quarta-feira, 30 de junho de 2010

Os mercados?! Isso agora não interessa nada...

Estado veta venda da Vivo - olha que magnifica sucessão de vês – pela PT à Telefónica. Num primeiro momento ainda pensei que se tratasse de uma vingançazinha pela derrota de ontem. Mas, embora isto de ser espanhol não seja coisa muito apreciada pelos portugueses por estes dias, não foi nada disso. Nós é que não gostamos da economia de mercado. Ou melhor.  Gostar até gostamos, mas só quando dá jeito. 
Pode ser apenas impressão – má no caso – minha, mas desconfio que nós, pelo menos os que pagam impostos, que agora ficámos todos contentes por esses malandros desses capitalistas não encherem desenvergonhadamente os bolsos, vamos pagar caro por este capricho de uma classe politica que pensa ainda viver em pleno PREC. O que, diga-se, não admira. Foi por essa altura que quase todos os que hoje andam pelas lides políticas aprenderam a tirar partido das maravilhas da intervenção do Estado na vida das pessoas e das empresas.

Há enganos mesmo lixados...

A recente noticia – já com alguns dias – que dava conta do equivoco, chamemos-lhe assim, de um hospital relativamente à morte de uma paciente, já velhota sublinhe-se, ali internada é deveras preocupante. Primeiro porque a unidade de saúde – nem sei se, face aos nefastos acontecimentos, lhe chame assim – dá o dito por não dito e a morta como viva. Depois por uma questão de credibilidade. Estas coisas não são assim. Está a família preparada para fazer um funeral todo jeitoso à defunta e depois fazem-lhe isto. Tá mal. Há, de facto, equívocos, imperdoáveis. Já não se pode confiar em ninguém é o que é. 
Resta saber quem se vai responsabilizar pelos prejuízos que todas esta situação poderá ter acarretado ou, no futuro, vir a acarretar. Quais prejuízos? Bom, não sei ao certo, mas recordo apenas que o iva está a poucas horas de aumentar...

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Portagens?! Não Pagamos!

Parece que as scuts estão a custar o aumento de IRS que, já este mês, senti no meu vencimento. Será, portanto, licito concluir que estou a pagar as passeatas do Pinto da Costa pelas auto-estradas à volta do Porto. E de outros pobrezinhos, também. Pior. Ainda há, mesmo por cá onde pagamos cada metro que circulamos nesse tipo de via, quem entenda isso como algo de bom. Argumenta até que deviam ser os banqueiros e outros ricaços a pagar para que tudo continue na mesma. Esquecem-se, esses tótós, que não há almoços grátis. Nem, sequer, sobremesas.

domingo, 27 de junho de 2010

Patrioteiros

Os patrioteiros de serviço voltaram a exibir as bandeirinhas - bandeirinhas é uma forma de expressão porque como se pode ver pelo exemplo algumas podem ser classificadas, sem grande exagero, como bandeirolas - na janela, na varanda e noutros sítios mais ou menos improváveis. 
Começaram a medo, apenas um ou outro arriscava expor a sua adoração pelo símbolo nacional, mas bastou que a rapaziada da selecção desse uma cabazada das antigas à Coreia comunista para que um número apreciável de tugas recuperasse a moda trazida para cá pelo celebre treinador que conseguiu perder, por duas vezes em dois jogos separados por poucos dias, com a Grécia. Um reconhecido colosso do futebol mundial,como todos sabemos. Isto apesar de jogar em casa e de dispor da equipa base do clube que acabara de se sagrar campeão europeu. 
Suspeito que se o acaso - ou o talento dos jogadores - fizer com que a selecção vença o próximo jogo, o número de bandeiras em exposição cresça ainda mais. Assim como o patriotismo dos portugueses e o amor por esta pátria que é a nossa. Desconfio que vai ser uma corrida às bandeiras, bandeirinhas e bandeirolas. Daquelas feitas na China. Tudo com factura e iva. Só é pena que já tenha passado a época de entregar a declaração anual de rendimentos senão, com tanto patriotismo, ainda era coisa para o défice se transformar em superavit...

sábado, 26 de junho de 2010

Tonecas e Zézito

Por muito que isso custe ao apaniguados do actual Partido Socialista, António Guterres e José Sócrates, excluindo o inenarrável Santana Lopes, foram os piores chefes de governo que Portugal já conheceu. A incompetência do primeiro é unanimemente reconhecida e a ele se devem a implementação de medidas que hoje nos custam muitos milhões euros. Recordo apenas o escandaloso aumento de ordenado que concedeu aos professores, a duplicação das verbas transferidas para as autarquias e a implementação do rendimento mínimo garantido. A par de outras, igualmente generosas, cuja aplicação acabou por, felizmente, não sair do papel. Lembro, a titulo de exemplo, a hilariante lei que previa a insolvência das famílias e o pagamento das suas dividas pelo Estado.

Já José Sócrates é diferente. Igualmente incompetente, é o típico tuga fura-vidas a quem sobra em arrogância e convencimento tanto quanto sobrava a Guterres em humildade e vontade de dialogar. Com o seu nome – e o de muita outra rapaziada do PS, sejamos justos - permanentemente associado às mais variadas trapalhadas, está a conduzir Portugal para uma situação de total insustentabilidade também ao nível politico. Pior ainda do que económica e financeira, porque a economia ou as finanças recuperam-se muito mais depressa do que a credibilidade. Mesmo que as questiúnculas que envolvem a malta que equipa de rosa não configurem crimes ou qualquer outra espécie de ilícitos, as permanentes “confusões” em que alegadamente andarão metidos constituem um absoluto descrédito para os próprios, para a classe politica e, de uma forma geral, para o país. 
Não admira por isso que o homem se sinta só na tarefa de puxar pelo optimismo dos portugueses. É natural. Ninguém gosta de más companhias. Hoje, o primeiro-ministro, o governo e este Partido Socialista são, claramente, companhias a evitar.

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Sinalização tuga

Não deixa de ser irónico que o automobilista tuga, sempre pronto a não ligar nenhuma a um insignificante sinal de estacionamento proibido, nutra um profundo respeito por um balde, um caixote ou outro qualquer objecto estrategicamente colocado como forma de reservar determinado local. Por incrível que pareça ninguém os desvia para estacionar o carrinho ou, sequer, lhes dá um pontapé. 
Talvez não seja má ideia os serviços camarários, em lugar de gastarem pequenas fortunas em material de sinalização, passarem a utilizar este tipo de apetrechos. Para além do evidente êxito no cumprimento da sua missão, esta técnica de regulação da circulação rodoviária permitirá recuperar materiais e diminuir a quantidade resíduos.
A sua utilização poderá mesmo ser ponderada noutras circunstâncias. Os chamados monstros, sofás por exemplo, seriam óptimos substitutos para os sinais de trânsito proibido. E assim por diante. Era só uma questão de imaginação. Coisa que, como se sabe, não falta.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Pinturas

Como escrevi aqui à atrasado dediquei-me à pintura. Não é para me gabar mas tenho jeito para a coisa. A prova disso é que, quase em simultâneo, consigo pintar na horizontal e na vertical. Que é como quem diz, o pavimento e a parede ao mesmo tempo. E só não digo queda porque a chaminé e toda a envolvente do telhado ainda não estão completamente pintadas. Não vá o diabo tecê-las. Ou pintá-las, sei lá. É que não me sinto por aí além muito confortável em locais com um nível de elevação significativa relativamente ao solo. Ou seja, tenho um medo do caraças das alturas. Agora que penso nisso, esse será provavelmente o motivo porque um dos meus lemas é que um homem não deve subir mais alto que a altura de uma mulher. Quando ela está deitada.

O café da discórdia

Desconheço em absoluto o que terá levado o presidente da Câmara de Faro, Macário Correia, a implementar medidas tendo em vista limitar o tempo despendido pelo funcionários daquela autarquia nas pausas para o café. Ainda assim - e porque, como dizia o outro, já cá ando há muitos anos a virar frangos – não me é difícil adivinhar o cenário que conduziu a esta tomada de posição.
Mesmo admitindo que existam abusos da parte de um número significativo de funcionários – coisa em que sou o primeiro a acreditar – não deixo de considerar esta medida como meramente populista. Isto para usar um termo tão do agrado dos políticos quando em causa estão os seus privilégios. E populista porque se o homem estivesse mesmo preocupado com a produtividade, os processos em atraso, ou lá o que argumenta, chamaria os prevaricadores e confrontá-los-ia com a necessidade de mudarem de hábitos. E, caso isso não acontecesse, seria ele a fazê-los mudar de emprego. 
Por outro lado - da leitura dos relatos disponíveis na internet sobre esta matéria nada é possível concluir - desconheço se esta restrição apenas  visará os funcionários administrativos  e técnicos que trabalham no edifício dos Paços do município, ou, pelo contrário, se aplicará às empresas municipais e restantes trabalhadores dos serviços operativos da autarquia. Não se aplicando, significa que os operários das diversas artes poderão continuar a fazer a sua vidinha. E se tiverem o mesmo comportamento dos seus colegas de outras localidades poderão calmamente continuar a emborcar cerveja e a despejar garrafas de vinho pelos cafés e esplanadas da cidade. Mas, quanto a esses, não tem importância. Pelo seu trabalho poucos eleitores cidadãos nutrem inveja suficiente para ir buzinar queixinhas aos ouvidos de qualquer Presidente. Nada que não se veja, portanto, em mais trezentos e sete municípios... 
Claro que o ilustre edil, preocupado como estará com o controlo e redução de custos, podia optar por coisas de maior significado. Reduzir as despesas de funcionamento do seu gabinete, por exemplo. Que, a fazer fé na exactidão do Orçamento daquele município para o ano corrente, ascendem a nove milhões seiscentos e vinte cinco mil euros. Dos quais um milhão seiscentos e sete mil para pessoal e quatrocentos e treze mil para estudos, pareceres, projectos e consultadoria. Mas isso sou eu, armado em populista e alarve, a dizer.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Foi do calor...

Destruir equipamentos públicos é um desporto muito apreciado – e também praticado – por alguns portugueses. Não percebem os pobres coitados que estão a danificar aquilo que é deles e, por essa forma, a contribuir para o empobrecimento do país. E também do deles. Infelizmente quem assiste a este tipo de ocorrências, quando se dá o acaso de alguém assistir, prefere não ligar, afastar-se e, sob o pretexto de não querer arranjar complicações, não intervém, não denúncia e assobia para o lado como se não fosse nada com ele. 
Reconheço que, ainda que alguém tivesse a atitude cívica de denunciar estes actos de vandalismo junto de quem compete zelar por estas coisas, as consequências para o energúmeno seriam nenhumas. Quem o fizesse, até era capaz de ficar mal visto por ir dar trabalho e causar chatices, porque é muito mais fácil, e significativamente mais barato, substituir uma peça como aquela do que punir quem a danificou.

domingo, 20 de junho de 2010

Estacionamento tuga

A placa está lá e não deixa margem para dúvidas. É proibido estacionar em todo o comprimento da rua Victor Cordon. Ou seja, desde o sinal até às portas de Santo António. Pode argumentar-se, para justificar este comportamento, que o sinal está desajustado da actual realidade e que ainda vem do tempo, já longínquo, em que a dita rua tinha trânsito nos dois sentidos. Pode. O pior é que a sinalização é para cumprir desde o momento em que é colocada até que seja retirada. Por mais estúpida ou desajustada que se revele. Veja-se, para não ir mais longe, o caso dos bairros da Salsinha, Monte da Razão e Quinta das Oliveiras em que um grupo de idiotas resolveu que a circulação se faria apenas num sentido em todas as ruas. 
No caso da Victor Cordon, rua com alguns cafés e casas comerciais, apenas deviam ser autorizadas paragens para cargas e descargas. Quem vai beberricar um café ou pagar uma conta em atraso, pode perfeitamente estacionar a sua viatura no Rossio Marquês de Pombal que, recorde-se, diz que é o maior parque de estacionamento do país dentro de uma cidade e fica a não mais de cinquenta metros. Embora, convenhamos, isso seja uma distância considerável para o tuga. É coisa para o cansar e até prejudicar a sua perfomance na caminhada do lusco-fusco. 
Obviamente que a comodidade de uns representa o transtorno de outros. É o caso dos passageiros dos autocarros que tem aqui uma paragem forçada e que, em certas ocasiões, chega a ser de largos minutos. O tuga automobilista nem sempre é lesto a movimentar o tuga-móbil e, quando o faz, ainda resmunga por o estarem a incomodar. Uns chatos, estes gajos,  que não respeitam o direito adquirido do tuga estremocense de estacionar onde muito bem lhe apetece.

sábado, 19 de junho de 2010

Perguntar, afinal, ofende!


Há perguntas que não se fazem. São inconvenientes. E podem causar efeitos devastadores no entrevistado...

As cinzas dos dias que passam

Desde ontem que nas televisões nacionais apenas dá Saramago. E, ainda, Mundial de futebol. Dois temas que me causam um aborrecimento desmedido e que contribuem por dar por bem empregue cada euro da factura da televisão por cabo. Não fora a calosidade que se começa a formar no polegar da mão direita – a que movimenta o comando – e nem lamentava que apenas dois temas tão desinteressantes ocupassem tanto tempo da antena televisiva nacional. 
Apesar de não apreciar a escrita do ex-director do Diário de Noticias, admito que alguma qualidade terá. Se assim não fosse a criatura não teria obtido o reconhecimento à escala mundial que obteve. Mas não gosto e, quanto a isso, nada há a fazer. Não vou, ao contrário de muito boa gente, dizer que aprecio apenas para dar ares de possuidor de um intelecto superior. 
Apreciava ainda menos o homem que o escritor. Arrogante e mal educado eram algumas das características que, a julgar pelas aparições televisivas, o fulano demonstrava possuir e que o seu desaparecimento não apaga. 
Manifestamente exagerado me parece também o envolvimento do Estado nas exéquias fúnebres deste senhor. Pagar um avião, só para ir buscar o corpo e levar parte das cinza de volta, quando se coloca a hipótese de encerrar serviços do INEM – que, habitualmente, cuidam dos vivos - por falta de dinheiro é de um descaramento inqualificável. Até porque lá por Lanzarote deve haver quem saiba fazer fogueiras. 
Há, em alturas como esta, quem se sinta na obrigação de vir fazer o elogio do falecido. Não eu. O senhor viveu a sua vida, longa por sinal, e partiu no tempo adequado. Como, dadas as circunstâncias, a expressão não é apropriada não vou desejar que a terra lhe seja leve. Faço apenas votos para que ninguém snife as suas cinzas.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Dúvidas

Quatro jogadores de futebol da selecção norte coreana que está na África do Sul estão, segundo as últimas noticias, desaparecidos. As razões para esse alegado desaparecimento poderão ser muitas mas, vamos ser positivos, nada de mal lhes terá acontecido. Provavelmente estarão apenas com as mesmas dúvidas que já foram manifestadas por um relativamente jovem – mas já com idade para ter juízo - deputado comunista e resolveram tirar a coisa a limpo.

Remate kruzado

Diz que lá para a Somália, um território vagamente parecido com um país e onde uns quantos bandos de grunhos, barbudos e malucos – daqueles que rezam de cú para o ar enquanto, furiosamente, dão marradas no chão – vão na ausência de um governo normal, ou mesmo anormal como o nosso, impondo aquilo a que chamam lei islâmica. A ira desses alucinados abateu-se agora sobre o futebol. Mais concretamente o Mundial que se disputa por estes dias. Ao que consta a milícia islâmica proibiu a transmissão dos jogos e não hesita em matar os que ousam contrariar tão sábia determinação dos seguidores da religião da paz. 
Por serem suficientemente conhecidos os problemas mentais dessa rapaziada não me espanta tal procedimento. O que me surpreende são alguma reacções, ainda que tímidas, de alguns combatentes da internet vulgarmente conotados com a esquerda e a multiculturalidade, que apesar de estarem sempre prontos a defender todo o tipo de parvoíce, desde que praticada por aquela malta, ousam agora pôr em causa o costume, provavelmente ancestral, de matar gente que assiste a jogos de futebol pela televisão na Somália. 
Sinceramente não me parece bem esta ingerência grosseira nos assuntos internos de um Estado – soberano ou ingovernável, não interessa nada – nem tão pouco colocar em causa as sãs tradições de um povo que, acredito, queira manter vivos os seus costumes e resistir à invasão da decadente cultura ocidental. De resto não sei porque razão o nosso hábito de nos posicionarmos perto de um televisor a emborcar cerveja e a berrar em direcção ao aparelho, há-de ser mais valorizável do que o deles. 
Anacleto Louçã tratará de, espero, colocar na ordem estes críticos intolerantes. Ou então meter uma cunha a um desses mullah's desvariados para que lhes seja lançada uma fatwa. É que estão mesmo a pedi-las.

terça-feira, 15 de junho de 2010

Publicidade enganosa

Esta gente é lixada. Sempre a deixarem-nos na expectativa da revelação de um qualquer segredo, do desvendar de um mistério ou do anúncio de um qualquer esquema mirabolante e, vai-se a ver, nada. Tá mal. O melhor é alguém colar no vaso um daqueles auto colantes a avisar que ali não se deve deixar publicidade. Especialmente enganosa.

Vende-se


domingo, 13 de junho de 2010

Ainda a propósito dos "vinte paus"...

Relembra o Luís, a propósito do post que publiquei ontem, que o poder de compra que detinha no ano em que foi emitida a nota de “vinte mil réis” da fotografia - 1978 – era muito superior ao actual. Mesmo sem recurso a números que o comprovem não hesito, assim a olhómetro, em dar-lhe razão. 
Comecei a trabalhar pelos finais de 1980. Auferia então a fantástica quantia de oito contos e novecentos escudos – quarenta e quatro euros e quarenta cêntimos – correspondentes à penúltima posição da escala salarial da função pública - sim, porque nessa altura não se assentava praça em general – e, ainda ainda assim, conseguia viver razoavelmente bem numa cidade a cento e cinquenta quilómetros de casa. Claro que não sobrava muito para poupanças, mas isso também não era coisa que constasse das preocupações de um ainda teenager. Hoje tal não seria possível. A penúltima posição remuneratória da função pública representará actualmente pouco mais de quatrocentos e oitenta euros e, com isso, duvido que alguém sobrevivesse, nas mesmas circunstâncias, mais do que uma semana. 
Argumentá qualquer letrado da ciência económica que por acaso leia este texto, que terá sido por causa dos “elevados salários” que então se praticavam que, anos mais tarde, o FMI teria de intervir e o governo da época obrigado a tomar medidas drásticas para salvar o país da bancarrota. Também, com esses, não terei grande dificuldade em concordar. 
Recuso, no entanto, qualquer paralelismo com a situação que então se viveu – em 1983 - e a actual. Àqueles que o fazem, apontando o dedo mais uma vez aos chorudos ordenados que se pagam na função pública, digo-o com toda a frontalidade, são umas bestas. A esses recordo que em 1980 não havia empresas municipais, parcerias público-privadas, institutos públicos, as empresas públicas ainda não pagavam prémios milionários, os governantes tinham algum decoro na forma como geriam o dinheiro dos contribuintes, assessorias eram um conceito desconhecido e, sobretudo, muitos dos actuais boys ainda usavam fralda. 
Não fique, com tudo isto, a ideia que sou um saudosista. Nada disso. Até há poucos anos costumava repetir aquela velha máxima que “saudades só tinha do futuro”. Infelizmente hoje nem isso.

sábado, 12 de junho de 2010

Importância relativa

Faz hoje uma data de anos que aderimos à então Comunidade Económica Europeia. Eu cá não sou de grandes comemorações mas, ainda assim, gosto sempre de assinalar uma data importante. Ou, pelo menos, relativamente importante. 

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Volta ao Alentejo (II)

Lá por não me parecer particularmente bem que dinheiros públicos sirvam para financiar este tipo de eventos, ainda mais numa altura de crise – ao que dizem, porque notar não se nota grande coisa que haja por aí uma crise – não ia deixar de assistir ao final da etapa de hoje da Volta ao Alentejo em bicicleta, que terminou em Estremoz. 
Garanto que, contrariamente ao insinuado no local, o meu posicionamento naquele ponto do percurso, à saída da curva que dava acesso à recta da meta, nada teve a ver com a elevada possibilidade de ali se verificar uma queda, mais ou menos aparatosa, devido à chuva que caiu antes da chegada dos ciclistas e à dificuldade que o trajecto apresentava. A minha colocação naquele sitio deveu-se somente à necessidade de prevenir uma eventual retirada estratégica para local abrigado, não fosse, como acabou por acontecer, cair mais uma valente carga de água. Suspeito, no entanto, que muitos dos que por ali estavam acalentavam a secreta esperança de ver uma ou outra derrapagem... o que, felizmente, não ocorreu.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Desperdicio sobre (duas) rodas

Está na estrada mais uma edição da Volta ao Alentejo em bicicleta promovida, como habitualmente, pela Associação de Municípios do Distrito de Évora. Ou pela Comunidade Inter-Municipal sua sucedânea, pouco importa para o caso. O que realmente tem importância são os custos astronómicos – para a realidade da nossa região – que estas coisas envolvem.
É do conhecimento geral que a modalidade atravessa, por motivos sobejamente conhecidos, um período de forte descrédito e que, talvez pela inexistência de figuras de referência, revela notória dificuldade em despertar o interesse do grande público. Sabe-se também que a visibilidade da corrida, em termos de comunicação social, será bastante reduzida. Até porque os média têm, por esta altura, todas as atenções focadas no campeonato do mundo de futebol e o tempo dedicado aos outros acontecimentos desportivos é ínfimo. 
Tudo isso constituem razões para que a organização de um evento desta natureza por parte de uma entidade composta por uma dúzia de “accionistas” falidos e que, também ela, não terá grande saúde financeira, nunca possa ser considerado um acto de boa gestão. Neste contexto de dificuldade, em que nos querem fazer crer que vivemos, é uma decisão que convive bastante mal com a lógica e com o rigor que devem presidir à gestão dos dinheiros públicos. Os custos que estão associados a esta prova – e serão, provavelmente, muitos – vão ser suportados pelos alentejanos, sem que nenhum proveito palpável – ou até mesmo daqueles que não são susceptíveis de ser apalpados - obtenham em troca. E nós, alentejanos, bem precisados andamos de apalpar qualquer coisa...

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Estacionamento tuga


Poderão existir circunstâncias em que o tamanho pouco ou nada importe. No estacionamento, pelo contrário, cada centímetro é importante. Muito em especial no caso dos veículos pesados, normalmente de grandes dimensões, que estacionam aqui pelas redondezas e para os quais nem sequer chega o amplo terreno à entrada do bairro. Que o digam as árvores que de vez em quando ali são plantadas só para atrapalhar o tuga camionista! Espaço que, refira-se, há para aí vinte cinco anos aguarda um qualquer arranjo urbano-paisagístico por mais manhoso que seja.

terça-feira, 8 de junho de 2010

Coisas sem sentido

Li ou ouvi em qualquer lado que a recente entrada em vigor da lei que permite o casamento entre pessoas do mesmo sexo termina finalmente, no entender do eufórico analista, com aquilo que o sujeito – desconheço se activo ou passivo – considera ser o “casamento de sentido único”. 
Não me importo de, mais uma vez, manifestar a minha completa ignorância, mas confesso o meu total e mais absoluto desconhecimento relativamente a este conceito. Devo, até, esclarecer que não entendo o seu sentido. A menos que se pretenda insinuar que o casamento, tal como o conhecíamos até aqui, tinha um sentido enquanto esta nova espécie de matrimónio não terá sentido nenhum. Mas isso seria uma tirada digna de um homofóbico desprezível ou de um daqueles nojentos mentecaptos que descriminam as pessoas em função das suas orientações sexuais e não lhes reconhecem os seus legítimos direitos. 
Como já escrevi em inúmeras ocasiões não me aflige que esses indivíduos se casem, divorciem ou suicidem. É-me indiferente. O que verdadeiramente me irrita é a apologia que se pretende fazer desses comportamentos, quase como se fossem exemplos a seguir ou os seus praticantes dispusessem de uma superioridade moral relativamente a quem não é como eles. Esse é, manifestamente, o único pensamento que não faz sentido.

Não é por nada, mas alguém sabe a quanto está o litro de gasolina?

Estremoz, Rossio Marquês de Pombal, onze e quinze de uma qualquer manhã. Hoje, por exemplo.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Os outros carrinhos do resort

Morar no resort – bairro, acampamento, ou lá o que lhe queiram chamar – das Quintinhas não constituirá o sonho de qualquer estremocense. Mesmo não pagando renda pela ocupação do espaço, ainda que a casa tenha sido construída com materiais “encontrados” aqui ou ali, com água de borla e luz paga pela Câmara, aquele local não fará parte do projecto de vida que o cidadão médio fez para si.
Apesar das manifestas contrariedades que atormentarão a vida dos que por ali moram, nem tudo é mau para os escolheram o local como poiso permanente, temporário, ou como refúgio mais ou menos seguro para escapar às consequências de uma ou outra tropelia própria de quem leva uma vida repleta de ócio e pouco consentânea com o cumprimento dos deveres de cidadania. Os notórios sinais exteriores de riqueza, nomeadamente ao nível do parque automóvel, são disso um bom exemplo. A par da invejável localização. Que permite, por exemplo, uma ida às compras ao supermercado situado mesmo ao lado e levar comodamente o carrinho  das compras até à porta de casa. 
O inverso, levar o carrinho para ir às compras, é que parece não ocorrer com frequência. Donde facilmente se conclui que todas as teorias que garantem a pouca apetência daquela malta para a realização de tarefas que envolvam esforço são, manifestamente, desprovidas de fundamento. Parece evidente que eles preferem manobrar os ditos carrinhos quando estão carregados e pesam muito mais, do que quando estão vazios e o esforço a despender será significativamente menor.

domingo, 6 de junho de 2010

Propagandas

Por estes dias a intelectualidade bem pensante e todos aqueles que querem parecer inteligentes não se têm cansado de exprimir a raiva contra Israel e de manifestar uma inequívoca solidariedade para com os palestinianos, árabes e mourama em geral. Deve constituir uma espécie de necessidade patológica, mas fica-lhes bem. Se não o fizessem nem ficávamos a saber da sua superioridade moral, intelectual e da elevada formação cívica de que são dotados. Tudo coisas que os torna sensíveis à propaganda. Seja do Hamas ou da Cofidis.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Tuga extremoso

Que me desculpe o extremoso proprietário deste carrinho, mas acho as capas de protecção para automóveis completamente ridículas. Quase tanto como aquelas fatiotas estranhas que alguns donos mais parvos insistem em vestir aos canitos durante o inverno. Terá o automobilista em causa a intenção de preservar o brilho da pintura e a qualidade, certamente magnifica, dos plásticos da sua viatura. Quererá, provavelmente, mantê-la fora do alcance de algum descuidado transeunte que, intencionalmente ou não, lhe provoque um ou outro risco. Ou, mais improvável, conservá-la fora de olhares mais indiscretos. 
Seja como for, não gosto. É por isso que desta vez nem vou reclamar contra a pintura que algum maroto resolveu fazer na cobertura nem, tão pouco, mangar com a sinalética que também se pode observar na foto e que, há muitos anos, está em contradição com o sentido do trânsito praticado no local.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

As teorias da malandragem

Finalmente o país começou a fazer contas à vida. Não era sem tempo. Entre essas contas estão a que pretendem apurar o custo dos feriados. Parece ter-se chegado à conclusão que, por cada um, Portugal perde trinta e sete milhões de euros. Não tenho grandes razões para duvidar da sapiência de quem se deu ao trabalho de elaborar tão intrincados cálculos e, por isso, não hesito em declarar-me incondicionalmente ao lado dos seus autores. Discordo apenas das soluções preconizadas. Reduzir somente três ou quatro feriados é manifestamente pouco ambicioso. Por mim acabava com todos e começava a preparar as massas para a necessidade imperiosa de acabar também com as férias. É injustificável que qualquer malandro, só porque tem o privilégio de ter um emprego, se arrogue no direito de ficar vinte e dois dias sem fazer nada, com o patrão – coitado – a suportar-lhe o ordenado. Uma injustiça a que urge pôr fim. 
A existência de feriados, tolerâncias de ponto, férias, pontes e afins é, por outro lado, altamente prejudicial para a criação de emprego, causa danos incomensuráveis na economia e lesa de forma dramática os cofres do Estado. Recorro, para sustentar esta teoria, ao meu próprio exemplo. Aproveitando este e o próximo feriado, e com uns dias de férias pelo meio, vou pintar a minha casa. Ora se estes privilégios inqualificáveis não existissem teria de contratar pintores para o fazerem. Criaria emprego, pagaria IVA quando me apresentassem a factura, os trabalhadores pagariam IRS e a empresa iria pagar mais uns pozinhos – uns pingos, vá – de IRC. Como se vê as férias, feriados e outros dias de mandriice só prejudicam o país. Pelo menos é o que garante uma certa malandragem.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Encerramento de escolas

Não consigo ter, pelo menos para já, opinião formada acerca da intenção anunciada pelo Ministério da Educação de encerrar as escolas com menos de vinte alunos. A acontecer, o encerramento será dramático para as localidades afectadas, quase todas no interior, que verão acentuar-se tendência de desertificação que há muito se verifica nas regiões do interior. Se actualmente já é difícil convencer os residentes mais jovens a fixar-se nas suas aldeias, com esta medida vai ser praticamente impossível que qualquer casal jovem coloque sequer a hipótese de o fazer. 
Por outro lado a educação foi um sector que, a nível do Estado e das autarquias, engordou desmesuradamente e que representa actualmente um peso excessivo e desproporcionado nos orçamentos do Estado e autárquicos. Gosto sempre de apontar um exemplo que considero sintomático. Um dos jardins-de-infância públicos de Estremoz, com duas salas e cinquenta alunos tinha, há dezoito anos, duas educadoras e uma auxiliar. Há doze anos o mesmo jardim, então com cerca de quarenta crianças e mantendo as duas salas, já contava com quatro educadoras e outras tantas auxiliares. Tal acréscimo de pessoal, garanto, não correspondeu a qualquer melhoria da qualidade do ensino ou, sequer, a alargamento de horário. Actualmente não conheço a realidade deste estabelecimento de ensino mas, calculo, que o número de pessoas que ali trabalham deve ser ainda maior. 
É simpático arranjar emprego ao amigo, ao vizinho ou às mulheres de ambos, e as escolas têm constituído uma óptima reserva para o efeito. O problema é que este estado de coisas, de haver sempre lugar para mais um, ou mais uma, não podia durar eternamente. Saltava à vista que o estouro não demoraria e só quem acredita que algures existe uma máquina de fazer dinheiro a trabalhar vinte e quatro horas por dia é que não se apercebia da inevitabilidade de fazer alguma coisa para colocar um fim nesse desvario. Pena é que as consequências destas políticas acabam – como quase sempre – por prejudicar aqueles que não tem qualquer culpa. 
Valham-nos as boas notícias que, cada vez mais raramente, ainda vão surgindo. Diz que o fado fará parte dos currículos das escolas do ensino básico e secundário, provavelmente já no próximo ano lectivo. Por enquanto apenas em Lisboa, mas estas coisas espalham-se depressa e nada garante que a coisa não alastre. Os alunos vão, com certeza, rejubilar. Por mim vou comprar uns tampões para os ouvidos. À cautela.

terça-feira, 1 de junho de 2010

Resistir por um bombardeamento melhor

O meu amigo Luís Russo é gajo que nutre uma especial simpatia pelos palestinianos. Daí que considere os israelitas uns criminosos da pior espécie. Razão pela qual é bem capaz de agarrar nele próprio e ir protestar para a porta da embaixada israelita em Lisboa no dia indicado no cartaz que publicita no seu blogue. Mesmo que as criaturas com quem se vai solidarizar se estejam nas tintas para ele ou, o mais provável, o considerem um infiel que merece morrer por não crer em Alá. Nem noutra qualquer divindade, diga-se. 
Curioso, mas mesmo curioso, foi não ter encontrado no “Resistir por um mundo melhor” nenhuma referência ao ataque criminoso da Coreia do Norte contra um barco sul-coreano. Provavelmente os quarenta e seis que morreram estavam mesmo a pedi-las, porque isto de andar a provocar regimes democráticos tem muito que se lhe diga. Ou, então, foram os próprios marinheiros que resolveram mandar a barcaça ao fundo só para poderem prejudicar a imagem dos seus vizinhos do norte. Embora, acredito eu, o Luís não excluirá a hipótese de tudo não passar de mais uma manobra imperialista dos Estados Unidos que terá como objectivo último atacar uma nação pacífica.

Solidariedade "reciporca"

Aos olhos do ocidente os islâmicos são um povo – ou vários sei lá, mas isso não vem ao caso – amante da paz e desejoso de conviver pacificamente e em harmonia com todos os outros povos que habitam o nosso planeta. Principalmente connosco, ocidentais. Idolatramos ardentemente aquela gente simpática e educada e, em simultâneo, detestamos judeus e yankees que, para nós, representam tudo o que há de pior à face da terra. 
Deve ser por isso que hoje muitos se manifestam lamentado a morte de uns quantos “activistas” - nome que a malta toda modernaça do politicamente correcto inventou para denominar os desocupados, vadios e outros parvos, que se manifestam pelas causas mais queridas daqueles que ditam as linhas do pensamento vigente – que, alegadamente, se dirigiam em missão humanitária para território palestiniano. Não sei se quem mora por aqueles lados necessita ou não de ajuda. Se calhar até precisa. Mas esses tais “activistas” não terão ninguém no seu próprio país, até mesmo perto de casa, que também tenha carências de igual nível como as daqueles que supostamente iam ajudar? Com a inegável vantagem, digo eu, de poderem na mesma auxiliar o próximo - que no caso estaria bem mais próximo – e com bastante menos probabilidade de levarem um tiro nos cornos. A perda de vidas humanas, ainda que de “activistas”, é sempre de lamentar. 
Pena que os lamentos a que assistimos não passem de lágrimas de crocodilo e de miseráveis aproveitamentos políticos para atacar Israel e enaltecer o cordato povo da palestina. Se assim não fosse, os que hoje zurram pela morte de uma dúzia de provocadores teriam levantado bem alto a sua voz pela morte de quarenta e seis marinheiros sul-coreanos vítimas da ditadura demente da Coreia do Norte. Por coincidência também estavam num barco e esses, ao contrário dos que agora quinaram, nem estavam a incomodar ninguém.