sábado, 28 de fevereiro de 2009

Congresso do Partido Socialista

A acreditar naquilo que garantem os seus apoiantes, Portugal é governado pelo melhor governo da sua história recente e o primeiro-ministro é o mais competente que o país conheceu naquele cargo. Todas as suas medidas são as mais indicadas e oportunas, roçando quase sempre a genialidade, e só uma cambada de burros e ignorantes que não querem abrir mão dos seus privilégios injustificados é que as contestam. Pior. Desarmados perante tamanha sabedoria recorrem a campanhas – invariavelmente negras - para, numa tentativa desesperada e quase sempre falha de argumentos válidos e construtivos, destruir a imagem do engenheiro José.
Não fora a laicidade do partido que o apoia e os tiques supostamente esquerdistas de que por vezes é acometido e não me espantaria que o homem ainda fosse, caso batesse a bota – coisa que, obviamente, não se deseja – proposto para santo.
Ora é por isso que o lema da moção a aprovar no congresso do Partido Socialista – A força da mudança – me causa alguma perplexidade. Se é tudo tão genialmente perfeito na actual governação, mudar o quê e para quê? A menos que ser apenas genial não seja o bastante. Provavelmente pretende-se passar à fase do soberbo. O que, se atentarmos em certas atitudes a que vimos a assistir nos últimos anos, faz todo o sentido.

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

A minha rua

Este blogue ganhou parte da pouca notoriedade que tem, muita má fama e alguns inimigos, por causa das postagens que aqui tenho colocado acerca do mau comportamento cívico dos estremocenses donos de cães que permitem aos seus animais cagar na via pública sem que, de seguida, recolham os dejectos que estes vão largando. Recordo que, a este propósito, o KruzesKanhoto foi já citado num órgão autárquico quando um dos seus membros alertava para esta problemática. Muito prestigiozinho, portanto. Embora de merda, convenhamos.
Por isso este tema não podia permanecer por mais tempo longe destas páginas. Até porque, quase diariamente, os canitos das redondezas fazem questão de mo lembrar. Repare-se nesta foto, obtida à minha porta, e onde é possível constatar a profusão de dejectos espalhados pelo passeio. Não que os cachorros tenham especial predilecção pelo passeio fronteiro à minha casa ou os donos, que desconfio nem lêem blogues, os tragam a cagar num local que me incomode. Nada disso. Eles é que cagam em todo o lado e vão contribuindo para nunca falte material para publicar no blogue.

Autárquicas 2009

Em época eleitoral surgem as mais fantásticas promessas com o intuito de cativar o eleitorado. Principalmente quando se trata de eleições para os órgãos locais. Depois daquela extraordinária promessa do Bloco de Esquerda, que prometia criar um serviço de “táxi pijama”, ou seja, um transporte público que recolhesse os bêbados e os levasse a casa ao fim da noite, ou princípio da manhã conforme o ponto de vista, tenho alguma dificuldade em imaginar o que estará para ser prometido nas autárquicas 2009.
Aguardo com expectativa que alguém se lembre de prometer a construção do primeiro “Centro de Contacto, Acolhimento e Boas-vindas aos Visitantes de Outros Planetas”. É um tipo de infra-estrutura de que o país ainda não está dotado e que representa uma lacuna na prossecução de interacções harmoniosas com habitantes de outras galáxias que partilham connosco este imenso espaço cósmico. Urge, portanto, desenvolver sinergias nesse sentido.
Quando às boas, vindas do nosso próprio planeta, também não serão, certamente, esquecidas. Nunca o são.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Causas fracturantes

Não deixa de ser curioso que os chamados temas fracturantes surjam em tempos de especiais dificuldades e lançados a debate pelo partido do poder em vez de, contrariamente ao que seria expectável, serem os partidos da oposição mais à esquerda e sem responsabilidade governativa a suscitar este tipo de discussão.
Regionalização, eutanásia e casamento entre pessoas do mesmo sexo são, para já, as questões pretensamente fracturantes, nomeadamente as duas últimas, com que se quer entreter a sociedade. Obviamente parece-me pouco ambicioso. Devia e podia ter-se ido mais longe. Alvitram alguns que discutir a eutanásia dos homossexuais seria uma coisa ligeiramente mais fracturante e que motivaria uma discussão ainda mais acalorada. Mas nem vou por aí. Já ficava satisfeito se em debate estivessem assuntos como a desigualdade fiscal entre contribuintes casados, solteiros ou divorciados, ou a viver em comunhão de facto (ainda que com pessoas de sexos diferentes), com claro prejuízo para os primeiros. Ou, mas se calhar era pedir demais, que se discutisse a descriminação no acesso aos diversos apoios sociais concedidos pelo Estado e onde os trabalhadores por conta de outrem estão claramente em desvantagem em relação a quem trabalha por conta própria.
Evidentemente que os temas que sugiro não suscitariam grandes discussões nem, quase de certeza, mobilizariam os portugueses. Infelizmente para a maioria dos meus concidadãos parece tão aceitável um par de indivíduos meter coisas que não tem em lugares onde não deve, como outros usarem coisas que não devem em desfavor daqueles para quem essas coisas foram criadas.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

É malha-los!

Episódios como a apreensão de exemplares de um livro em Braga ou a proibição judicial da exibição de imagens de mulheres nuas no Carnaval de Torres Vedras, em ambos os casos por supostamente serem atentatórias da moral e bons costumes, não são novidade. Assim de repente e sem fazer um grande esforço de memória, recordo-me quando, em pleno cavaquismo, o então Subsecretário de Estado da Cultura, Sousa Lara, resolveu cortar da lista de concorrentes ao Prémio Literário Europeu o romance de José Saramago “Evangelho segundo Jesus Cristo” porque, segundo ele, a obra atacava princípios que têm a ver com o património religioso dos portugueses.
Igualmente os casos que a comunicação social tem relatado envolvendo a DREN e a sua inenarrável directora ou declarações como as do pigmeu político – na sua própria definição – Santos Silva, também não constituem nada de novo na vida social e politica portuguesa. Sem necessidade de recuar a tempos mais antigos, recordem-se as intenções de um certo general que ponderava a hipótese de meter uns quantos cidadãos numa conhecida praça de touros – e não, não era para assistir a nenhuma tourada – ou da estória do despedimento de um segurança, em serviço num hospital público, que pediu a identificação a um conhecido político quando este pretendia visitar o pai fora do horário estabelecido para as visitas.
Nada disto, acho eu, constitui qualquer drama. Antes pelo contrário. São estas coisas que nos proporcionam a ocasião para os malhar. Porque os autores destas traquinices, além de fazerem figuras de parvo e se cobrirem de um ridículo que os acompanhará até ao fim dos seus dias, também levam. Eles que se habituem.

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Carnaval sem sátira, sem gajas nuas e quase sem minis

No post de domingo acerca do desfile de carnaval lamentei a ausência de sátira e de gajas nuas. Hoje congratulo-me com uma quase ausência. As “minis”. Felizmente foram poucos os “foliões” que desfilavam de cerveja na mão. Excluindo os condutores de dois carros alegóricos e uma senhora já com idade para ter juízo mesmo no carnaval, não eram muitos os que se faziam acompanhar de um apetrecho que, naquelas circunstâncias, não fica nada bem. Até porque se o esforço despendido exige a ingestão de líquidos, de certeza que uma bejeca não é a bebida mais apropriada.

O mundo à janela

A televisão, diz-se, é uma janela aberta para o mundo. Quando, para além dos quatro canais generalistas portugueses e mais dois ou três espanhóis captados pelas antenas vulgares, se dispõe de uma parabólica que permite sintonizar uma quantidade infindável de estações de televisão é todo um maravilhoso mundo novo que nos entra janela dentro. Claro que, em consequência, outras janelas se fecham. Literalmente, no caso.

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Fragâncias

Recebo por correio electrónico todo o género de spam. São mais que muitos os avisos que ganhei prémios em concursos de que nem sabia a existência, os pedidos de actualização de dados bancários vindos de bancos onde não tenho conta e as ofertas, a preços generosos, de produtos miraculosos como o viagra e outros que também fazem crescer coisas. Nomeadamente cabelo.
Recentemente, também por mail, chegou-me a mais recente e extravagante proposta de um produto que alguém se propõem vender. Trata-se, garante o anúncio, de um frasco que contém o verdadeiro, sim que nestas coisas também é capaz de haver imitações, odor a vagina. É um conceito original de negócio que pretende empestar os totós que o adquirirem com uma fragrância vaginal completamente natural. As consequências adivinham-se absolutamente imprevisíveis para aqueles que ousarem dar-lhe uso.
Para além de outras questões que este “produto” me suscita, interrogo-me acerca dos métodos que terão sido usados no processo de engarrafamento…

Aselhice

Tal como quase todos os portugueses considero-me um ás do volante. O que na prática se traduz por ser mais um dos muitos aselhas por aí circula. Que o diga este buraco, estrategicamente situado no largo da República em frente à espingardaria e ao talho. Várias vezes por dia passo no local onde se encontra e, desgraçadamente, acerto-lhe sempre com pelo menos uma das rodas, quando não com as duas, mesmo em cheio.
O buraquito, que até nem é muito grande, diga-se, está sempre ali. No mesmo sítio. O pobre coitado não vai a lado nenhum, afinal não passa de uma cova, e à força de tanto passar no local, conheço a exacta localização da micro cratera que, como é de calcular, nunca se desvia à minha aproximação. Não se trata de nenhuma embirração nem, tão pouco, de uma qualquer aposta para testar quantas vezes acerto no espaço do arruamento em que não existe alcatrão. Nada disso. É aselhice mesmo.

domingo, 22 de fevereiro de 2009

E gajas nuas? Porque é que não há gajas nuas?!

Foram seguramente muitos os que contribuíram com o seu tempo e trabalho voluntário para que fosse possível a realização do desfile de carnaval. Esse esforço é, sem dúvida, meritório e ainda que tenha como compensação a diversão que proporciona também aos que nele intervêm, nunca é demais enaltecer quem contribui de forma desinteressada para que eventos como este possam continuar a ter lugar.
Mesmo não sendo um entendido nestas lides carnavalescas, acho que o desfile deste ano esteve fraquinho. Outros, mais especialistas na matéria do que eu, poderão achar outra coisa qualquer, mas isso é lá com eles. Por mim reitero as criticas – não são bem críticas, são antes um lamento – à ausência de dois factores que considero essenciais num desfile com estas características. O primeiro é a ausência de sátira. Coisa perfeitamente incompreensível num ano em que tantos motivos e personalidades das mais variadas áreas podiam ser objecto de umas quantas piadolas. A “responsabilidade” será certamente da falta de espírito crítico ou de iniciativa dos foliões, pois não creio que a organização impusesse qualquer restrição à sua existência. O que, a ser assim, apenas vem dar ainda mais razão aos que garantem não existir massa crítica em Estremoz.
O motivo para o segundo lamento tem a ver com a inexistência – mais uma vez – de gajas nuas. Dirão alguns que não acrescentariam grande coisa nem contribuiriam para que o Carnaval de Estremoz fosse melhor. Pois não. Mas alegrava a rapaziada.

sábado, 21 de fevereiro de 2009

Manipulações

Que os defensores dos animais protestem contra as touradas é aceitável, apesar da existência do animal que supostamente eles pretendem proteger apenas se justificar pelo fim a que se destina. Que se indignem pela maneira inadequada como muitas vezes são transportados e abatidos os animais que se destinam à alimentação humana, também é compreensível que o façam. Agora o que me deixa completamente boquiaberto é que pessoas inteligentes, que certamente são, os defensores da bicharada denunciem como cruéis e desumanas práticas como “…Na produção de mel, as rainhas são inseminadas artificialmente com esperma de abelhas decapitadas…” ou que se revoltem porque “…Quantidades de fumo são introduzidas nas colmeias para tornarem as abelhas mais facilmente manipuláveis”.
São coisas destas que me fazem levar pouco a sério essa malta das associações de defesa dos animais mas, por outro lado, me fazem simpatizar mais um pouco com os apicultores. É que manipular uma abelha, no meio de uma fumarada, para a inseminar deve ser uma tarefa de fazer perder a cabeça e que requer uma perícia fora do comum…

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

O que é que a Elisa tem?

Nada. Aparentemente não tem nada. Nada de especial, entenda-se. Além de ter a intenção de se candidatar à presidência da Câmara do Porto e de se lançar na tarefa, que não se avizinha fácil, de destronar o social-democrata Rui Rio que há oito anos preside aos destinos da invicta.
Elisa, a Ferreira, não me parece uma boa candidata. Nem sequer uma candidata boa. Noutros tempos talvez, quando os seus globos oculares de dimensão apreciável terão tido mais encanto e brilhavam com outra intensidade fruto, talvez, de então ainda acreditar nos ideais do partido por que concorre e em representação do qual tem exercido diversos cargos públicos nos últimos anos.
Também os apoios já anunciados não auguram nada de bom. Apesar de se apresentar como independente, numa demarcação relativamente ao Partido Socialista que lhe poderá garantir algum eleitorado, a presença de Pinto da Costa e Mário Soares entre os apoiantes constitui uma evidente menos valia. O primeiro porque mobiliza facilmente contra si, ou contra aqueles a quem manifesta o seu apoio, uma imensa legião de pessoas que tem pelo líder portista uma aversão visceral. Já quanto ao segundo apenas poderá ajudar eleitoralmente se, entretanto, levar um par de estalos. Mas isso já seria coisa de muito mau gosto e que não se faz a um velhinho. Por mais socialista que seja.

O poder local e a crise

Com o agudizar da crise também os Municípios resolveram abrir os cordões à bolsa e, cada um à sua medida e cada qual com mais imaginação que o outro, estão a adoptar medidas para ajudar os extractos populacionais mais desfavorecidos ou, pelo menos, aqueles que na perspectiva municipal estarão mais expostos ao efeitos perversos que a actual situação provoca na economia do respectivo concelho.
Nada de mais, se atendermos que essas preocupações fazem parte das atribuições do poder local e que os seus órgãos dispõem de competência própria para decidir quanto a essas matérias. Não me parece que este tipo de actuação seja merecedor de crítica. Antes pelo contrário. São até conhecidos exemplos, alguns relativamente perto, de medidas inovadoras no apoio aos jovens, aos idosos e a outras pessoas em situação de carência que, para além do objectivo imediato, podem inclusivamente representar uma mais-valia para o próprio concelho.
De certa forma Valentim Loureiro é um homem à frente do seu tempo. Ninguém ousará agora criticar o major pela distribuição maciça de secadores de cabelo, micro ondas ou frigoríficos pelos mais necessitados que ele efectuou em tempos idos e que, provavelmente, voltará a fazer lá mais para o Verão. Afinal ele apenas estimulava a economia local e fomentava o bem-estar dos seus eleitores. Nada de mais, portanto.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

2º Aniversário

Este blogue fez hoje dois anos de existência. O que, para a realidade local, é muito tempo se tivermos em conta que muitos dos blogues que se fazem por cá não resistem mais que meia dúzia de semanas. Quando não apenas igual número de posts e outros tantos comentários.
Este é um projecto sem fim à vista. Acabará no dia em que tiver de acabar, por força de qualquer circunstância própria da vida ou apenas porque essa foi a minha vontade. Até lá, para satisfação dos três leitores atentos e indiferença dos restantes, este blogue vai continuar a publicar conteúdos de carácter irónico e jocoso.

A falta de liberdade está a passar por aqui!

Desconheço em absoluto o que terá motivado esta situação. Mas, seja lá o que fôr, lamento sempre que alguém se queixa de falta de liberdade. Até porque não estou a ver que espécie de democrata se pode orgulhar de silenciar as vozes discordantes.

Mamãs extremosas

O trânsito junto às escolas da cidade, nomeadamente nas horas de entrada ou de saída das aulas, constitui, à nossa escala, um verdadeiro quebra-cabeças. As causas são muitas, estão há muito identificadas mas, apesar disso, não se vislumbra nenhuma solução. Nem a médio, nem a longo prazo. Nem mesmo daquelas soluções imaginativas que provisoriamente servem para minorar os problemas e que acabam, quase sempre, por se tornar definitivas.
A ajudar à confusão, inevitavelmente gerada pela acumulação pessoas e de veículos de transporte de todos os tamanhos, junta-se o comportamento de algumas mães mais extremosas que não arrancam com o carrito enquanto os seus rebentos não estão bem no interior do estabelecimento de ensino. Claro que, nos tempos que correm, todos os cuidados com a segurança dos petizes são poucos mas, que diabo, quem vem atrás não tem culpa.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Multiculturalismo

Não tem sido poucas as vezes que aqui tenho manifestado a minha indignação pelas atrocidades cometidas em nome do islão. As minhas opiniões sobre a matéria, sempre que as publico, são alvo da repulsa de alguns leitores que aproveitam a ocasião para me chamar uns quantos nomes mais ou menos impublicáveis num espaço sério e decente como este. Os mais simpáticos lembram-me que os mouros andaram cá pelo rectângulo e terão deixado um ou outro gene que ainda me correrá no sangue. Outros, mais eruditos, dissertam sobre o multiculturalismo e aconselham-me a manter a mente aberta a outras culturas e outras maneiras de encarar o mundo.
Noticias recentes vindas do Irão, uma república islâmica, fazem-me dar alguma razão a esses comentadores. Ao que é noticiado pelas agências internacionais as autoridades iranianas enforcaram recentemente 30 delinquentes condenados por tráfico de droga, homossexualidade, assassínio e assaltos à mão armada. Afinal nem tudo é mau na lei islâmica e, por lá, sabem como tratar a criminalidade de forma eficaz. Coisas do multiculturalismo que, obviamente, temos de respeitar.

Causas menores

A discussão acerca da legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo está definitivamente lançada e, pela amostra que o programa televisivo onde recentemente o assunto foi debatido proporcionou, a coisa promete ser animada.
Independentemente da opinião de cada um – e a minha é inequivocamente contra – ou dos motivos que se invocam para a sustentar, começo a ficar com a impressão que se está a instalar na sociedade uma linha de pensamento politicamente correcta que considera todos os que estão contra esta legalização uns mentecaptos, atrasados mentais ou coisa ainda pior. É neste contexto que não deixa de ser sintomático que alguns apoiantes desta causa, noutras circunstâncias sempre prontos a queixarem-se da suposta falta de liberdade e de um clima de pretenso medo que se está a instalar no país, não se coíbam de usar os mesmos argumentos e reajam da mesma maneira que os dirigentes do Partido Socialista, quando confrontados com opiniões divergentes da sua.
Por mim, que não votarei em partidos apoiantes destas causas, acho lamentável que os homossexuais estejam a ser usados para desviar as atenções e para afastar o debate daquilo que realmente é importante para o futuro do país e dos portugueses. Porque, mesmo que consigam os seus objectivos vão, mais cedo do que tarde, constatar que o Sócrates os f… em grande estilo.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

A reforma pró-activa

Primeiro foram os professores. Agora os médicos. Aos reformados de ambas as classes profissionais o governo alicia para fazerem uma perninha nas escolas e hospitais, respectivamente. Não se sabe ainda ao certo o que se pretende com esta tentativa de repescar para a vida activa pessoas que estão no pleno gozo da sua merecida – ou nem tanto – reforma. Mas é provável que a coisa não fique por aqui e reformados de outras áreas de actividade venham a ser alvo de semelhante proposta para voltarem a trabalhar.
Não me parece má ideia. Sinceramente. Se tantos políticos já aposentados continuam a dedicar-se à política activa, o conceito de pôr reformados a fazer alguma coisa de útil à sociedade parece ter todo o sentido.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

A reacção previsivel

Como era de esperar as reacções ao post anterior não tardaram a surgir. Meia dúzia de comentários com linguagem violenta e agressiva mas todos incapazes de contrariar uma verdade indesmentível. O estado lastimável e de vergonhoso abandono em que se encontra grande parte do litoral alentejano e particularmente a zona em que as fotos foram obtidas.
Alega um defensor deste estado de coisas que assim é que está bem porque as gerações vindouras terão, desta maneira, oportunidade de ver a natureza no seu estado selvagem. Não acredito. Se nada for feito, se não houver investimento e não se aproveitar todo o imenso potencial turístico da zona, dentro de pouco tempo não haverá ninguém no Alentejo. Nem sequer haverá gerações vindouras. Mas talvez seja isso que a matilha ambientalista/ecologista mais ambiciona.

É urgente reciclar os ecologistas.

Apesar de anunciados com bastante pompa e muita circunstância, continua sem haver notícias dos empreendimentos turísticos na costa alentejana. Pelo menos boas noticias. Ao que julgo saber as organizações ambientalistas, pagas quase exclusivamente com o dinheiro dos contribuintes, terão interposto acções visando impedir a concretização dos diversos projectos.
Para essa gente não interessa o bem-estar, o emprego nem a melhoria das condições de vida que o aproveitamento das nossas maiores riquezas – o sol, o mar e o clima – podem proporcionar às pessoas. Para os ambientalistas, ecologistas e outra gentalha, a região deve continuar no estado lastimável e de vergonhoso abandono em que se encontra. Ou, como se costuma dizer, entregue aos bichos. E, mesmo assim, apenas a alguns, porque caso se trate de uma zona de paisagem protegida nem uma vaca lá pode pastar, não vá o simpático ruminante comer alguma florzinha em vias de extinção ou esmagar com uma bosta mais consistente uma lagartixa de espécie protegida.

domingo, 15 de fevereiro de 2009

X coração

Um coração de proporções gigantescas pairando junto ao edifício sede de uma Câmara Municipal é coisa para dar azo a algumas especulações. Principalmente a alguém que, tal como eu, goste de especular.
Posso ser levado a crer que se trata de uma qualquer iniciativa destinada a verificar o estado de saúde, nomeadamente o relacionado com o coração, da população lá do sítio. Igualmente não será de excluir a hipótese de se tratar de uma mensagem publicitária do género a Câmara Municipal de Grândola ama os seus munícipes ou o inverso, que pode também ser verdade, “Os munícipes de Grândola amam a sua Câmara Municipal”. Nada de estranho, ainda mais se atendermos aos tempos pré eleitorais que se vivem e à facilidade com que alguns se apaixonam e desapaixonam pela sua Câmara consoante as cores de que a mesma se vai revestindo.
Ou, lembrei-me agora e atendendo a que a foto foi obtida ontem, pode apenas ser uma maneira de recordar a quem passa que é “Dia dos Namorados”. Ainda assim ninguém me tira da cabeça que há ali uma espécie de mensagem subliminar...

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

A moral, a moralização e outros pecados

Este post do meu amigo Albino no seu Estremoz em Debate motivou as mais variadas reacções. De concordância a maior parte, o que atendendo ao público-alvo não é de espantar, e outras que nem por isso. Inclusivamente alguém manifestou, sob a forma de comentário, o seu desagrado e também a sua ignorância relativamente à matéria acerca da qual o Albino dissertou.

Fez-se passar a ideia, com sucesso diga-se, que a moralização da administração pública passaria por uma reforma que, entre outras coisas, iria acabar com as promoções automáticas na carreira dos funcionários e que essas subidas passariam a ter apenas em consideração o mérito de cada um. Nada mais falso, como sabem os que conhecem estas coisas, porque nunca houve na administração pública promoções automáticas. Todo o processo de subida de categoria era precedido de um concurso, que obedecia a formalidades diversas que foram variando ao longo do tempo e dos humores dos governantes.

De forma automática e apenas condicionada pela obtenção de classificação de serviço nunca inferior a bom, era a progressão na carreira. Método que veio substituir, em 1989, as antigas diuturnidades que existiam desde tempos imemoriais na função pública e que ainda hoje são usadas em muitas empresas do sector privado.

A tão propalada reforma não veio alterar estes princípios. Pelo menos da forma radical que é anunciada e que muitos – coitados – gostariam que fosse. Aquilo que o governo fez foi alargar em muito o tempo necessário para a tal progressão automática e conceder aos dirigentes um poder discricionário – ou se quisermos discriminatório – acerca de quem deve ou não ser promovido ou progredir na sua carreira, como muito bem escreve o Albino.

Concluindo, actualmente o nabo com cartão do partido ou a gaja boazona que o dirigente máximo do serviço – qualquer que ele seja - anda a comer, continua a subir de forma automática, muito mais rapidamente e a ter aumentos maiores do que antes o funcionário competente. E quem diz a boazona diz um qualquer paneleiro, se o tal dirigente for desses, porque aqui pelo blogue não há discriminações.

Ou melhor. Haver até há, mas fica sempre bem dizer que não há.

Desculpas...

Apesar da crise, dos despedimentos e dos sucessivos encerramentos de empresas, parece haver ainda empresários patrões que necessitam recrutar pessoal e não encontram ninguém disposto a trabalhar nas suas empresas. Ao que garantem, a culpa será do chorudo subsídio de desemprego que generosamente é atribuído aos desempregados e que motiva pouca apetência aos beneficiários desta prestação social em aceitar qualquer emprego mal remunerado.

Não sei se os empresários patrões lusos terão ou não razão naquilo que afirmam. O que me parece é que, como dizia o amigo Simão Serafim¹, o exemplo tem de vir de cima e de cima há muito que não aparece nenhum exemplo de jeito, nem que mereça ser seguido quando a matéria a tratar é aproveitamento da coisa pública. Perante tudo o que se tem visto, lido e ouvido nos últimos tempos, quem pode criticar que alguém opte por ficar em casa e receber praticamente o mesmo dinheiro não trabalhando em vez de aceitar um emprego com um salário de miséria?!

Nem desconfio se situações dessas ocorrem com frequência. O que me parece estranho é que, sendo o mercado que comanda o funcionamento da economia e havendo escassez de mão-de-obra, não interessando para aqui o motivo, os salários não aumentem e os empresários patrões que disso se lamentam não subam o valor das remunerações pelas quais pretendem contratar trabalhadores continuando a insistir em oferecer o salário mínimo…

¹ Alguns sabem do que estou a falar e lembram-se da tirada, de todo inesperada, que deixou boquiabertos os que assistiam a uma célebre reunião no Teatro Bernardim Ribeiro…

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

No tempo do Eça estas coisas resolviam-se à bengalada. Essa é que é essa!

A detenção em flagrante delito não parece ter sido suficiente para desmotivar um bando que, tudo indica, continua a andar por aí. Segundo alguns rumores, terão sido novamente avistados cidadãos estrangeiros a rondar pelos bairros do Monte da Razão, Quinta das Oliveiras e da Salsinha, locais onde ainda recentemente foram assaltadas várias residências e duas mocinhas, vindas do leste europeu para exercitar as artes do gamanço, foram apanhadas com a boca na botija. Ou, talvez seja mais apropriado, com a mão na massa.

Claro que esta malta pode, com toda a legitimidade continuar a passear-se e a desenvolver a actividade que as trouxe até cá. Por mais assaltos que pratiquem e por mais vezes que sejam apanhadas haverá sempre alguém que se encarregará de as devolver à liberdade. Afinal vivemos num país livre e onde as mais amplas liberdades, garantias e direitos são assegurados a quase todos. Pelo menos aos que cometem algum tipo de crime.

Já os potenciais alvos desta rapaziada estão por sua conta e risco. Apesar dos avisos das autoridades, pouco ou nada poderão fazer para proteger os seus pertences da cobiça alheia. Acredito que não seja a melhor solução mas, a continuar assim, parece inevitável a organização de passeios de moradores pelas ruas do bairro. Cada um, como no tempo do Eça, munido de uma bengala. O que, para além de não ser proibido nem constituir nenhum crime, pode ser uma óptima maneira de resolver qualquer questiúncula como na época Queirosiana se resolviam os mais variados diferendos. À bengalada.