O
Zico, um cão que ficou famoso aqui à atrasado por ter morto uma
criança, já não vai ser abatido. Assim o decidiu um tribunal com
tempo e competência para decidir coisas importantes. Nomeadamente
relacionadas com canideos. A fera foi entregue a uma associação de
amiguinhos dos animais que agora irá tratar do seu futuro. Uma vida
nova, portanto. E para isso nada melhor do que mudar o nome do bicho.
Vai, diz uma gaja que manda na associação, passar a ser chamado de
Mandela. Não que o cão seja preto mas porque é, segundo a
criatura, tal como o verdadeiro, um símbolo da liberdade. Receberá
ainda cuidados médicos especializados porque, acrescenta, pode ter
ficado traumatizado pelo longo cativeiro.
Acho
enternecedor o que o pessoal das associações de defesa da bicharada
faz para melhorar a vida dos animais. Nada me podia interessar menos
do que o destino que vão dar à porra do cão. O que me irrita é
que tribunais percam tempo e gastem o nosso dinheiro com palermices
destas. É que, desconfio, deve haver gente à espera de ver decididos
problemas realmente importantes há mais de sete meses.
Quanto
ao novo nome do cão e aos argumentos utilizados, são dignos de uma
besta. Das verdadeiras.