Mesmo não conhecendo os contornos da história não deixo de achar ridículo que um casal de ex-namorados se digladie em tribunal porque ambos reclamam a posse de um boletim premiado do euro milhões e principalmente o respectivo prémio que ascenderá aos quinze milhões de euros.
É natural que tanto dinheiro dê origem a divergências quanto à forma de o gastar. Mais ainda quando, como parece ter sido o caso a serem verdadeiros os relatos da comunicação social, a família se mete ao barulho. Pior. Parece que a sogra, que nunca terá chegado verdadeiramente a sê-lo, estará, ainda segundo a comunicação social, também envolvida no assunto.
Seja como for não é fácil a quem está de fora e desconhece os meandros da tramóia perceber porque raios não dividem o prémio ao meio e vai cada um à sua vidinha. Serão sete milhões e meio de euros um valor incapaz de proporcionar aos litigantes uma qualidade de vida à medida dos seus anseios e que justifique uma querela capaz de se arrastar por muitos e longos anos pelos tribunais – e pela praça pública – sem que entretanto possam usufruir do dinheiro? Ou será gente tão endinheirada que mais milhão menos milhão bloqueado no banco durante dois, três ou mais anos pouca diferença faz? Provavelmente nem uma coisa nem outra. Estaremos apenas perante uma invulgar demonstração de ganância misturada com uma quantidade anormalmente elevada de parvoíce.
A lei certamente não o permitirá, mas bem feito – mesmo feito – era o juiz que julgar o caso atribuir o dinheiro a uma instituição de solidariedade qualquer.
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