segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Cervejolas e javardolas

“Os trabalhadores da Câmara não limpam o lixo…os malandros!” “…Então agora com a empresa é ainda é pior! Palhaços!”
Pois. O que indivíduos como o que deixou as grades de cerveja ignoram é que cada tonelada lixo indiferenciado recolhido no concelho e depositado em aterro é paga e muitíssimo bem paga pelo depositante. Ou seja pelo Município. Que é como que diz por todos nós, porque cada cêntimo que sai dos cofres da autarquia saiu primeiro do bolso de cada habitante do concelho. Inclusivamente de javardolas que são incapazes de colocar duas dúzias de garrafas num ecoponto a cinco metros de distância. Atitudes como a protagonizada pelo autor desta proeza mais não são do que atirar dinheiro para o lixo. Literalmente.

domingo, 30 de agosto de 2009

Um dia a casa vem a baixo…

E, provavelmente, seria mesmo o melhor. Não se afigura que esta solução, provisória por certo, seja a mais apropriada em termos arquitectónicos para manter o imóvel em pé. Mas isto sou eu a dizer, que não percebo nada disto e apenas gosto de emitir opiniões irrelevantes.

sábado, 29 de agosto de 2009

Eles vêm aí…

Num gesto completamente estúpido, despropositado e desnecessário o governo português aceitou acolher em território nacional dois terroristas e criminosos presos em Guatanamo. A intenção será apenas ter algum protagonismo na cena internacional porque, como é óbvio, nada de bom advirá para o país pelo facto de darmos acolhimento a esta espécie de esterco. Pelo contrário, tal cenário constituirá mais uma dor de cabeça – e das grandes – para os responsáveis pela segurança nacional.
Ana Gomes, o Bloco de Esquerda e outros parvos exultarão com a vinda de tão ilustres hóspedes, não se cansando de mencionar as suas inúmeras virtudes na luta contra o imperialismo ianque e o mundo ocidental em geral, bem como de enaltecer a sua resistência heróica às atrocidades cometidas por esses malandros dos americanos. Por mim, tal como quase todos os portugueses, lamentarei cada um dos muitos cêntimos que esses dois filhos de um cão vão gastar aos contribuintes.
E nem vale a pena virem para aqui os comentadores do costume alegar a inocência de muitos dos que estão retidos naquela estância balnear e evocar aquilo a que chamam violação dos direitos humanos por parte dos Estados Unidos. Dispenso esse chorrilho de disparates quase tanto como abomino as frases feitas daqueles que, com o cuzinho em segurança, pouco se importam com as vitimas inocentes que estas bestas de toalha na cabeça vão fazendo por todo o mundo.

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Mais do mesmo

Foi finalmente divulgado o tão aguardado programa eleitoral do PSD. Ficámos assim a saber quais são as grandes linhas orientadoras de um eventual governo chefiado por Manuela Ferreira ou, pelo menos, aquilo que é possível divulgar antes das eleições. O que, como sabemos de outros actos eleitorais, não quer necessariamente dizer que seja o que vai fazer caso chegue ao poder.
Da análise do dito programa é possível constatar, logo numa primeira leitura, aparentes contradições. Isto para ser simpático, claro. Garantem os sociais-democratas que pretendem acabar com o facilitismo no ensino. Parece-me bem. Não estou no entanto a ver como é que vão conciliar isso com a intenção de, expressa poucas páginas depois, aumentar a percentagem da população portuguesa com ensino secundário e universitário…Será que vem aí as Novas Oportunidades 2.0?!
Muitas – bom, muitas é uma força de expressão que o programa é curtinho - são as propostas que envolvem aumento da despesa ou implicam redução da receita do Estado. Quase todas destinadas às empresas e aos empresários que, como se sabe é tudo gente séria ou honesta - mas raramente ambas as coisas – com ampla experiência em malbaratar os muitos incentivos que já lhes foram atribuídos ou em “investi-los” em proveito próprio, como é público e notório. Neste cenário não se afigura nada difícil calcular a quem vai sair a fava no próximo orçamento…

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Subsidiodependência

A edição de hoje do Correio da Manhã dá-nos conta que o Estado – todos nós – anda a pagar subsídios a criminosos. Olha que novidade! Como se a generosidade estatal para como a criminalidade de todas as espécies não fosse coisa há muito conhecida. Começa com a brandura patenteada pelas sucessivas vagas legislativas cada uma mais permissiva que a anterior, continua nos tribunais onde as leis são aplicadas com uma benevolência enternecedora e termina com a candura das assistentes sociais, vulgarmente conhecidas no meio como “Santas”, sempre dispostas a dar este mundo e o outro aos que consideram desprotegidos, excluídos e marginalizados. Ou que entendem não ter nascido para trabalhar e fazem disso um estilo de vida que, por força do hábito, já se tornou uma questão de identidade cultural a preservar.
Exemplos do que é hoje publicado por aquele jornal diário são conhecidos por todo o lado. Inclusive por cá. Basta ir à estação dos correios em certos dias do mês, percorrer alguns locais da cidade ou, simplesmente, estar atento ao que se passa à nossa volta. Claro que nem todos se dedicam a actividades menos lícitas exercidas de forma violenta. Alguns, coitados, nem para isso terão jeito. Mas outros, conhecedores da nossa pacatez, hospitalidade e da tranquilidade de que por aqui podem usufruir, não hesitarão em escolher um certo resort para recuperar das canseiras e do stress causados pela sua actividade e “recarregar baterias” para novas iniciativas no âmbito do gamanço.

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Mourinho e os seguidores do Mofama

Aqueles panisgas de toalha enrolada na cabeça, qual senhora acabada de sair do duche, não gostam da liberdade de expressão. Em bom rigor não gostam de qualquer espécie de liberdade. Agora deu-lhes para implicar com José Mourinho por este ter afirmado que um seu jogador, muçulmano, estaria a render menos que o desejado por estar a cumprir o Ramadão. Embora o “Special one” se tenha limitado a constatar o óbvio, os líderes da seita ficaram chateados e já afirmaram que o treinador português devia era falar menos.
Que os gajos resolvam não comer ou beber entre o nascer e o pôr-do-sol é lá com eles. Agora que não aceitem que alguém critique esse comportamento, principalmente num desportista de alta competição, muitíssimo bem pago e que por via de assim proceder não consegue produzir aquilo que a entidade patronal espera dele quando lhe paga o ordenado é que já não me parece razoável. Mas, vindo de quem vem, o contrário é que seria de estranhar.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Os "jovens"

Compreendo a indignação dos moradores quando criticam a actuação da polícia que terá entrado aos tiros pelo bairro onde residem. É de facto desagradável, aborrecido até, ser incomodado por uns quantos chuis armados em cowboys enquanto se está em amena cavaqueira com a vizinhança, salientando as potencialidades do último modelo da BMW estacionado à porta de casa, delineando a estratégia para “fazer” a próxima ourivesaria ou analisando os melhores locais para a prática do carjaking, que é um desporto radical muito em moda em certos meios. Afinal, depois de um extenuante dia de trabalho, enquanto a patroa confecciona a janta um homem tem que se entreter com alguma coisa.
Neste ambiente calmo e tranquilo não me parece adequado desatar a disparar. Tratando-se de uma zona residencial é coisa que intrusos não devem fazer. Ainda para mais quando esse local é habitado por gente séria, honesta, trabalhadora e pacata. Mesmo que em cada um dos habitantes não seja possível encontrar mais do que uma dessas qualidades. Perante uma actuação destas é natural que os cidadãos se aborreçam. O direito ao aborrecimento é, alias, um direito constitucional – se não é devia ser – e este pessoal sabe exercê-lo como ninguém. Embora não conste que dos tiros, todos para o ar, tenham resultado mortos ou feridos entre os canários, papagaios e outras aves canoras, os habitantes resolveram exercer o seu direito de riposta e vá de desatar a ripostar aos tiros da polícia. Com igual má pontaria porque, ao que parece, também não haverá feridos a registar entre as forças da ordem.
Como ciclicamente as televisões nos vão dando conta, morar em bairros sociais, pagos com o dinheiro de todos, aparenta ser uma coisa divertida. Além de não se pagar renda, água ou luz, pode-se bater na polícia, dar tiros por tudo e por nada, “róbar” sempre que lhes apetece e vangloriar-se de tudo isso impunemente em horário nobre. E tem ainda a maior de todas as vantagens. É-se sempre “jovem”…

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Opinião irrelevante do dia

A frase irrelevante, ou apenas parva, do dia foi hoje pronunciada pela Ministra da Educação. Garantia a senhora cheia de satisfação com o sucesso das políticas do seu ministério que “só passa quem sabe”. Provavelmente aquele aluno que passou com oito ou nove negativas deve ser um génio. Só que ainda não sabe…

Vocês sabem do eu estou a falar...

Admiro o profissionalismo evidenciado pela esmagadora maioria das equipas que militam na primeira Liga do futebol português. Principalmente quando jogam contra o Benfica. Os seus jogadores correm e lutam como se não houvesse amanhã, deixam a pele em campo e disputam cada lance como se fosse o último das suas vidas ou dele dependesse a vitória num campeonato do mundo. Pena não jogarem sempre assim. Ou melhor, pena fazerem-no só em dois jogos cada época.
Não quero acreditar que a esta atitude competitiva possam estar associados os chorudos prémios de jogo que, alegadamente e a acreditar em certas coisas que se vão ouvindo por aí, a cada jornada um sócio ou adepto do adversário do glorioso terá para oferecer em caso de vitória. Isso seria mau profissionalismo para não chamar outra coisa.
Mau profissionalismo, este no âmbito da gestão, deve ser o que vai por uma determinada Sociedade Anónima Desportiva. Apesar dos muitos milhões ganhos nos últimos anos nas provas da uefa e da venda por valores estratosféricos de bastantes jogadores, as contas da agremiação insistem em não sair do vermelho. É caso para perguntar para onde irá tanto dinheiro…

domingo, 23 de agosto de 2009

Anónimos

De vez em quando levantam-se umas quantas vozes bradando contra os blogues anónimos ou o que neles se publica – ainda que sob a forma de comentário – “exigindo” que o autor da opinião emitida esteja devidamente identificado. Não me revejo neste tipo de crítica e considero esta posição difícil de sustentar num quadro que se pretende de liberdade e de ausência de amarras ao uso da internet.
Mais que o anonimato, que para alguns parece ser bom quando diz bem e mau quando diz mal, o que me deixa atónito é a falta de tacto, de juízo se preferirem, que muitos editores, comentadores e leitores destes espaços não se cansam de exibir. Os primeiros porque constituindo a blogosfera, na opinião de Vital Moreira, o quinto poder, não revelam capacidade para o exercer. Os segundos porque acham que a caixa de comentários de um blogue se assemelha à parede de uma casa de banho pública e, por último, os leitores que propagam quase à velocidade da luz muitas das atoardas que vêem publicadas e que depois de ajudarem a espalhar se apressam a condenar.
Embora não construísse este blogue de maneira diferente, rejeito liminarmente a sua inclusão no lote dos blogues anónimos. Desde o primeiro post que assumi a sua autoria e a diferença entre “anónimo” e “pseudónimo” pode ser encontrada em qualquer dicionário de língua portuguesa. Não colhem, não fazem sentido e não produzem por isso nenhum efeito, algumas insinuações que aqui vão deixando sempre que toco em temas mais “sensíveis” e que fazem questão de me recordar que isto de anonimatos é muito relativo. Insinuações anónimas, saliente-se.

sábado, 22 de agosto de 2009

Velharias esquisitas

Tudo se vende e tudo se compra. A prova disso são os “artigos” que semanalmente se encontram expostos na feira de velharias. Muitos são verdadeiras bizarrias, alguns vieram de uma qualquer lixeira e outros aparentam ser de origem mais que duvidosa. Apesar disso e dos preços absurdamente elevados, vai sempre havendo quem compre alguma coisa e desde que comprador e vendedor fiquem satisfeitos com o negócio realizado nada haverá a apontar. É o mercado a funcionar no seu melhor e pronto.
Quanto à bicicleta híbrida que este sábado suscitou a minha curiosidade nem sei muito bem em que categoria das que acima mencionei a hei-de enquadrar. Parece-me suficientemente bizarra, terá porventura sido recolhida do lixo e constitui uma verdadeira inutilidade à qual não vislumbro grande serventia. Ainda assim desconfio que algum “esperto” a vai comprar para enfeitar o monte.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Justiça cegueta

Não percebo a indignação que grassa pela blogosfera e por outros meios onde a voz da rua ainda se vai fazendo ouvir, a propósito da aparentemente estranha decisão judicial de obrigar dois policias vítimas de agressão a pagar as custas do processo que resolveram mover aos agressores. Antes de mais há que reconhecer que é muito bem feito. Os senhores agentes da autoridade não tinham nada que incomodar a justiça com estas minudências, nem tão pouco reclamar dos pobres cidadãos uma choruda indemnização que os mesmos não teriam condições de satisfazer. Condição, recorde-se, devidamente atestada pelas autoridades competentes para o efeito.
Esta sábia decisão revela igualmente que vivemos num país evoluído e onde os valores fundamentais são respeitados. Noutro lugar, desses que muitos admiram mas onde poucos de nós quereríamos viver, existiria a forte probabilidade de os fulanos, ainda antes de agredir os polícias, levarem um tiro nos cornos e a coisa ficar por ali sem que ninguém se preocupasse muito com isso. Nós somos diferentes. Consideramos os criminosos como pessoas boas que ainda não tiveram ocasião de mostrar ao mundo quanta bondade vai no seu coração. É por isso que lhes damos sempre mais uma oportunidade para o fazerem.
Entretanto alguém tem de ir pagando a conta. No caso os agredidos, embora corram rumores que eu acabo de inventar e ainda ninguém desmentiu, que estarão em curso algumas iniciativas de solidariedade promovidas pelo Partido Comunista, o Bloco de Esquerda e outras forças revolucionárias, visando assegurar a angariação de fundos para ajudar os agentes a pagar a elevada quantia que estão agora obrigados a suportar.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Estacionamento tuga

Salvo raras excepções, que é como quem diz excepto aos Sábados de manhã, não se verificam em Estremoz dificuldades de estacionamento. A menos, claro está, que os condutores insistam em levar o carrinho para o interior dos estabelecimentos onde se deslocam ou, como é agora o caso, queiram à viva força deixar a viatura à sombra. É por isso que começa a ser comum ver carros estacionados nos locais mais inusitados e onde até há pouco tempo atrás seria impensável tal acontecer. A placa onde se realiza o mercado semanal e o passeio à volta do Rossio são apenas dois exemplos dos locais mais procurados pelos automobilistas mais sensíveis ao calor ou preocupados com a conservação dos seus meios de transporte.
Não é que tenha saudades do outro pirata, mas na altura em que esse personagem andava por cá coisas destas não aconteciam. A não ser que o prevaricador fosse uma senhora bem-apessoada e não revelasse dificuldade em exibir um sorriso simpático. Pelo menos.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Portugal de verdade

Num documentário-reportagem-noticia ou seja lá o que for exibido pela SIC, tentou-se fazer passar a ideia, a propósito da intenção já anunciada pelo primeiro-ministro e pelo ministro das finanças de retirar benefícios fiscais aos portugueses com rendimentos mais elevados, que alguém que aufira um ordenado líquido de cinco mil e oitocentos euros vive no limiar da subsistência e família que se tenha de governar com dois mil euros por mês vegeta na miséria e leva uma existência digna de dó. Pelo menos era o que garantia um brilhante fiscalista enquanto explicava alarvemente que os ricos não pagam impostos – olha que grande novidade - e que mesmo com os ricaços que ainda vão pagando alguma coisa é preciso ter cuidado não vão eles por a fortuna ao fresco. Que é como quem diz ao largo.
A forma peremptória como o tema foi abordado pelos diversos intervenientes abalou profundamente as minhas convicções em matéria fiscal e fez-me ver que não passo de um ignorante. Uma verdadeira besta, reconheço. Afinal, ao contrário do que eu pensava, não são os pobres que emigram por o país não lhes proporcionar condições de vida minimamente aceitáveis. Parece que quem vai bazar daqui para fora, se esta ideia estapafúrdia for em frente, vai ser a tal malta dos cinco mil e oitocentos por mês.
Também acreditava, pelo menos até ontem, que apesar de não ter um ordenado daquela grandeza – termo bem escolhido não acham?! – estaria longe de ser pobre. Parece que me enganei e, agora que dei conta do meu erro, garanto que nunca mais irei reclamar nem vociferar para o televisor quando o conhecido e brilhante fiscalista por lá aparecer a explicar que, em nome do controlo da despesa e do rigor das contas públicas, os vencimentos dos funcionários públicos, as despesas com a saúde, a educação ou as reformas não podem aumentar. O que é compreensível. O Orçamento de Estado deve é garantir as benesses fiscais de quem, todos os meses, leva para casa cinco mil e oitocentos euros…

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Que merdas é que andam a por na água engarrafada que esta gente não atina com o buraco?!

Estremoz é o concelho do distrito, logo a seguir a Évora e a grande distância de quase todos os outros, que mais recicla. Os dados são da empresa que procede à recolha e tratamento dos resíduos sólidos urbanos e estão disponíveis na sua página na internet. Isto permite concluir que os estremocenses aderiram à ideia da reciclagem e que têm hoje uma consciência e uma prática ambiental perfeitamente consolidada.
Claro que, como em tudo na vida, existem sempre as ovelhas ranhosas. Ou porcos, no caso. E se nesta altura não espantará por aí além ver um reco ranhoso - será até mais ou menos normal - não deixa de ser estranho que o dito suíno não consiga introduzir meia dúzia de garrafões num ecoponto.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Cidade-livre?!

Durante os anos oitenta do século passado muitos municípios auto-proclamaram-se zona livre de armas nucleares, proibindo o armazenamento ou transito destas armas pelo território onde exercem a sua autoridade. Tal declaração não passou de um mero acto demagógico por, na prática, nunca poder produzir qualquer tipo de efeito. Por um lado não se conhece, nem tão pouco suspeita, da existência desse tipo de armamento como a existir ninguém acredita que as entidades militares peçam autorização seja a quem for para o armazenar ou transportar.
A queda do comunismo e o fim da guerra-fria ditaram o fim de muitas causas deixando pelo mundo fora – e também em Portugal – muitos órfãos destas militâncias. Foi, por isso, necessário encontrar novos moinhos de vento. Por cá, entre outras, surgiu a luta contra a tourada e, surfando esta onda, alguns autarcas aproveitaram já para declarar as respectivas terrinhas como “cidade anti-touradas” não autorizando a realização de espectáculos taurinos. Embora não seja aficionado este tipo de comportamento afigura-se-me pouco correcto, condenável e mesmo discriminatório relativamente a uma faixa populacional que aprecia este género de espectáculos. Para além de não ter outro efeito que obrigar os que gostam deste espectáculo a deslocarem-se às terras vizinhas que certamente não deixarão de aproveitar a oportunidade de negócio que lhes é proporcionada.
Temo que esta onda proibicionista se venha a alargar a outros sectores que o lobby do pensamento pretensamente politicamente correcto e dos militantes das causas parvas e totalmente desprezíveis não gostem, não apreciem ou que achem não se dever realizar. Não tarda estarão a propor a proibição da realização de sardinhadas, festivais de marisco ou festas populares que envolvam a degustação de qualquer tipo de animal abatido para o efeito. Não se arranjará por aí uma cidade, que seguindo este exemplo, se livre deste tipo de gente?!

domingo, 16 de agosto de 2009

Burlões

As burlas a empresários do ramo imobiliário por parte de cidadãos de etnia cigana, a que comunicação social tem vindo a dar eco nos últimos tempos e que resultou na recente detenção de duas pessoas dessa comunidade, não são novas e há muito que circulam estórias, mais ou menos rocambolescas, acerca dessa actividade.
É verdade que nenhum dos grupos envolvidos é conhecido pela lisura de processos ou pela transparência quanto à maneira como os rendimentos que sustentam o seu modo de vida são obtidos. Talvez por isso este tipo de crime não tenha ainda motivado por parte da opinião pública uma onda de indignação. Nem é crível que venha a suscitar. O mais provável é mesmo é este modus operandis vir a ser adoptado por outros bandos e o numero de burlados crescer significativamente.
Neste caso apenas me surpreende o facto de o SOS Racismo, o Bloco de Esquerda, o Partido Comunista e outros defensores de causas parvas e totalmente desprezíveis, ainda não terem tomado posição quanto a esta matéria. Nomeadamente para reclamarem o direito inalienável dos ciganos a burlar seja quem for e condenarem veementemente a ganância de empresários sem escrúpulos que se querem encher de dinheiro à custa de uma minoria socialmente desfavorecida, estigmatizada e injustamente discriminada no acesso aos mais básicos meios de subsistência.

sábado, 15 de agosto de 2009

Eleitores fantasma

A existência de seiscentos e cinquenta mil eleitores fantasma nos cadernos eleitorais constitui uma fraude de dimensões preocupantes que não está a ser devidamente valorizada pelas autoridades com responsabilidade na matéria nem pela opinião pública. Tal facto devia constituir motivo mais do que suficiente para adiar os próximos actos eleitorais até a verdade eleitoral e o cumprimento das leis da república estarem assegurados.
Quanto às legislativas, poderá estar em causa a fiabilidade dos resultados eleitorais em virtude da distribuição dos deputados pelos diversos círculos poder não corresponder ao número real de eleitores existentes em cada distrito, o que pode, no limite, falsear o número de representantes de cada partido na Assembleia.
Relativamente às autárquicas, a não haver correcção dos cadernos, estará em causa o número de lugares de vereadores, de membros das Assembleias Municipais e de Freguesia bem como a remuneração dos mesmos e o número de membros do gabinete que podem admitir. Como se pode constatar no mapa anexo – clicar para aumentar o tamanho da imagem – a actualização do número de eleitores pode significar em alguns municípios e freguesias uma baixa significativa dos vencimentos dos eleitos e isso, convenhamos, é coisa que não dá jeito nenhum.
Não sei se será ou não o lobby autárquico o principal responsável por este estado de coisas, agora que é ele o principal beneficiário restarão poucas dúvidas.
O mapa publicado bem como outra informação relativa a este tema podem ser consultados em www.dgaa.pt

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Assim está melhor…

Poucos dias depois de ter publicado este post o espaço em causa apresenta agora um aspecto completamente diferente. Está, como é fácil de constatar, muito melhor. Merece, por isso, destaque aqui no Kruzes. Não por esse facto, porque esse devia ser o seu estado normal, mas sim pela pronta intervenção dos serviços responsáveis pela limpeza do espaço. No caso a Junta de Freguesia da respectiva circunscrição.
Para que nos entendamos e simultaneamente sossegar alguns apaniguados mais histéricos é bom que se perceba que escrever acerca daquilo que nos parece estar menos bem é, também, um acto de cidadania, o exercício de um direito – quiçá o cumprimento de um dever – e não pode ser encarado como maledicência ou, como frequentemente se pretende fazer crer, uma espécie de ataque pessoal, politico ou de qualquer outra natureza, às pessoas com responsabilidade na gestão da coisa pública. Apaniguado ou comentador que não entenda isto, há que dizê-lo com toda a frontalidade, é parvo.

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

O Homem do Bloco

Durante algum tempo o Homem do Bloco que, recorde-se, não é de esquerda, não escreve em jornais e não liga nenhuma a essa parvoíce dos blogues, foi protagonista de diversas histórias aqui pelo Kruzes. A identidade da criatura suscitou até, entre os leitores, uma inusitada inquietação e várias foram as tentativas de descobrir a verdadeira identidade do nosso herói. Todas frustradas, diga-se.
Para desgosto de alguns a personagem desapareceu das páginas do Kruzes. Eclipsou-se. Sumiu. Deu-lhe o amok concluíram outros. Errado. Nada mais errado. Contra todas as expectativas ele continua a andar por aí. Parece, pelo menos é o que garantem fontes geralmente muito mal informadas e quase sempre danadas para a brincadeira, que o dito cujo terá sido visto a introduzir-se à sorrelfa num bar muito frequentado. Infelizmente o repórter no local preferiu apontar a objectiva para a placa publicitária e por isso ainda não é desta que ficamos a conhecer o nosso Homem do Bloco.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Quem não tem cão também vota...

Apesar de mensalmente serem enviados para incineração mais de duzentos quilos de cão, o que revela estar o serviço competente que cá pelo burgo trata destas coisas a ser mesmo competente, arrisco-me a calcular que idêntico peso em merda de canito é deixada ao abandono pelos espaços públicos da cidade em igual período de tempo. E se relativamente à captura e abate dos animais vadios tem sido dada uma resposta muitíssimo satisfatória já o mesmo se não pode dizer do triste espectáculo proporcionado por dezenas de estremocences que passeiam os seus cãezinhos – ou simplesmente os soltam – deixando passeios, ruas e espaços verdes pejados de dejectos.
Não penso que a solução passe por colocar a polícia atrás desse pessoal mal-educado nem, ainda menos, fazer campanhas de sensibilização ou qualquer outra coisa que apele ao civismo de gente porca. A solução passará inevitavelmente pelo agravamento significativo do preço a pagar pelas licenças e pelo registo nas juntas de freguesia, bem como por uma fiscalização séria do cumprimento destas obrigações por parte dos possuidores de animais.
Poderá alegar-se que as juntas de freguesia não terão meios humanos nem financeiros para promover toda esta actividade administrativa e fiscalizadora. Admito que não tenham. A solução teria de passar pelo recurso ao outsourcing, um conceito todo modernaço e já aplicado noutras áreas, inclusive por algumas freguesias.
Isso ou outra coisa qualquer. Porque eu, que não tenho cão, também voto.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Contraditório ou talvez não...

Não constitui um hábito neste blogue responder aos comentários, aprovados ou não, que aqui vão sendo deixados pelos muitos visitantes deste espaço. Abro hoje uma excepção para dar resposta a dois leitores que suscitaram questões que considero pertinentes e relativamente às quais, embora por razões distintas, entendi exercer o meu direito de censura. Que é como quem diz, não publicar.
No caso da “Vizinha do 1º frente”, de facto, tudo o que escreve corresponde à verdade. No entanto, como deve calcular, há verdades inconvenientes. Nem que seja, como é o caso desta, por razões geográficas.
Quanto ao anónimo cliente da Vodafone com o IP 77.54.131.161 enquanto continuar a tecer considerações de teor racista, xenófobo e carregadas de ódio – assim uma espécie de campanha negra, feita de perseguição pessoal e comentarismo travestido – relativamente à comunidade residente nas Quintinhas, que no fundo é igualzinha a você – sendo que o contrário também se aplica – não poderei, como compreende, aprovar os seus comentários. Já na parte em que se refere à minha pessoa devo dizer-lhe que está enganado. A possibilidade de ser seu pai é muito, mas mesmo muito remota. É que nunca fui de frequentar prostíbulos.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Estacionamento tuga

Diversas vezes me referi neste blogue à forma despreocupada, para qualificar simpaticamente, como os condutores tugas abandonam os seus veículos em qualquer lado e de qualquer maneira. Ainda assim há sempre alguém que me consegue surpreender. Embora a foto não mostre, neste local os lugares de estacionamento - pagos é bom salientar - estão devidamente marcados no pavimento, nada me leva a crer que não tenham as dimensões adequadas e a manobra para arrumar a viatura dentro do espaço assinalado não se reveste de especial complexidade. Tal facto não obstou a que o condutor do veículo azul estacionasse como a imagem documenta e, pior, abandonasse o local com o carrito naquela posição.
Não aprecio vândalos nem suporto actos de vandalismo, mas lá que um gajo que deixa o automóvel assim está mesmo a pedir um bom risco na pintura lá isso está.

domingo, 9 de agosto de 2009

Procedimentos...

Todos conhecemos, ou pelo menos já ouvimos falar de esquemas mais ou menos manhosos para contornar a justiça. Desde súbitas e selectivas amnésias a caganeiradas monumentais que impedem o mais voluntarioso e pacato cidadão de comparecer em tribunal ou de cumprir as obrigações que a lei exige.
No Expresso desta semana, a propósito de uma polémica bem actual, conta-se uma estória deliciosa de um candidato às eleições legislativas que terá tido o terrível azar de lhe ter sido engessado um braço precisamente na véspera de um teste policial à sua caligrafia, que teria de realizar no âmbito de um processo em que era suspeito de práticas muito pouco transparentes. Ao que parece o clínico autor da “obra”, a acreditar no dito jornal, familiar do candidato em causa e especialista noutra área bem diferente da ortopedia, terá apenas, segundo a Ordem dos médicos, tido um procedimento médico inadequado. Ou então, mas isso sou só eu a dizer, tirou o curso por fax e fez exame a um domingo.
Tal “azar” não constituiu, no entanto, motivo bastante para o agora candidato deixar a vida política. Pelo contrário, garantiu-lhe um lugar em posição elegível nas listas partidárias e vamos, quase de certeza, vê-lo dentro de poucos meses no parlamento a esbracejar sem que seja visível qualquer sequela da mazela que o atormentou. Tal como o médico, que continuará a efectuar procedimentos. Adequados, espera-se.

sábado, 8 de agosto de 2009

Os túneis do nosso descontentamento

Sim, é verdade. A luz ao fundo do túnel é já perfeitamente visível. A entrada no próximo túnel está prevista lá para Janeiro.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Kruzes cultural

Sem que perceba muito bem porquê, está enraizada entre os leitores mais habituais do Kruzes a convicção que o autor deste blogue despreza profundamente tudo o que tem a ver com cultura e com actividades culturais. Nada mais falso. Embora, reconheço, os meus conhecimentos em termos artísticos sejam confrangedoramente reduzidos. Para provar que até me interesso por essas coisas publiquei ontem uma foto obtida numa espécie de manifestação de cultura popular e mostro hoje uma outra tirada numa exposição de “coisas”, provavelmente obras de arte, que podem ser vistas e apreciadas num espaço público da cidade.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Macaquices

Certos argumentos, insinuações, conjecturas, divagações ou lá o que se lhe queira chamar, de tão rebuscados que são, a confirmarem-se, seriam o fim da macacada. Pelo menos da macacada tal como a conhecemos. É por isso que não acredito neles. Até porque macacos – verdadeiros macacões, nalguns casos – há cada vez mais. No meu nariz, por exemplo, habita uma verdadeira colónia. Mais pequena, ainda assim, da que reside em muitos sótãos. PS – (Pre)Texto sem nexo e (ainda) mais parvo do que o habitual para publicar estas fotos.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Resort das Quintinhas

Pode ser apenas impressão minha mas à vista desarmada o Resort das Quintinhas, onde habita uma numerosa comunidade cigana, apresenta actualmente uma taxa de ocupação muito maior do que quando esta imagem foi obtida. Mesmo sabendo que a foto não é nova - é coisa para ter meia dúzia de anos – e conhecida a capacidade reprodutiva da espécie que ocupa o território, principalmente por isso constituir um elemento fundamental para a manutenção do seu estilo de vida, não deixa de ser preocupante o crescimento urbanístico e populacional do local em questão.
O sossego e a segurança do local, as condições em termos de infra-estruturas de que podem usufruir e os equipamentos, nomeadamente comércio e restauração, que se situam nas redondezas, parecem ser um factor decisivo para os habitantes demonstrarem uma especial apetência para se fixarem por cá. Para além, claro está, das elevadas prestações sociais que generosamente lhes são concedidas por um Estado sempre tão forreta a remunerar quem trabalha e mãos largas a distribuir benesses aos que pouco as justificam.
Para os mais pequenos a zona oferece também condições ímpares de diversão, graças à existência nos arredores de um amplo espaço alcatroado onde podem desenvolver diversas actividades lúdicas. Todas emocionantes e radicais. Podem, muitas vezes enquadrados e sob a supervisão dos progenitores, desenvolver técnicas de insulto, ameaça e, até mesmo, de extracção de bens a frequentadores ocasionais que tenham o azar de partilhar o local com os moradores do resort.
E as festas?! Consta que são uma animação e um verdadeiro espectáculo de som em altos berros, luz à borla, duram até às tantas e prolongam-se por vários dias. E noites. Quanto aos morfes são também do melhor. Parece que a especialidade é febra grelhada em carrinho de supermercado.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

A má notícia

Sempre fez parte das minhas cogitações encerrar o Kruzes Kanhoto e dar por finda a minha participação na blogosfera nacional quando o todo-poderoso Google entendesse cancelar a minha conta do adsense. O que, conforme veio a suceder, podia acontecer a qualquer momento. Os senhores de Moutain View andavam de olho neste blogue, eram visita frequente da “casa” e por isso a exclusão não constituiu surpresa nem me apanhou desprevenido.
Apesar do que escrevi aqui, e mesmo sem saber se as alternativas entretanto encontradas justificarão o espaço que ocupam, o Kruzes Kanhoto manter-se-á activo e continuará a postar alarvidades e a emitir opiniões irrelevantes quase sempre desprovidas de fundamento. Pelo menos enquanto me apetecer e retirar desse facto algum prazer.
Esta é ela própria uma notícia irrelevante, um não acontecimento, algo que não interessa a ninguém e, também, uma alarvidade.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

O contador não engana

Não sei os blogues tem ou não influência na formação da opinião e na escolha dos eleitores. Ignoro igualmente se esta nova forma de comunicar detém algum poder de condicionar a actividade política, as decisões dos políticos ou se constitui uma espécie de pressão sobre os diversos poderes. Como, pela minha parte, não pretendo influenciar, condicionar ou pressionar ninguém isso não é coisa que me preocupe ou, sequer, me interesse. Sei apenas, é uma constatação por demais evidente, que são muitos os que estão permanentemente alerta acerca do que se escreve na blogosfera, para de pronto reagirem a tudo o que considerem pôr em causa a genialidade dos líderes que seguem e a suprema razão das causas em que acreditam. Sejam eles e elas quais forem.
Há também quem garanta que os blogues não têm uma audiência significativa e que não chegarão a mais que meia dúzia de pessoas. Até pode ser. Dependerá com certeza dos blogues e da maneira como se escreve neles. Não se espere que escrita medíocre e temas desinteressantes mobilizem muita gente para a leitura diária deste tipo de espaços.
A título de curiosidade, esta imagem mostra o número de visitantes que durante a última semana visitaram este blogue. Quanto aos outros não sei mas o Kruzes é lido por muita gente.

domingo, 2 de agosto de 2009

Gorjetas

Numa daquelas reportagens próprias da sealy season um canal televisivo passou ontem, num serviço noticioso, uma reportagem onde era feita a apologia da gorjeta. O timming foi o mais apropriado para o fazer porque o sector de actividade escolhido como exemplo - a hotelaria - vive por esta altura do ano a sua época alta e nada como estarmos cientes que é de bom-tom presentear monetariamente quem nos presta um serviço que entretanto já pagámos. Parece até haver uma tabela oficiosa para estas gratificações e que terá como mínimo dez por cento sobre o preço oficial!!!!
Por mim não concordo. Não dou gorjetas ao empregado de um restaurante só porque me serviu cortesmente e o bife com batatas fritas não vinha acompanhado de nenhum pintelho, à camareira do empreendimento turístico onde passo férias porque deixa os lençóis exemplarmente esticados quando faz a cama, nem ao gajo da recepção que se desfaz em sorrisos enquanto me explica como encontro o apartamento que reservei. E que entretanto já paguei, recorde-se.
Não vejo porque motivo à hotelaria há-de ser concedido este privilégio. E porque não quando abastecemos o carro com cinquenta euros dar mais cinco ao empregado da bomba que, todo solicito, até abriu e fechou o depósito? Ou à caixa do supermercado que, irradiando simpatia nos meteu as compras no saco poupando-nos a tão complicada tarefa? E porque não à funcionária do Registo Civil onde fomos tirar o cartão do cidadão e que recolheu as impressões digitais sem nos partir um dedo ou conseguiu a fantástica proeza de tirar uma fotografia sem que ficássemos com aquele aspecto de assaltante de bancos?! Bom…se calhar neste último caso é melhor não. Ainda alguém ia pensar que era corrupção…

sábado, 1 de agosto de 2009

Quem não tem cão passeia o gato

Já tinha conhecimento, através de narrativas geralmente bem-humoradas, que algumas pessoas tentam passear presos por uma trela diversas espécies de animais de estimação, nomeadamente gatos, coelhos, ratos e até patos, como se de um cão se tratasse. Com pouco sucesso como seria de esperar. No entanto só um destes dias tive ocasião de presenciar ao vivo tão patética ocorrência. Um senhor de respeitável idade, pelo menos a suficiente para evidenciar uma dose de bom senso bastante superior aquela que exibia, fazia diversas tentativas para passear - rebocar é capaz de ser mais apropriado - um gato preso por uma trela. Ora acontece que, como seria de esperar, isso desagradava profundamente ao bichano que, por todos os meios, se tentava libertar do elo que o prendia ao dono e evitar tão humilhante situação.
A cena, apesar de divertida para quem assiste, que não para o gato, encerra em si muito de preocupante. Provavelmente muitos serão já os que assim procedem não se dando conta do ridículo do seu procedimento e de quanto anti-natural é o comportamento que querem forçar o animal a adoptar. Nisto, como noutras coisas, não há cá “novas realidades”, “cada um faz o que quer” ou “têm todo o direito de passearem o que quiserem”. É estupidez, parvoíce e o que mais se lhe queira chamar.