabilidade destes atentados à saúde pública aos papás inconscientes e sem condições para educar uma criança, não deixo de lamentar que após tantos incidentes a direcção daquele espaço ainda não tenha feito nada para alterar a situação. Afinal parece-me legitimo perguntar: Quem manda está ali a fazer o quê?!

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

É da (di)vida!

A impossibilidade legal de denunciar publicamente um caloteiro é algo de surreal e constitui mais um pretenso direito, saído das amplas liberdades conquistadas no tempo do prec, que mancha a nossa organização social e devia fazer corar de vergonha quem tem competência para legislar ou aplicar a legislação vigente quanto a esta matéria. Como em muitos outros aspectos, a lei protege o criminoso e deixa a vitima praticamente à sua sorte, sem se poder defender não só do crime de que foi vitima mas também das armadilhas que esta gente que gira em torno das coisas da justiça lhes vai preparando.
Vem isto a propósito da intenção dos senhorios criarem uma espécie de lista negra de inquilinos maus pagadores. O que, como não podia deixar de ser, é inviável por violar uns quantos direitos fundamentais, nomeadamente o direito à privacidade do caloteiro, como já veio a público reafirmar o representante de uma associação de inquilinos. Indignado perante tal hipótese o homem garantiu mesmo que processaria judicialmente quem ousasse divulgar o nome de quem não paga o aluguer que contratou de livre e espontânea vontade e que ainda assim se acha no direito a continuar a ter casa, bem como a permanecer incógnito para poder continuar a “ ferrar o cão” a outros incautos cidadãos. A ameaça ao recurso a vias judiciais parece constituir assim uma nova prática entre os que revelam fraca disponibilidade para regularizar pagamentos em atraso. É da (di)vida!

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Irritações luminosas

Imagem retirada daqui
Tirando aquela parte de conduzir percebo muito pouco de automóveis. Daí não entender, e constituir para mim um indecifrável mistério, o facto de ao meu meio de transporte, um pequeno utilitário, um boguinhas vá, lhe ter dado desde há algum tempo a esta parte para manter ininterruptamente acesa a luz do interior da bagageira. É suposto a lâmpada apagar quando se fecha a porta. Mas esta não. Insiste em iluminar a mala mesmo quando tal já não se revela necessário e, seja em andamento ou estacionado, nada a demove de cumprir a missão para a qual foi concebida. Iluminar. A menos que mantenha as portas trancadas não há nada a fazer para manter a irritante luzinha apagada.
Apesar de detestar traquitanas que aparentam ter vontade própria, parecem mais determinadas em fazer o contrário do que determina a lógica, estabelece o bom senso e, em última instância, se espera delas, o melhor talvez seja ver a coisa pelo lado positivo e deixá-la tal como está. Assim, se um dia for assaltado e encafuado na bagageira, pelo menos não fico às escuras. É que, exceptuando a vaga intenção de passar pela oficina, todas as ideias que me ocorreram para resolver aquilo que suponho ser uma avaria envolvem a utilização de um martelo.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Estereótipos e preconceitos

O Bloco de Esquerda gosta, entre outras coisas, de se afirmar ao lado das minorias. Não interessa quais e quanto mais minoritárias forem melhor. Está agora aquela agremiação política preocupada com os ciganos nómadas que, no Alentejo, “são objecto de profunda discriminação” e onde “as famílias ciganas têm enfrentado inúmeras dificuldades”. Lamenta ainda o partido de Anacleto Louça que estas famílias "não conseguem fixar-se nas terras a que sentem pertencer", porque "são alvo de vigilância apertada". Tudo porque “esta situação resulta, muitas vezes, dos inúmeros estereótipos e preconceitos, que se alimentam do desconhecimento, e da ausência de uma estratégia concertada, quer a nível local como a nível nacional, que permita contrariar a situação de pobreza e exclusão social em que se encontra a comunidade cigana”.
Desconheço se este grupo social incluirá no seu seio um significativo número de eleitores do Bloco de Esquerda. Provavelmente não. Mas, ainda assim, não deixa de ser bonito - comovente até – ver como alguns que preferem morar longe dessas comunidades, das quais apenas conhecem o lado romântico de canções e poemas em que o cigano sem eira nem beira é o protagonista, o herói, o homem dos sete instrumentos que é livre como o vento, insultam aqueles que sempre tiveram por vizinhos ou que conviveram relativamente de perto com elas.
Não vejo que o facto de sobre nómadas ser exercida uma especial e apertada vigilância constitua a infracção de um qualquer direito. Pelo contrário, parece-me ser o mínimo que se espera seja feito pelas autoridades. Já quanto à “extrema pobreza” e às “inúmeras dificuldades” seria bom que os esquerdistas alargassem os seus horizontes. Gente a reunir estes requisitos que a intelectualidade urbano-depressiva gosta de atribuir a certas minorias é o que não falta por este Alentejo fora. Gente que trabalhou toda uma vida e que contribuiu honestamente para que estes e outros políticos possam viver longe destes problemas. Tecer considerações pouco abonatórias a seu respeito não parece constituir a melhor maneira de retribuir. Mas, também isso, já não nos surpreende.

domingo, 22 de novembro de 2009

Felizmente há comando

Programas televisivos com putos a cantar ou a exibir outras habilidades até altas horas da noite constituem de há um tempo para cá o novo filão, explorado de forma mais que abusiva, pelos canais generalistas nacionais para preencher a emissão durante os os serões de fim-de-semana. Para além de não se perceber a quem pode interessar este tipo de programação - para além de familiares, vizinhos e amigos dos protagonistas – e sendo o tempo em televisão algo bastante caro, constitui um verdadeiro mistério a razão porque tais programas se mantém em antena durante meses seguidos.
Desconheço se estas macacadas terão ou não uma audiência significativa ou se haverá gente com paciência para ver este tipo de programação deprimente durante horas a fio. Se houver, então, não há mesmo esperança. Estamos perdidos. Felizmente existe uma coisa chamada “comando”.

sábado, 21 de novembro de 2009

Ganha quem atirar mais longe?

A julgar pela imagem o lançamento do lixo muralha abaixo deve constituir o desporto favorito de alguns moradores do Bairro de Santiago. A quantidade de resíduos acumulada é de tal ordem que é visível a uma distância significativa. O que me leva a concluir que a modalidade em causa terá muitos praticantes e que haverá quem utilize esta prática como forma de exercitar o corpo. Já a mente fica de fora desta actividade porque quem a pratica evidencia um fraco uso da mesma.

Bem podem os serviços municipais proceder regularmente à recolha do lixo ali depositado por alguns residentes – a menos que o pessoal de outras zonas da cidade vá para lá atirar coisas só para depois poder estigmatizar quem ali mora - ou colocar avisos a proibir o seu arremesso que, pelos vistos, nada demove algumas criaturas de continuar a praticar um exercício tão divertido.
Não sei do que está à espera uma associação de moradores, de ambientalistas, de amigos, de jovens ou de outra coisa qualquer, que exista na área, para promover uma jornada de limpeza e recolha do lixo existente na base da muralha como forma de sensibilizar a população – a parte que tem este comportamento deplorável – a mudar de atitude e a depositar os resíduos sólidos nos locais apropriados que, quero acreditar, também devem existir naquele bairro.
Enquanto isso não acontece vão-se fazendo piadas. Como as que fui obrigado a ouvir nas piscinas municipais, de onde esta foto foi obtida, da boca de uns quantos forasteiros que apreciavam a magnifica vista da cidade que dali se pode desfrutar.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

De tolerância em tolerância até à intolerância final

Tem vindo a ganhar força um pouco por toda a Europa a tese que a religião e os seus símbolos, normalmente dito num sentido lato mas que todos sabemos de qual se trata, devem ser afastados de tudo quanto é vida pública e confinada aos lugares destinados ao culto. Chega-se, há frequentes notícias de ocorrências desta natureza em países como a Espanha ou a Inglaterra, ao ponto de algumas escolas públicas não celebrarem datas como o Natal ou a Pascoa para não ferir a susceptibilidade de alunos de outras comunidades religiosas. Quase invariavelmente a islâmica.
Vivemos numa ditadura do politicamente correcto, promovida por uma certa intelectualidade de quem poucos ousam discordar, que tolera e aceita de bom grado a islamização do Ocidente em nome de uma suposta tolerância e de um alegado multiculturalismo. Permite-se que alunas e funcionárias de origem muçulmana vestidas com roupas – se é que se podem chamar roupa aquilo – onde apenas lhes aparecem os olhos, frequentem escolas onde são proibidos crucifixos. Tolera-se que mouros rezem de cú para o ar em plena via pública, mas exige-se que as manifestações da fé católica se restrinjam aos templos. Aceita-se sem protestar que nos hospitais as mulheres muçulmanas seja atendidas apenas por pessoal feminino, mas resmunga-se contra a existência de capelões nas unidades hospitalares. Considera-se racista, xenófobo ou outros insultos da moda, a quem se manifesta contra a construção de mesquitas por essa Europa fora, mas critica-se a edificação de novas igrejas. Acha-se perfeitamente razoável que um fulano trepe ao minarete e berre a plenos pulmões o chamado dos crentes à oração, mas invoca-se a lei para silenciar os sinos dos campanários.
Para que conste, por menos que isso interesse, apenas sou católico para efeitos estatísticos. Nada do que está associado à liturgia católica significa para mim mais que um ritual e uma tradição que está ligada às nossas origens enquanto europeus e ocidentais e da qual não nos devemos envergonhar nem marginalizar em nome seja do que for. Mesmo que, como é o meu caso, não lhe liguemos importância nenhuma.
A quem não concorda comigo e que por esta altura já me apelida de islamofóbico – um insulto muito catita revelador de uma elevada superioridade moral de quem o profere – deixo a questão, que considero pertinente, se não será melhor abolir os feriados religiosos e acabar com o pagamento do subsídio de natal a todos os que trabalham por conta de outrem. É que aquela malta barbuda de toalha enrolada à volta da cabeça ainda é capaz de se sentir ofendida… e isso nós não queremos, pois não?!

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Para os leitores sportinguistas

Mais um video "captado" em Portimão. Este, no entanto, é muito pior do que o protagonizado pelos funcionários da Câmara Municipal lá do sitio. A letra, a música, os interpretes...tenho dificuldade em escolher o que é pior!

Pesquisas inquietantes

De vez em quando vou aqui dando conta de pesquisas mais ou menos estranhas que conduzem os visitantes até este blogue. Quem procura por expressões como “Piadas parvas” e “gajas nuas” é frequentemente encaminhado pelo Google até ao Kruzes e compreende-se com relativa facilidade porquê. Pelo menos na parte das piadas parvas. Já quanto às gajas nuas, ou até mesmo com pouca indumentária, lamentavelmente, ainda não há. Nem - é o mais certo - haverá, porque isto é um blogue sério que não precisa de ganhar audiências com essas poucas vergonhas.
Em consequência do acima exposto surpreende-me que buscas como a que destaco hoje tenha cá vindo parar. É verdade que há por aqui um ou outro vídeo. No entanto, que me recorde, nos mais de novecentos posts que já publiquei não tenho ideia de ter dedicado nenhum a “lambidelas”, sejam elas de que espécie forem, ou sequer de ter mencionado esta palavra em algum lugar de qualquer texto. Embora, reconheça-se, seja uma palavra tão boa como outra e que, quem sabe, poderá em breve ter por aqui o merecido destaque.
Do que tenho a certeza é que nunca por aqui escrevi a palavra “vargina”. Até porque nem desconfio do que se trata ou significa tal palavra. Pior. “Lambidelas de vargina” trata-se de um tipo de pesquisa que, para além de invulgar, é algo que me perturba. Saber que andarão por aí “varginas”, seja lá isso o que for, às “lambidelas” é coisa que me deixa inquieto. Escandalizado, até.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

As causas da esquerda imbecil

O Bloco de Esquerda é um partido, um movimento, um grupelho ou outra coisa qualquer que signifique a união de um conjunto de pessoas que acreditam ser dotadas de uma inteligência muito acima da média, convencidas que são donas absolutas da verdade, da razão e que nutrem um profundo desprezo por todos os ignorantes que não conseguem vislumbrar a luz que irradia das suas mentes.
É por isso que gostam de causas fracturantes. Daquelas em que ninguém vê grande utilidade ou para as quais a generalidade dos cidadãos se está simplesmente a borrifar. Aborto, casamento entre pessoas do mesmo sexo, símbolos religiosos nas escolas, touradas, circos sem animais e outras parvoíces patrocinadas pelo cónego – o gajo tem mesmo ar de padrecas – Anacleto Louça, têm proporcionado ao Governo a possibilidade de ir mantendo o pessoal distraído de outras causas menos fracturantes mas, ao que consta, muito mais facturantes. Pelo menos para alguns.
Avizinha-se já, vinda igualmente da esquerdalha, uma nova frente. Acha aquela malta que é necessário proceder à alteração do enquadramento jurídico dos animais no Código Civil para que deixem de ser considerados coisas e passem a ter direitos. Provavelmente a começar por poder casar com outros animais do mesmo sexo, a fumar umas ganzas e, principalmente, a não serem comidos. Acredito que o fundamentalismo daquela maralha ainda nos tornará a todos, por lei, vegetarianos. Isto se algum maluco não se lembrar que o grão-de-bico ou o feijão carrapato também têm direitos.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Processos duvidosos

O fim-de-semana correu manifestamente mal à malandragem. Pelo menos à mais miúda. Quatro meliantes encontraram a morte ao volante de um carro roubado, que lamentavelmente destruíram por completo para azar do legítimo proprietário, e outro ficou entalado de rabo ao léu quando se pretendia introduzir numa superfície comercial através de uma abertura que, comprovou demasiado tarde, se revelou estreita em demasia para deixar passar o azarado candidato a gatuno.
Também por cá a semana não começou da melhor maneira para uma pacata e conhecida família de comerciantes – que comercializarão… coisas, digamos - residente no centro da cidade, que terá acordado com a casa cercada por todos os lados, inclusive pelo telhado, pelo Corpo de Intervenção da Policia de Segurança Pública. Até ao momento desconhece-se o que procuravam as forças policiais e ainda menos o que terão encontrado, se é que havia algo para encontrar.
Haverá com certeza matéria mais que suficiente para incriminar o proprietário do supermercado por não ter uma abertura que permita a passagem com razoável comodidade a quem necessite aceder ao seu interior quando o mesmo está encerrado. As consequências físicas para o assaltante, por ter passado largas horas em posição instável e altamente vulnerável, podiam ter-se revelado de uma gravidade excepcional e de difícil reparação. Igualmente os danos psicológicos resultantes da humilhação a que foi sujeito podem deixar marcas difíceis de superar. A exigir choruda indemnização e acompanhamento por psicólogos da segurança social, no mínimo.
Também a actuação do Corpo de Intervenção, no caso do acordar madrugador daquela malta cuja origem étnica não será aqui revelada, é merecedor de reparo. Andar sobre telhados molhados pela chuva da véspera não é nada boa ideia. Se, por acaso, algum daqueles matulões partisse uma telha e caísse no interior do edifício, mesmo em cima de uma criancinha, ia ser uma chatice. Quase tão grande como terem fechado a rua ao trânsito.

sábado, 14 de novembro de 2009

Usem o Magalhães, porra!

O episódio das escutas está a indignar o país. Uns porque acham que o primeiro-ministro não tinha nada que ser escutado, outros porque querem saber o que ele disse nas conversas escutadas e mais uns quantos para quem a simples presença de José Sócrates na cena política nacional já é motivo bastante para indignação.
Como não podia deixar de ser também eu revelo níveis significativos de desagrado relativamente a toda esta matéria. Por todos os motivos acima expostos. Não gosto que escutem o homem, acho até que ninguém o devia fazer, não tenho interesse nenhum em saber o que ele disse ao seu amiguinho – falaram, com certeza, do Benfica e do grande momento que atravessa – e, finalmente, porque estou farto do gajo. O que por si só constitui razão mais que suficiente não já não suportar noticias relacionadas com a criatura.
Há, no entanto, algo em toda esta história que me decepciona. Parece que as ditas escutas envolvendo o nosso primeiro prolongaram-se por quatro meses. É tempo demasiado. Para além de ser um espaço de tempo suficiente até para tirar duas ou três licenciaturas, ao que noticiam alguns órgãos de comunicação social, deu para encher mais de cinquenta cassetes com conversas em que, supostamente, participará o engenheiro. E é precisamente o meio de suporte das gravações que me decepciona ainda mais. Em pleno choque tecnológico, que tem constituído uma das medidas mais emblemáticas do governo, guardar as conversas do homem que mais tem feito pela massificação das novas tecnologias em Portugal em meios de armazenamento completamente obsoletos, como é o caso das cassetes, constitui uma verdadeira ofensa. Para todos. Até, acredito, para José Sócrates. Pelos menos usem o Magalhães, porra!

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Só à bengalada!

A comunicação social revelou há poucos dias ao país o caso peculiar de uma família possuidora de um património assinalável, a quem seiscentos mil euros ganhos no totoloto permitiu a aquisição de imóveis e viaturas, e que ainda assim estará a beneficiar da atribuição do Rendimento Social de Inserção. Ao que parece não existirá qualquer ilegalidade na atribuição deste apoio social porque, segundo os técnicos da segurança social, o agregado familiar em causa reunirá todos os requisitos indispensáveis para que o mesmo lhe seja concedido. Justificam-se ainda os serviços que assim decidiram que, apesar do património que comprovadamente possuem, não têm liquidez financeira.
É conhecida a fraca propensão da malta do social para lidar com números. Ou mesmo com as palavras. Acreditam em qualquer patranha, crêem na mais básica pantomina e não resistem a um ou dois narizes ranhosos. Principalmente se em causa estiverem membros de minorias étnicas ou gente com pouca apetência para fazer aquela coisa que envolve algum esforço vulgarmente conhecida como trabalho. Ora, se esta posição vingar, poderemos estar prestes a assistir a uma verdadeira corrida ao subsídio estatal. A ser levado à letra este entendimento, nada impede que muita gente igualmente de posses e que à semelhança desta família não possua liquidez necessária para o dia-a-dia a obtenha através da segurança social. Basta, por exemplo, aplicar todas as suas economias em obras de arte para, de imediato, ficar sem as disponibilidades financeiras necessárias a prover o seu sustento e o dos seus. Se a coisa se generalizar sempre quero ver como é que se resolve o imbróglio. Talvez à bengalada, como no tempo do Eça.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Coisas realmente insustentáveis

Aumentos salariais para o próximo ano de um e meio por cento são, segundo um qualquer governante que nem me apetece mencionar, insustentáveis. Não posso estar mais de acordo. É realmente insustentável, para a maioria dos portugueses que ganham entre quatrocentos e quinhentos euros liquidos verem os seus salários crescer, mesmo deixando de lado a inflação, uns miseráveis sete ou oito euros. Mas isso pouco importa ao ministro cujo nome não me apetece mencionar ou aos seus coleguinhas de governo.
Não deixa também de ser extraordinário que as confederações patronais continuamente reclamem dos custos do trabalho, que considerem inviável o aumento do salário mínimo nos termos há muito acordados e que rejeitem aumentos de ordenados nesta ordem de grandeza. Ou de pequenez, é capaz de ser mais apropriado. No entanto as empresas que representam continuam, a ser verdade as noticias que quase diariamente nos entram casa dentro, a injectar centenas de milhares de euros – os mesmos que não têm para pagar salários dignos - nos bolsos de conhecidos figurões.
Deve vir daí a tal insustentabilidade. Entre pagar ordenados condignos e “investir” em algo que mais se assemelham a “activos tóxicos” o empresariado português parece não revelar muitas dúvidas.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Estremoz...à tarde.

Estremoz é, de um modo geral, uma cidade tranquila. Hoje por exemplo, em pleno centro e a meio da tarde, era possível desfrutar de toda a tranquilidade que a imagem demonstra. Coisa que não é para todos. Temos pena. Ou não.

Coisas que não me importava ter escrito...

Carta aberta ao primeiro-ministro José Sócrates
Autor: João Miguel Tavares
Excelentíssimo senhor primeiro-ministro: Sensibilizado com o que tudo indica ser mais uma triste confusão envolvendo o senhor e o seu grande amigo Armando Vara, venho desde já solidarizar-me com a sua pessoa, vítima de uma nova e terrível injustiça. Quererem agora pô-lo numa telenovela - perdoe-me o neologismo - digna do horário nobre da TVI é mais um sintoma do atraso a que chegámos e da falta de atenção das pessoas para as palavras que tão sabiamente proferiu aquando do último congresso do PS:”Em democracia, quem governa é quem o povo escolhe, e não um qualquer director de jornal ou uma qualquer estação de televisão.” O senhor acabou de ser reeleito, o tal director de jornal já se foi embora, a referida estação de televisão mudou de gerência, e mesmo assim continuam a importuná-lo. Que vergonha.
Embora no momento em que escrevo estas linhas não sejam ainda claros todos os contornos das suas amigáveis conversas, parece-me desde já evidente que este caso só pode estar baseado num enorme mal-entendido, provocado pelo facto de o senhor ter a infelicidade de estar para as trapalhadas como o pólen para as abelhas - há aí uma química azarada que não se explica. Os meses passam, as legislaturas sucedem-se, os primos revezam-se e o senhor engenheiro continua a ser alvo de campanhas negras, cabalas, urdiduras e toda a espécie de maldades que podem ser orquestradas contra um primeiro-ministro. Nem um mineiro de carvão tem tanto negrume à sua volta. Depois da licenciatura na Independente, depois dos projectos de engenharia da Guarda, depois do apartamento da Rua Braamcamp, depois do processo Cova da Beira, depois do caso Freeport, eis que a “Face Oculta”, essa investigação com nome de bar de alterne, tinha de vir incomodar uma pessoa tão ocupada. Jesus Cristo nas mãos dos romanos foi mais poupado do que o senhor engenheiro tem sido pela joint venture investigação criminal/comunicação social. Uma infâmia.
Mas eu não tenho a menor dúvida, senhor engenheiro, de que vossa excelência é uma pessoa tão impoluta como as águas do Tejo, tirando aquela parte onde desagua o Trancão. E não duvido por um momento que aquilo que mais deseja é o bem do Pais. É isso que Portugal teima em não perceber: quando uma pessoa quer o melhor para o País e está simultaneamente convencida de que ela própria é a melhor coisa que o País tem, é natural que haja um certo entusiasmo na resolução de problemas, incluindo um ou outro que possa sair fora da sua alçada. Desde quando o excesso de voluntarismo é pecado? Mas eu estou consigo, caro senhor engenheiro. E, com alguma sorte, o procurador-geral da República também. Atentamente, JMT.
Texto escandalosamente surripiado pelo KK ao 31 da Armada

Tá bem abelha...

Dúvida parva:
“Sou nova nisto tudo, ainda só tenho 4 dias de existência como vegetariana e tenho muitas dúvidas sobre muitos temas. Por exemplo quais são os materiais (roupa) vegan que podemos usar, quando queremos respeitar os animais e o ambiente?”
Resposta idiota:
“Em relação à roupa é procurar o mais simples possível; tudo sem ingredientes de origem animal, mas por vezes é complicado descobrir se a tinta usada na roupa tem corantes feitos de insectos esmagados…”
Camisas onde a tinta usada foi feita à base de melga esborrachada são, de facto, de evitar. E que dizer das calças em que, só para a cor, foi necessário massacrar milhões de moscardos?! E quantos zilhões de moscas varejeiras são por ano abatidas, provavelmente em condições degradantes, só para colorir as fatiotas do Sócras?! Até me arrepio só de imaginar a quantidade de vidas – de insecto, mas vidas – que são sacrificadas…
Exterminar insectos inocentes, não tarda, vai constituir crime. O fim dos insecticidas e repelentes ou até, quem sabe, a proibição do fabrico e comercialização de mata-moscas poderão ser, a curto prazo, as novas causas fracturantes do Partido Socialista e do seu irmão mais traquina, o Bloco de Esquerda. Não era coisa para me surpreender.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Badalhoco!

Há, de facto, gente de uma baixeza ao nível da merda de cão. Coisa que, como se sabe é um dos temas chave deste blogue. É por isso que hoje publico esta foto. Talvez a editora do Saramago a aproveite para a capa do seu próximo livro se este continuar a sua saga de temas bíblicos.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Mamocas e outros regabofes

A propósito do excelente vídeo protagonizado pelos funcionários do Município de Portimão, que divulguei aqui ainda antes do mesmo se ter tornado um fenómeno de popularidade, tenho lido, nos mais variados sites e blogues, comentários pouco abonatórios visando, de uma maneira geral, todos os que trabalham na função pública. Nada de extraordinário nem de muito relevante se tivermos em conta que vivemos num país de invejosos, crápulas e manhosos, para quem a galinha da vizinha é sempre mais gorda. A nossa generosidade, que também temos, não nos permite aceitar de bom grado que o sucesso ou o bem-estar alheio ultrapasse o nosso. Os outros podem até ser ricos e felizes, desde que o sejam um bocadinho menos do que nós.
Está enraizada a convicção que os funcionários do Estado, ou das autarquias, trabalham pouco e ganham muito. Acredito. Tanto como nas anedotas em que os alentejanos são todos malandros ou parvos e, como no anedotário brasileiro, em que todos os portugueses são estúpidos. No Estado e nas autarquias haverá quem trabalhe pouco, quem trabalhe muito, poucos que ganham muito e, sobretudo, muitíssimos que ganham uma miséria. Actualmente, a função pública é o retrato quase perfeito do que se passa no restante mundo laboral e onde a perda de direitos ou, como alguns insistem em considerar, certas regalias tem sido uma constante. Há portanto, lamento desapontá-los, pouco para invejar.
Não levo a sério esse tipo de discurso. Considero-o próprio de indigentes mentais, de labregos vá, com notórias dificuldades em olhar mais longe que o umbigo e visíveis problemas em lidar com a realidade vigente. O que me deixa possesso, verdadeiramente fora de mim, é aquele remate malicioso com que garantem ser “à custa dos meus impostos”. Deles, entenda-se. Principalmente quando, ao que afirmam reputados fiscalistas, reinará em termos fiscais um verdadeiro regabofe no sector privado em que pagamentos por “baixo da mesa”, “por fora” e “sem ir ao vencimento” serão prática corrente na generalidade das empresas.
É por estas e por outras que seria interessante saber quantas plásticas às mamocas, rabiosques e partes menos favorecidas, são por ano objecto de dedução em matéria de IRS. Pelo menos sempre podia afirmar, perante um renovado e vistoso par de mamas, que foi à custa dos meus impostos. Mesmo que daí não tire proveito nenhum.

domingo, 8 de novembro de 2009

Eco-parvoíces

Muitas foram as ocasiões em que nestas páginas manifestei a minha antipatia, desprezo até, pelos ambientalistas. Não contra nenhum em particular, nem para com a causa ambiental, mas relativamente ao fundamentalismo que os grupos organizados colocam naquilo que consideram ser defesa do meio ambiente e que, quase sempre, mais não é que manifestação de parvoíce e desconhecimento da parte de quem cresceu e vive no meio do betão, sem nunca ter vivido no campo ou ter tido contacto com a natureza e com a bicharada que por lá habita.
É por estas e por outras que gosto de, de vez em quando, dar uma vista de olhos por sites e fóruns onde estes temas são tratados e discutidos. Vale a pena, garanto. As questões suscitadas pelos intervenientes estão quase ao nível do consultório sentimental da “Maria” e as perguntas colocadas podem ser consideradas como a versão ecológica das que se lêem naquela publicação. Em lugar da jovenzinha ingénua que pretende ser esclarecida quanto à probabilidade de engravidar por ter passado à porta de um WC para homens ou se pelo facto de outro jovem a ter olhado de soslaio estará apaixonado por ela, podemos encontrar coisas deste tipo:
“Como posso repelir um rato que apareceu na minha cozinha sem o magoar?”. A solução sugerida, com imagem e tudo, surge ao melhor estilo de um qualquer aprendiz de McGyver e é a que se segue:
“A melhor forma de apanhar ratos sem crueldade nem morte consiste no seguinte:
Arranja um tubo de papel higiénico e faz dois vincos no sentido do comprimento de maneira a obter um túnel com os lados planos;
- Põe uma guloseima ao fundo do tubo;
- Arranja um balde alto;
- Coloca o tubo mal equilibrado na ponta de uma mesa ou balcão com a guloseima directamente sobre o balde;
- O rato correrá através do túnel e cairá no balde;
- Liberta o animal bastante longe da tua casa”.
Arranjar um gato era capaz de ser uma alternativa igualmente ecológica…a menos que esta gente seja fundamentalista ao ponto de tornar o bichano vegetariano.
E casos há ainda mais dramáticos. Veja-se este: “Gostaria de saber como posso repelir centopeias de casa, evitando o seu sofrimento. Para mim, isto é uma informação muito importante, pois aparecem bastantes em minha casa e eu tenho quase fobia a elas”:
A resposta não ajuda muito e é a que se segue:
“Fobia de centopeias? lol, entendo, mas não se deve ter fobia de animal nenhum, ainda mais quando eles são inofensivos. Eu já tive uma grande fobia às aranhas e venci-a. Devemos pensar sempre que o animal de que temos medo é que tem medo de nós, e não deixar que o nosso medo injustificado nos leve a sacrificar uma vida. Quanto ao que fazer para as afastar, peço desculpa mas não posso ajudar muito…”
Bolas…e eu è espera de uma solução mais engenhosa do que aquela que preconizo e que envolve uma vassoura e o esmagamento sumário do rastejante…

sábado, 7 de novembro de 2009

O ex-homem do bloco

Desde o inicio deste blogue tenho rejeitado sempre, seja sob a forma de post ou comentários de terceiros, a abordagem à política local. Assim continuará a ser. É por isso que a polémica do momento cá pelo burgo não merecerá aqui qualquer referência e que comentários acerca da mesma não serão publicados. Aliás os intervenientes na questão já tiveram ocasião de esgrimir os seus argumentos e, se assim o entenderem, continuarão a fazê-lo como é normal e legitimo no jogo democrático. Daí que as opiniões que aqui pudessem ser colocadas - para além de irrelevantes - nada acrescentariam ao debate em causa.
Não quero, no entanto, deixar de manifestar o meu mais vivo repúdio, enquanto estremocense, por afirmações difamatórias que vi escritas num blogue e que pretenderão atingir cidadãos de Estremoz eleitos recentemente. Sem pretender defender ninguém, os visados sabê-lo-ão fazer sem necessitar de ajudas alheias, exerço apenas o meu direito à indignação perante os impropérios escritos por alguém que teve uma passagem fugaz por Estremoz onde, a fazer fé nos que o conhecem, poderá ter deixado muita coisa mas saudade não deixou nenhuma.
Não conheço o senhor pessoalmente mas até acredito que seja uma excelente pessoa e, provavelmente, hoje já estará arrependido daquilo que escreveu. O que, reconheça-se, não é caso para menos. Quando se fala em anónimos que escrevem barbaridades em blogues e que o bonito e corajoso é assinar por baixo sou, parece-me, o único a discordar. Infelizmente são coisas destas que me dão razão. Escrever o que o dito senhor escreveu nada tem a ver com coragem mas antes com má educação, falta de respeito e outras coisas que me abstenho de escrever e das quais muitas vezes se acusa os anónimos. Principalmente quando opina sobre algo que não lhe diz respeito e o faz de uma forma grosseira. Argumentarão que, assumindo a sua identidade, o autor poderá ser responsabilizado por isso. Pois sim. Quem assim procede sabe que justiça tem por cá e que as consequências não andarão longe das de uma qualquer “operação furacão”…
Por mim sinto-me indignado e acredito que mesmo os eleitores do Partido Socialista e principalmente os seus eleitos, porque os conheço e sei que são pessoas de bem e com um nível de educação e cortesia muito acima do evidenciado pelo tal senhor cujo nome não será aqui publicado, se sentirão incomodados por aquele desvario de linguagem que não é próprio de alguém inteligente ou, sequer, decente.
Como comecei por referir este post nada tem a ver política local. Apenas com educação. Que pelos vistos estava de folga quando nasceu um certo ex-homem do bloco.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Estas coisas dão-me "fezes"!

Considero absolutamente inacreditável o que se tem passado na piscina municipal de Estremoz perante a passividade dos responsáveis pela gestão do espaço que se revelam claramente incapazes de tomar medidas que obstem à repetição de situações desagradáveis, para ser simpático, e que colocam em perigo a saúde das largas dezenas, ou mesmo centenas, de utentes que frequentam aquelas instalações.
Desde Outubro, altura em que a piscina reabriu ao público, foram detectadas fezes humanas na água por quatro vezes. Pelo menos. O que dá a espantosa média de uma vez por semana. Acredito que os meninos, saliente-se que não se trata de bebés, não defequem de propósito. Acredito igualmente que a responsabilidade não passará pelos monitores que, como é óbvio, não controlarão as necessidades fisiológicas dos seus alunos. Por mim responsabilizo, antes de mais, os papás que não incutem nos seus filhos a noção de que não podem fazer “xixi” ou “cocó” dentro de água. E, repito, estaremos na presença de crianças com idade superior a quatro ou cinco anos que controlarão muitíssimo bem este tipo de “vontades”.
Extraordinária é a ausência de qualquer medida por parte de quem tem obrigação de zelar por aquele espaço. Desde que surgiu o primeiro caso no inicio de Outubro, poucos dias depois da reabertura, e sabendo-se que já em anos anteriores estes problemas surgiam pontualmente, nada foi feito. Identificar os autores da proeza - coisa que nem parece difícil e até será de um domínio vagamente publico - bem como proibir o seu acesso às instalações parece o mais racional e prioritário. Impor o uso de um qualquer tipo de fralda apropriado a estas circunstâncias seria, igualmente, do mais elementar bom senso.
Para além da saúde pública, que constitui o factor mais importante, há uma equipa de competição que fica impedida de treinar e todo um vasto conjunto de pessoas – miúdos e graúdos – prejudicados pelos forçados e sucessivos encerramentos deste equipamento público. Este será com certeza um assunto que merecerá da nova vereadora do desporto, recentemente empossada, a melhor atenção. Pelo menos, espera-se, mais da que tem merecido até agora.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Simbolos que incomodam

A questão dos crucifixos está de novo na ordem do dia. Mesmo condescendendo que tal objecto não faz falta absolutamente nenhuma numa sala de aula, não me parece que a sua presença nesse local, ou noutro, constitua por si só uma ofensa seja para quem for nem, ainda menos, a violação de qualquer direito.
Alega-se, à falta de melhor, que a presença daquele símbolo cristão nas escolas públicas ofende os alunos de outras religiões ou, até mesmo, os que não professam qualquer credo religioso. Parvoíce. A rapaziada, pelo menos a do meu tempo e acredito que a de agora não seja muito diferente, está-se nas tintas para isso e terá coisas muito mais interessantes e bem mais terrenas para regalar o olhar. Toda esta celeuma, desnecessária, idiota e perfeitamente bacoca está a ser provocada por mamãs com falta de homem e papás desejosos de dar o cú a seguidores de outras religiões.
Apesar da minha descrença nas coisas de Deus, seja ele qual for, a polémica suscitada em torno desta questão tem o poder de me deixar indignado com aqueles que exigem a retirada de crucifixos das escolas e outros símbolos religiosos de todos os edifícios públicos. Irrita-me que essa gente manifeste uma estranha intolerância perante símbolos da fé cristã, enquanto revela uma cândida benevolência face aos sinais cada vez mais evidentes e provocadores de outras religiões que, desde há muito, se preparam para nos imporem os seus valores retrógrados, ditatoriais e fascistas. Mas isso é o multiculturalismo. Dizem eles.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Mas afinal não queriam a avaliação?!

Foi com José Sócrates e restante pandilha que o país descobriu as maravilhas da avaliação dos servidores do Estado. De repente toda a gente passou a considerar essencial e absolutamente necessário avaliar o desempenho daqueles que são pagos com o dinheiro dos contribuintes. Mesmo que não se soubesse ao certo porquê ou para quê. O importante, até para dar um ar de evoluído e liberal - no conceito económico do termo – era opinar a favor da dita avaliação. E, na ausência de argumentos consistentes a favor desse desígnio, a justificação era um peremptório porque sim.
Por mim, embora o tema me seja relativamente indiferente, nem acho mal de todo. Embora revele alguma desconfiança e subsistam na minha mente algumas dúvidas sobre se o processo avaliativo não incluirá a análise detalhada de alguns decotes mais generosos, o meticuloso estudo de certas características físicas ou as capacidades evidenciadas noutras circunstâncias que pouco tenham a ver com o objectivo final da avaliação.
Apesar das reservas que estas coisas me suscitam, algumas notícias que de vez em quando vão sendo publicadas encarregam-se de demonstrar que não tenho razão. Mas dão-me, ainda assim, um enorme gozo. Foi o caso de hoje, em que se dava voz à indignação popular por, no caso da PSP e GNR, os objectivos dos agentes ligados à fiscalização do trânsito terem em conta o número de autuações efectuadas. Sinceramente não estou a ver que outro tipo de objectivo pode ser estabelecido para estes profissionais nem percebo a ira mal contida de quem critica os avaliadores que assim procederam. A menos que a populaça, sempre desejosa do quanto pior melhor para a função pública, estivesse à espera que o desempenho dos agentes fosse avaliado tendo por base as velhinhas que ajudam a atravessar a rua ou em função da harmonia das notas musicais emitidas pelo apito de que habitualmente são portadores.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

O "preço" da popularidade

A popularidade deste blogue não pára de me surpreender. Veja-se o caso do visitante analisado na imagem acima, obtida através do contador de visitas. Já fez, só nos últimos tempos, duzentas e doze visitas, deixou vários comentários e, nada satisfeito por alguns não terem sido publicados, ameaça espalhar pelos mais diversos blogues aquilo que eu não lhe publico. Faz bem. Embora este espaço tenha um número que considero razoável de acessos diários, a sua divulgação trar-me-á com certeza muitos mais. O que é bom.
Como já referi em posts anteriores o “Kruzes Kanhoto” tem existido, praticamente desde o primeiro dia, graças à publicidade que ostenta no topo e na barra lateral que, como é natural, não está ali apenas para enfeitar nem tornar o blogue mais colorido. Esse espaço era antes ocupado por um conjunto de links do programa de publicidade on-line “Adsense”, no entanto, depois de terminada a ligação à plataforma publicitaria do Google, tenho testado outro tipo de anúncios, alguns do quais pagos por visualização de página. Quer isto dizer, para os mais leigos nestas coisas, que quanto mais visitas maior o rendimento obtido…
Embora – afianço, que é uma palavra que não digo vezes suficientes - não exista da minha parte qualquer estratégia tipo “Saramago”, espero que o tal visitante anónimo cumpra o prometido, divulgue este blogue o mais que possa e, sobretudo, volte muitas e muitas vezes. Nem imagina "quanto" lhe agradeço.

Alta pressão

Garantem alguns que a causa do desaparecimento de muitos blogues que apareceram por cá nos últimos anos terá a ver com alegadas pressões a que foram sujeitos os seus autores. Como já tive ocasião de escrever em posts anteriores, não acredito nessa versão. Creio antes que se tratou de manifesta falta de jeito para estas coisas, de esgotamento do interesse pelas mesmas ou, noutros casos, pelos fins que se pretendiam atingir terem sido conseguidos. Como também já escrevi, fazer um blogue é fácil o problema é mantê-lo e isso, o tempo tem-se encarregado de me dar razão, não é para todos.
Voltando às pressões, posso garantir, foi coisa que nunca sofri. Nem sequer marcação à zona. Também é verdade que as entradas que costumo fazer, embora possam em algumas circunstâncias parecer violentas, nunca ultrapassam a margem da lei. Igualmente é este o critério que aplico aos comentadores mais agressivos que, à semelhança das suas entradas, vão de carrinho sempre que entram de forma mais impetuosa. O máximo que por aqui vou tolerando é uma ou outra carga de ombro. Embora, quanto a mim, os piores sejam aqueles que se atiram para o chão, na esperança de enganar o árbitro, mal sentem o mais leve encosto por parte dos adversários.

domingo, 1 de novembro de 2009

Segurança relativa

Estremoz ainda é uma cidade relativamente segura. E sublinho a parte do relativamente. Mesmo assim o melhor é não facilitar a vida aos amigos do alheio – uma expressão curiosa que lamentavelmente está a cair em desuso – e, tal como o proprietário deste meio de transporte, tomar as devidas cautelas para evitar o desaparecimento dos bens que, por qualquer teimosia burguesa ou insensibilidade social, recusamos partilhar com alguns “desprotegidos”, “marginalizados”, “excluídos” ou outros conceitos modernaços que agora se usam para designar aqueles a quem sempre chamámos ladrões.
Desconfio, apesar de tudo, que não é necessário ir tão longe. Prender o veículo com uma corrente de espessura assinalável, que dá duas voltas ao troco de uma árvore, é capaz de ser um pouco exagerado. Até porque qualquer ladrãozeco, por mais desfavorecido que seja, não estará disposto a circular numa coisa destas. Seria cobrir de ridículo a classe da ladroagem e, ao mesmo tempo, revelador de um claro insucesso nesse cada vez mais competitivo ramo de actividade.