segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Preconceitos

Na sequência das declarações de Pedro Passos Coelho, preconizando o encerramento das empresas públicas com prejuízos crónicos, o porta voz do actual Partido Socialista acusou o líder social democrata de ter preconceitos ideológicos contra tudo o que é público. De facto só um preconceituoso da pior espécie se atreveria a alvitrar o fecho de uma empresa que, ano após ano, dá prejuízo. Ainda mais tratando-se de uma empresa pública que, como se sabe, não tem como finalidade dar lucros mas sim empregar a rapaziada com pouca apetência para o trabalho possuidora de cartão de sócio do partido do poder. Seja qual for que lá esteja. 
Em matéria de preconceito relativamente ao tecido empresarial do Estado o Coelho alaranjado não passa de um menino. Se calhar porque lhe convém. Sabe que terá de manter no sector público muitas empresas, para nelas poder albergar todos os laranjinhas que se vão chegar à frente quando o PSD ganhar eleições e formar governo. Porque se realmente defendesse os interesses do país e dos portugueses tratava - por enquanto sugeria, já que não pode fazer outra coisa - de vender tudo o que é participação do Estado. Incluindo no bolo as participações autárquicas e regionais que, à semelhança das outras, apenas servem para dar tachos, esconder divida pública e, alegadamente, encher os bolsos de dúzia e meia de oportunistas. E para nos levar à ruína, também. 
Preconceitos há-os para todos os gostos. Há quem ache que o Estado deve ter uma imobiliária, porque um edifício só é bem vendido se for uma empresa estatal a vende-lo. Ou deve ser dono de uma firma de distribuição de encomendas porque, como toda a gente sabe, uma carta só chega ao destinatário se entregue por uma empresa pública. Já para não falar de um banco. Porque, se o Estado não fosse o único accionista da Caixa Geral de Depósitos, os juros pagos aos depositantes seriam ridiculamente baixos, os empréstimos eram taxados com juros usurários e um gajo era capaz de estar uma hora à espera de ser atendido num qualquer balcão de um desses bancos manhosos.

domingo, 30 de janeiro de 2011

Opções esquisitas

Por diversas ocasiões tenho defendido que os municípios, nomeadamente do interior, devem orientar as suas prioridades de investimento para a terceira idade. Em lugar de creches e escolas para crianças que não vão nascer ou megalomanias diversas que servem apenas para elevar o ego de autarcas à beira da demência, parece-me de uma lógica mais do que evidente - tão evidente que até me faz confusão que poucos a vejam - que a aposta deve ser, inequivocamente, nos mais velhos. Até porque temos muitos. 
Embora muito de vez em quando, vão surgindo noticias que me fazem acreditar que um ou outro autarca ainda conserva algum bom senso e mantém um nível aceitável de contacto com a realidade terrena. É o caso de um pequeno município do interior, envelhecido como quase todos os outros, que pretende construir cinco lares de idosos noutras tantas freguesias do concelho. Para tanto lançou já o concurso para elaboração dos projectos e tenciona, apesar da crise, iniciar as obras ainda este ano.
Ficará, com esta opção, impedido de subsidiar generosamente actividades importantes - almoços, jantares e comemorações diversas, por exemplo - ou manifestações culturais em que participaria parte significativa da população - cinco ou seis eleitores, vá, e quase todas da mesma família - mas pode, em contrapartida, contribuir para resolver muitos problemas de caracter social a um número cada vez maior de pessoas. De caminho contribui igualmente para criar umas dezenas de postos de trabalho e, assim, manter mais uns quantos habitantes. Há, vejam lá o desplante, quem ache isso importante.

sábado, 29 de janeiro de 2011

Democratas pró-fascistas

Muito boa gente - e outra não tão boa quanto isso - anda por estes dias entusiasmada com as manifestações, alegadamente clamando por liberdade e democracia, que nas últimas semanas têm vindo a ocorrer no Norte de África. Em particular na Tunísia, que já levaram à queda do governo local, no Egipto e, mais timidamente, na Argélia. Pese as tendências ditatoriais dos governos destes e dos outros países da região, não acredito que a queda daqueles regimes seja algo que possamos saudar. 
Mesmo que a democracia, mais ou menos parecida com a que conhecemos no ocidente, seja implementada por aquelas bandas depressa assistiremos a uma "evolução" para um regime islâmico-fascista. Será apenas uma questão de tempo. O tempo suficiente para a realização de duas eleições. Isto partindo do principio, que não dou por adquirido, que os vulgarmente designados como moderados ainda conseguem ganhar as primeiras... 
Deve ser isso, presumo, porque suspiram os democratas de pacotilha que tanto vibram com as revoltas, alegadamente populares, a acontecer do outro lado do Mediterrâneo. É, de resto, a única explicação que encontro para o ódio que nutrem à única democracia que vigora em toda aquela região.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Variante, sim!

É frequente argumentar-se quando determinado projecto demora mais do que o habitual a ser levado à prática, que interesses pouco claros estarão a impedir a sua concretização. Não será, com certeza, o caso da variante do IP2 à cidade de Estremoz. Aqui, pelo menos alegadamente, tudo o que tem contribuído para a não efectivação da obra até parece muito claro. 
Apesar do permanente conflito de trânsito no local, dos sucessivos e cada vez mais frequentes atropelamentos e de todas as condicionantes que envolvem a zona da cidade atravessada pela Estrada Nacional dezoito, a sua construção afigura-se cada vez mais uma miragem. É contra este estado de coisas que surge esta petição  reclamando a construção da variante a Estremoz do IP2. Não sei se adianta ou não alguma coisa, sou bastante céptico em relação a petições, mas que se trata presentemente da obra mais importante para a cidade, disso, não tenho grandes dúvidas. A menos que alguém pense que outros valores, como uma paisagem bucólica ou um monte no Alentejo, valem mais que uma vida humana.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Grande ideia!

É sobejamente conhecido, pelo menos para aqueles que tem a paciência de me ler ou o azar de me aturar, que não aprecio as ideias do Bloco de Esquerda. Há gostos para tudo e a mim dá-me para isso. Podia, reconheço, ser pior. Mas, como em tudo na vida, também no campo das ideias há uma ou outra excepção que confirma a regra. É por isso que manifesto o meu apreço, concordância e que considero extremamente valorizável, a sugestão dos bloquistas de Estremoz relativamente ao nome a atribuir à nova avenida que, brevemente, irá começar a ser construída na zona da actual estação do caminho de ferro. Não que, ao contrário daquela organização politica, discorde da intervenção que vai ser realizada na zona. Nada disso. A recuperação de todo aquele espaço, bem como todas as infraestruturas que ali serão criadas constituirão uma inegável mais valia para a cidade. Agora chamar ao novo arruamento Avenida da Desertificação, como a malta da extrema-esquerda sugere, é que é uma grande proposta. Está muitíssimo bem escolhido, sim senhor. Sinto, confesso, uma certa inveja de não ter sido eu a ter a ideia.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Anda por aí uma malandragem...

Estremoz é, ainda, uma cidade segura. Embora, ao que conste, os amigos do alheio tenham estado particularmente activos nas últimas semanas. Produtividadezinha da boa no ramo do gamanço, portanto. Ainda assim os actos, públicos e devidamente publicitados, que correm pelo tribunal local relacionados com a delinquência comum serão num número significativamente inferior aos que se relacionam com calotes e manigâncias correlativas. O que, não sendo tranquilizador, não deixa de ser um dado curioso e a ter em conta quando falamos de gatunos e de outro tipo de cidadãos igualmente respeitáveis. 
Apesar da pacatez do lugar, vai havendo uma ou outra situação que me deixa com os sentidos mais alerta. Como, por exemplo, um café com uma clientela anormalmente elevada de ciganos no exacto momento em que seguro, com uma mão, uma nota de cinquenta euros para pagar o euro milhões e, com a outra, a carteira. Isso enquanto me ocorre que tenho o telemóvel num dos bolsos do casaco e a máquina fotográfica no outro. Claro que, pensando friamente, não havia razão para temores. Afinal o telefone tem dez anos, a máquina é quase tão má como as fotos que tira e, a julgar pela quantidade de garrafas de cerveja que enfeitavam as mesas, deve ter sido dia de receber o rendimento.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Fim de circo

Que me recorde - se não for assim que se lixe, não estou para ir confirmar - apenas numa ocasião abordei, aqui no Kruzes, o tema de actualidade que marcou as últimas semanas. As eleições para a presidência da república. Foi um acontecimento desinteressante, sem graça, cinzento - até parece que estou a repetir uma critica feita em tempos a este blogue - que felizmente já passou e do qual pouco mais vão ficar do que as dividas. Para os do costume pagarem. Como é óbvio. Assim como assim também já estamos habituados. 
Estivemos perante candidatos pouco dados à paródia, demasiado sisudos e incapazes de nos surpreender. Mesmo aquele que, de entre todos, reunia as melhores condições para animar o eleitorado acabou por se revelar uma profunda decepção. A comprová-lo as suas últimas declarações, já depois do acto eleitoral, em que se manifestava convencido que os portugueses o levam a sério e que os seus votantes o terão feito porque acreditaram na sua mensagem. Fiquei, confesso, ainda mais desiludido. Um gajo pode ser maluco, até aí tudo bem, mas não precisa de ser parvo.

domingo, 23 de janeiro de 2011

Boicotes

Dia de eleições é, inevitavelmente, dia de boicote. Há-os para todos os gostos. Razoáveis e compreensíveis uns, parvos e despropositados outros. Principalmente quando visam protestar contra situações que afectam apenas um determinado grupo de pessoas e não a localidade no seu todo, ou quando os motivos que levam à tentativa de chamar a atenção dos centros de decisão são, digamos, idiotas e cobrem de ridículo quem os faz. 
Dos boicotes de hoje, pelo menos dos conhecidos, destaco dois que não abonam em nada a inteligência - ainda menos o bom-senso - de quem os promoveu. Na localidade algarvia de Fuzeta os pescadores acharam por bem boicotar o acto eleitoral por causa da barra marítima lá do sitio que, segundo eles, não reunirá as necessárias condições de segurança. Muito provavelmente terão razão. Agora impedir o direito ao voto a outras pessoas, que na sua maioria não têm nada a ver com isso, é uma atitude de arruaceiros que num país a sério era capaz de dar direito a umas vergastadas no lombo. Para amaciar. 
No âmbito do ridículo - e do parvo, também - temos o protesto de uma aldeia que reivindica a abertura da casa mortuária. Parece que na igreja faz frio, sentem-se desconfortáveis durante os velórios e, pior, falam desalmadamente durante os mesmos. O que constitui uma vergonha. É o que garante uma velhota certamente profunda conhecedora dos comportamentos a ter durante a permanência num templo. Acresce a isto que o edifício alvo da discórdia estará concluído e que apenas não abre porque a Câmara não terá ainda pago ao construtor que, assim, não entrega a obra. 
Acredito que também neste caso os habitantes da aldeia em causa, desgraçadamente não fixei o nome da terra, estejam cobertos de razão. Pena, no entanto, que não protestem com a mesma veemência quando a autarquia paga - se é que o faz, evidentemente - almoços, jantares e lanches aos velhotes, os leva a passear à borla por esse país fora, organiza festarolas com os artistas do momento, contrata os amigos para fazer "coisas" e dá subsídios a associações que apenas existem para organizar almoços, jantares e lanches, levar pessoas a passear por esse país fora ou contratar amigos para fazer "coisas".

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Merdosos

Verdadeiramente notável que uns quantos, por sinal os que clamaram durante anos pela redução de vencimentos na função pública, se mostrem agora indignados por Cavaco Silva defender que, em alternativa, o governo devia ter criado um imposto extraordinário para todos os que ganham a cima de um determinado montante. 
É, de facto, uma reacção espantosa. Não me surpreenderia por aí além se fosse um qualquer palerma ignorante a ter esta opinião. Mas não. Os palermas que a proferem são tudo menos ignorantes. São daqueles que fazem opinião e que, em muitas circunstâncias, detém influência nos que tomam decisões. Mas não menos merdosos por isso. E filhos da puta, também.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Discutir o género dos anjos

A esquerdalha nacional, pós-moderna e dotada de uma superioridade moral incontestável, não dá mostras de abrandar a sua cruzada em busca de novos e improváveis temas fracturantes. Propõe-se agora trocar palavras que sempre usámos - e que eu, que me estou cagando para essa cambada, continuarei a usar - como "raça" e "sexo" por "etnia" e "género". 
Receio que me esteja a escapar alguma coisa. É que, assim de repente, não consigo descortinar vantagens para as alterações propostas. Pelo contrário. Os mal-entendidos vão suceder-se e as relações entre as pessoas poderão sair seriamente prejudicadas. Conversas, até agora banais, poderão dar para o torto, por mal interpretadas, e provocar reacções de consequências imprevisíveis. Nem me atrevo a dar exemplos. Até porque cada leitor pode, com facilidade, encontrar meia-dúzia deles cada um com mais piada que o outro. Direi apenas que esta gente de má-raça não faz o meu género.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Plano maquiavélico

Acredito convictamente que está em curso um plano maquiavélico tendente a exterminar parte significativa da população portuguesa. Especialmente a mais pobre e, por consequência, mais dependente dos apoios do Estado. O objectivo será deixar de gastar os muitíssimos milhões que estas pessoas custam ao erário público e, com o seu desaparecimento, equilibrar as contas do país. 
Não comparo o mentor de tão macabro plano a nenhum autor de qualquer outro genocídio. Até porque não há termo de comparação. Anteriores politicas genocidas foram dirigidas contra cidadãos de determinada raça, nacionalidade ou crença religiosa, enquanto no nosso caso ela não faz distinção de cores, lugar de nascimento ou crenças religiosas. Vai tudo a eito. Basta não ter dinheiro. 
Depois de muitas outras medidas que tem vindo a ser tomadas ao longo dos últimos anos, decidiram-se agora por não transportar doentes às consultas ou exames que lhes são marcadas pelos médicos. Existirão, alegadamente, esquemas manhosos em redor deste negócio. Basta olhar para as praças de táxis, ou para as frotas das corporações dos bombeiros, para desconfiar da marosca. Mas isso não justifica o radicalismo da decisão de deixar os doentes a pé, condenando à morte os que não têm meios para se deslocar nem dinheiro para pagar a quem os transporte. 
Mais cedo do que tarde esta será mais uma área a ficar sob a alçada das autarquias. O que, diga-se, nem me parece mal. Afinal se as juntas de freguesia e as câmaras municipais têm dinheiro para levar velhinhos a Fátima e a outros locais de reconhecido interesse turístico, ou se podem pagar milhões em almoços e espectáculos dos Tóinos Carreiras desta vida, também devem ter algum para transportar quem está doente e precisa de ajuda médica.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

A chama imensamente cara

Apesar do preço dos combustíveis estar a atingir novos máximos históricos, os portugueses não dão sinal de prescindir do uso do automóvel ou de, pelo menos, fazer um uso mais racional da viatura particular. Significará isso que o nosso bolso resistirá a mais uns quantos aumentos desse e de outros bens de que não damos mostra de aceitar colocar de parte. 
Confesso que a mim, apesar de não ter um poço de petróleo no quintal nem possuir acções de nenhuma gasolineira, considero que há coisas bem piores do que esta escalada de preços. Acho até alguma piada aos pretensos protestos e às patéticas tentativas de boicote, em relação a algumas marcas dominantes no mercado, que vão circulando pela internet e enchendo as caixas de e-mail com mensagens de caracter marcadamente infantil. 
Mesmo suscitando menos atenção por parte da comunicação social, o preço do gás de garrafa tem aumentado a um ritmo que nada fica a dever aos seus parentes líquidos. Refira-se que o preço de uma botija de onze quilos de propano rondaria, ainda há relativamente pouco tempo, os dezassete euros. Hoje custou-me vinte cinco euros. Ora, se percorrer de automóvel os mil metros que me separam do emprego pode – e bem – ser considerado um luxo, já tomar banho ou confeccionar as refeições não se me afigura como tal. Mas, estranhamente, não vejo nem ouço preocupações quanto a isso. Será que o pessoal só come sandes e toma banho de água fria?!

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Estranho conceito de ocupação do espaço

Pretender taxar as máquinas multibanco com o argumento que estão a ocupar a via pública é uma ideia própria de loucos. Fundamentar tal decisão não será fácil e vai com certeza requerer aos proponentes de tão parva medida que puxem pela imaginação a um nível que é capaz de deixar sequelas. Esforço, ainda assim, bem menor do que aquele que os habitantes dos concelhos onde esta parvoíce for avante terão de fazer para suportar mais este custo. Sim, porque apenas os proponentes acreditarão – se calhar nem eles – que a banca não fará reflectir nos seus clientes o valor que tiver de pagar às Câmaras. 
Já situações como as que mostra a imagem não estarão sujeitas a nenhum pagamento por ocupação da via pública. Vá lá saber-se porquê terão merecido o licenciamento municipal e, embora ocupem largos metros quadrados de espaço pertencente ao domínio público, não integram os planos dos autarcas para angariar receitas. Evidentemente que os moradores não são responsáveis, nem podem ser responsabilizados, por este tipo de aborto urbanístico. Mas alguém projectou, aprovou e executou. Era capaz de não ser má ideia pôr essa malta a pagar a tal taxa. Porque, isto sim, ocupa mesmo um espaço que é de todos.

domingo, 16 de janeiro de 2011

Gente a quem só falta ladrar (e abanar o rabinho, vá)

Gabo a paciência aos que se levantam manhãzinha bem cedo – alta madrugada, quase – para levar o cão à rua com o intuito deste fazer a cagada matinal. Igual se aplica a quem, ao anoitecer - se calhar são os mesmos - faça frio, chuva ou as duas coisas em simultâneo, se obrigue a passear o rafeiro até que este tenha largado na via pública tudo aquilo que o dono – gajo asseado, portanto – não quer em casa. Chega a ser comovente ver como, debaixo de uma carga de água ou a tiritar, uns fulanos ou fulanas esperam pacientemente enquanto o amiguinho de quatro patas vai hesitando quanto ao melhor local para aliviar a tripa. É vê-los na Avenida da Estação, ao cimo da Rua dos Telheiros, à volta do Rossio e em todos os poucos locais da cidade onde existe um pouco de relva. 
Não sei se a apetência por espaços relvados é dos cães ou donos. Por um lado acredito que seja dos canitos, porque sempre que o portão do meu quintal fica aberto é mais que garantido que aparece merda na relva. Por outro, olhando para os passeios, fico com a impressão que aos animais lhes é indiferente e que são os donos que escolhem os espaços verdes. Deve ser porque já habituados a levar para lá os filhos ou os netos. 
Em muitas localidades foi colocado, nos locais mais críticos, este tipo de equipamento que disponibiliza sacos de plástico para recolha dos dejectos. Por cá ainda não existe tal coisa. Pelo menos que tenha dado por isso. Não sei qual o seu nível de utilização onde já é disponibilizado mas, estou em crer, não deverá ser elevado. O que não justificará a sua aquisição e implementação entre nós. Ainda usavam os sacos para ir às compras ao Lidl. É que se quase todos os donos afiançam que ao seu cãozinho só falta falar para ser como as pessoas, a realidade demonstra-nos que a muitos donos só falta ladrar para serem como os cães.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Legislação humilhante. Especialmente para quem a aprova.

O assunto não é novo e tem motivado acesa discussão em diversos blogues onde foi abordado. Trata-se de uma iniciativa legislativa, a decorrer em Espanha, pela qual se pretende aplicar pesadas multas a quem provocar a outrem um sentimento de humilhação. Não fora a tendência da coligação  entre o Partido Socialista e o Bloco de Esquerda, acolitados pelo Partido Comunista, para copiar tudo o que no país vizinho se aprova em matéria de costumes e a coisa não teria especial relevância para os portugueses. Até porque a maioria de nós não dominará o castelhano vernáculo e ofender espanhóis na nossa língua é perfeitamente ineficaz. 
Assim de repente a ideia do legislador nem parecerá mal de todo. O pior é que o projecto de lei em apreciação no parlamento espanhol, inverte o ónus da prova. Ou seja é ao acusado a quem compete provar que não ofendeu o queixoso. Também o que poderá ser considerado como ofensivo variará conforme a sensibilidade ou o humor de cada um. Daí que, mesmo a verificar-se a sua cópia para este lado da fronteira, não estou a ver como possa ser aplicada entre nós, pois, como toda a gente sabe, somos verdadeiros especialistas em contornar as leis. 
Vários casos têm sido dados como exemplo onde a lei se pode aplicar. Se, hipoteticamente, alguém perguntar a homem solteiro se tem namorada, isso pode ser considerado ofensivo e motivo para que ao bisbilhoteiro seja aplicada uma coima. Basta para tanto que o inquirido seja panasca e se sinta ofendido com a questão. 
É por estas e por outras que até nem me desagradava que os súcias portugueses seguissem o exemplo espanhol e aprovassem lei semelhante. Pelo menos perto de mim mais ninguém contava anedotas de alentejanos.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Gente que quer é obrar

O anuncio de uma nova obra, a realizar com dinheiros públicos, provoca inevitavelmente reacções de caracter contraditório. De um lado estão os que a acham imprescindível, inadiável e que já vem com muitos anos de atraso mas que, acrescentam quase sempre, mais vale tarde do que nunca. Do outro os que acham que será mais um desbaratar de recursos ou que, em lugar da que é anunciada, devia ser feita outra coisa qualquer. Essa sim importante. Embora se fosse outra dissessem exactamente a mesma coisa. Haverá também quem pense que, se calhar, o melhor é não fazer nada porque isso só serve é para “eles” encherem os bolsos. Ou – a minha preferida e que parcialmente comungo – mais uma factura para nós, contribuintes, pagarmos. 
Isto sucede em todos os patamares do poder. Seja na freguesia, no município ou no país. Quando, mesmo que não passe ninguém, se promete construir o fontanário para matar a sede a quem passa, se anuncia a construção de várias rotundas, porque está na moda ainda que apenas sirvam para chatear, ou se insiste em fazer uma linha de tgv só porque o chefe do governo gosta de brincar aos comboios. Trata-se, acredito, de uma estranha patologia que afecta quem é eleito. Por uma qualquer razão que escapa ao meu entendimento, parece que quem ocupa cargos de poder tem, obrigatoriamente, de gastar dinheiro e de fazer obras. E nada nem ninguém os consegue convencer que, em muitas circunstâncias, fariam melhor se estivessem sossegados. Mas há quem goste e aplauda. Vá lá saber-se porquê.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Não é liquido que a banca tenha falta de liquidez

Todos os dias somos bombardeados com noticias que nos dão conta da escassa liquidez da banca e do perigo para a estabilidade do sistema financeiro que isso representa. Lamenta-se, em simultâneo, a dificuldade que os bancos portugueses terão em se financiar no exterior e quanto isso é terrível. Porque, dizem, não podem assim responder aos pedidos de crédito de empresas e particulares. O que, ao que se ouve e lê, inviabiliza o funcionamento da economia e provocará, profetizam, um verdadeiro desastre. Ou o fim do mundo tal como o conhecemos. 
Tudo isso, acredito, será verdade. Mas, confesso, tenho uma leve desconfiança que a coisa é capaz de não ser bem assim. Não que ponha em causa a análise económico-financeira de quem diariamente nos transmite essa ideia – eu era lá capaz disso! - mas porque as evidencias parecem demonstrar o contrário. Ainda há dias um dos maiores bancos a operar em Portugal enviou pelo correio, aos seus clientes mais jovens, um contrato de crédito pré aprovado através do qual se propunha conceder-lhes em empréstimo de quinze mil euros. Bastava para tal devolver, até podia ser pela mesma via, os documentos devidamente assinados. 
Ora se isto é assim quando se verifica escassez, nem quero imaginar como será quando houver fartura. Provavelmente irão apontar-nos uma pistola à cabeça para nos forçar a contrair um crédito.

Patriotismos

Afinal, contra tudo o que têm andado a pregar os economistas do regime, consumir parece que agora é um acto de patriotismo. Embora a conclusão seja minha, não vejo que outra ilação possa tirar das palavras de um dos comentadores económicos de serviço que hoje garantia ser o consumo das famílias, a par das exportações, o que nos pode salvar de entrar novamente em recessão. Considerava mesmo o brilhante analista, que uma quebra da procura por parte dos portugueses teria consequências desastrosas para a meta de crescimento económico que o governo prevê para o ano que agora começou e, de uma maneira geral, para o país. 
Não sei como é que alguém que defende uma redução de salários tem a lata de pronunciar semelhante dislate. Com os preços mais altos e o vencimento mais curto, pretender que o consumo não diminua, afigura-se uma ideia própria de um lunático. Ou então não. A julgar pelos parques de estacionamento das grandes superfícies os portugueses parecem querer fazer-lhe a vontade. Uns patriotas é o que nós somos.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Um país a cair aos bocados

Dezenas de anos de politicas urbanísticas e de habitação desastradas tem conduzido à situação desastrosa em que se encontram muitas cidades por esse país fora. Centros urbanos a cair aos bocados e construção de novos prédios, mais ou menos intensiva consoante a dimensão do núcleo populacional, constituíram a imagem de marca de qualquer terreola. Hoje, apesar de felizmente se construir menos do que aconteceu  há alguns anos, ainda não se vislumbram sinais que o inicio da premente tarefa de recuperar muitos milhares de prédios degradados possa estar próximo. Essa parece ser uma prioridade que esbarra de frente com as agendas – e, se calhar com as necessidades de financiamento – de políticos e outros decisores. Ou com as ideias parvas de técnicos que preferem fazer politica sem ter sido eleitos.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Alguém que diga, CORTA!

O relevo que a comunicação social, nomeadamente a televisão, está a atribuir à morte de um tal Carlos Castro é manifestamente exagerado. Todas as mortes são de lamentar, mais ainda quando se trata de um crime, mas o destaque que o assunto está a merecer é despropositado, principalmente quando não há nada de relevante a acrescentar ao que foi noticiado no primeiro momento. A criatura em causa não terá feito nada de importância na vida que tenha contribuído para o bem comum e, portanto, todo este espalhafato em redor do seu falecimento é algo para que não se encontra explicação lógica. 
Por estes dias faleceu também Vitor Alves. Um militar de Abril. Alguém que, goste-se ou não do que isso representa - e eu até nem gosto por aí além – é uma figura incomparavelmente mais importante para o país e que teve um percurso de vida que poderá ser apontado como exemplo. Não mereceu, ainda assim, nem um cagagésimo do tempo de antena dedicado ao outro morto. Provavelmente, no caso do militar, a comunicação social terá procedido de forma correcta ao cingir-se a noticiar óbito. O erro estará na forma ridícula e desproporcionada com está a acompanhar a morte do larila. A menos que o interesse da notícia provenha dos contornos macabros que terão rodeado o crime e o que daí possa interessar a alguns que também têm peças que não lhes servem para nada.

O pecado mora no centro da cidade

Segundo a última edição do “Brados do Alentejo”, para quem não sabe é dos três jornais que se publica em Estremoz, as instalações sanitárias do jardim municipal constituem um verdadeiro espaço multi-usos bem no centro da cidade. Para além do uso normal, que qualquer cidadão igualmente normal lhes dá, servirão ainda como loja social no ramo dos materiais de canalização onde os mais carenciados se vão abastecer, gratuitamente está bem de ver, de quase tudo o que precisam para colmatar as avarias que vão ocorrendo nas suas próprias casas de banho. Parece que torneiras e autoclismos serão os objectos mais procurados e que manter o stock, que é como quem diz o equipamento a funcionar, se estará a revelar tarefa difícil em consequência do elevado número de clientes que acorrerá ao local. 
Apesar do mau jeito e do evidente prejuízo para os cofres da autarquia, o desaparecimento deste material nem será o principal problema que as autoridades identificaram no local. Pior, mas muito pior, serão os actos indecorosos que, alegadamente, se praticarão no interior das ditas instalações. Diz que aquilo é para o muito e bem feito. Como diria a minha avó. Só num dia, pela manhãzinha, a senhora da limpeza terá encontrado treze preservativos com evidentes vestígios de utilização recente. 
A situação, já de si preocupante, assume ainda proporções mais alarmantes porque um cidadão, presumivelmente com necessidades fisiológicas inadiáveis, terá sido impedido de entrar no local por alguém que assegurava a segurança das actividades libidinosas que estariam a a decorrer no interior do edifício. O que, convenhamos, é muito grave. O coitado do pacato cidadão – e pode acontecer a qualquer um – não só teve de evacuar do local como, em compreensível aflição, teve de arranjar outro sitio para proceder à evacuação que o organismo exigia. 
O caso constitui um problema de difícil resolução para a Junta de Freguesia responsável pelo espaço. Qualquer medida para evitar estas ocorrências não será de fácil implementação nem conseguirá os resultados pretendidos. Nomeadamente para os roubos do equipamento. Já quanto aos actos pecaminosos que, supõe-se, por ali acontecem talvez, digo eu, se deva começar por colocar uma maquineta disponibilizadora de camisinhas e, de seguida, contactar uns gorilas que precisem de exercitar os músculos para dar uma carga de porrada aos moinantes que andam a usar os wc's públicos para actividades lascivas de caracter privado. Se calhar o mais fácil será optar pelo encerramento entre o lusco-fusco e o amanhecer. Mas, nessa circunstância, espera-se que a Junta, como medida preventiva, coloque nas imediações uma significativa quantidade de vasos de noite.

domingo, 9 de janeiro de 2011

No subsidio é que está o voto

As Câmaras descobriram nos chamados apoios sociais um novo filão onde podem distribuir, como muito bem lhes apetecer, largos milhares de euros entre os seus eleitores. Mais ou menos o que sempre fizeram mas agora mais às claras e com regras muito menos apertadas. Consta que serão já em número significativo as autarquias que, alegadamente, tem vindo a dilatar o prazo médio de pagamento a fornecedores em consequência da transferência de recursos financeiros para apoio aos estratos eleitorais mais desfavorecidos. O que não deixa de ser irónico, por poder criar um circulo vicioso e assaz preocupante em que o Município não paga às empresas, que por sua vez deixam de pagar aos trabalhadores que, à rasca, vão à autarquia pedir um subsidiozito. 
A coisa está, no entanto, a dar para o torto porque a segurança social incluirá esses benefícios no cálculo do rendimento familiar. O que fará com que os beneficiários desses apoios deixem de ter direito às prestações sociais de que até aqui vinham auferindo. Ou seja, a vontade de “ajudar” é tanta que às vezes até atrapalha. Evidentemente que as pessoas devem ser apoiadas nos momentos difíceis. Mas cada caso é, obviamente, um caso. Tanto do lado de quem atribui os subsídios como do lado de quem recebe. Generalizar, ou distribuir de forma indiscriminada, este tipo de ajuda constitui um erro, descredibiliza o que às vezes até podia ser uma boa intenção e provoca um sentimento de injustiça, que se pode tornar perigoso, naqueles que pouco ou nada têm mas que vão passando ao lado destas benesses. 
O pior é que os exemplos conhecidos não são os melhores, tanto no que se refere à maneira como são atribuídos os diversos apoios ou à forma como são usados pelos seus destinatários. Para além de ser da mais elementar justiça usar uma malha muitíssimo apertada na altura da concessão, os apoios concedidos deviam ser em géneros, em prestações de serviços e apenas em casos muito especiais em dinheiro, mas com a condição de nunca serem os próprios a geri-lo. Os exemplos, que quase toda a gente conhece, mostram-nos que, infelizmente, o dinheiro público assim entregue é gasto em quase tudo menos àquilo a que se destina. Recordo, para não ir mais longe, o caso do subsidio – em dinheiro - atribuído aos alunos carenciados para livros que nunca chegam a ser comprados pelos progenitores.

sábado, 8 de janeiro de 2011

Quanto é que isto dá em abonos de família?

Por desmandos como os que hoje são revelados pelo Diário de Noticias não constituírem novidade, são do conhecimento de quase toda a gente medianamente informada, é que fico com os meus poucos cabelos em pé sempre que ouço uns quantos javardolas debitarem alarvidades quando se pronunciam acerca da alegada crise. Nomeadamente quanto aos motivos que nos fizeram chegar a este ponto e às mezinhas que preconizam para isto entrar nos eixos. Vem, invariavelmente, sempre à baila o celebre, mas nem por isso menos miserável, aumento de 2,9% em vésperas de eleições no ordenado dos funcionários públicos. Esquecem-se os papalvos que, no escasso período de dois anos, tudo isso foi devorado por sucessivos aumentos de impostos e contribuições. Só em IRS, ADSE e CGA já lá vão quatro por cento. Mesmo para quem aufere fantásticos vencimentos de seiscentos ou setecentos euros. Além do desaparecimento de mordomias injustificáveis como, por exemplo, o abono de família. Tudo injustiças a que um governo deste partido socialista teria de pôr cobro.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Candidatos deploráveis

Estou-me nas tintas para as eleições presidenciais e positivamente cagando – que é para não me chamarem negativista - para os respectivos candidatos. Pouco me interessa, por isso, a quanto o Cavaco comprou ou vendeu a porra das acções da SLN ou quanto pagaram ao Alegre por escrever meia dúzia de baboseiras a propósito de uma banco onde, alegadamente, se praticariam umas certas manigâncias. Também me comove muito pouco que o Nobre candidato tenha assistido, nas suas altruísticas missões, verdadeiras pelejas onde galináceos e gaiatos se degladiavam por migalhas de pão. Igualmente acho pouco relevante os combates que o Lopes do PCP alega ter travado desde jovem pelas coisas em que acredita. Até porque cada um acredita no que quer, compra e vende ao preço que pode, ajuda quem lhe dá na realíssima gana e ganha a vida como lhe parece melhor. Não necessariamente por esta ordem, claro.
À excepção dos intervenientes neste circo e seus apaniguados, o restante país está-se a borrifar para as campanhas que os aparelhos tentam criar. Sujas, negras, baixas ou simplesmente promocionais por mais nomes com que as baptizem. Era deste contexto que o Defensor e o Coelho podiam tirar partido e, graças a ele, ter alguma visibilidade e granjear apoios entre os portugueses. Mas não. O primeiro insiste em falar a sério. O que, vindo de quem foi presidente de Câmara, constitui um manifesto contra-senso. O segundo – o Coelho da Madeira – ou está a ser boicotado pela comunicação social ou então perdeu a imaginação, até há pouco prodigiosa, para inventar novas formas de divertir o pagode. 
É perante as candidaturas destes seis canastrões sem graça, cinzentões e aborrecidos, notoriamente incapazes de motivar o interesse do eleitorado, que damos valor a personalidades como Manuel João Vieira, Pinto da Costa, José Castelo-Branco e outros que tais. Imagine-se a diversão que não constituiria um debate entre estes três personagens!

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

"Não se mencione o excremento" (É o titulo de um blogue que gosto de ler)

Tenho para mim que o governo – não no sentido genérico do termo mas este governo, o actual – nos quer ver mortos a todos. Ou a quase todos. Pelo menos àqueles que são menos abastados. Só assim se podem entender os sucessivos cortes e as medidas que têm vindo a ser implementadas visando, alegadamente, reduzir os custos do Estado em matéria de saúde e bem-estar social. A estratégia até pode ser brilhante. Reduz gastos, pela eliminação de pessoas de fracos recursos, e contribuirá para o equilíbrio das contas públicas. Mas este comportamento tem um nome. Que, obviamente, não menciono. O Kruzes é um blogue sério e o nível mais baixo a que desce é a merda de cão. 
A propósito de bater a bota, esticar o pernil ou, simplesmente, falecer, lembrei-me de uns dados que vi recentemente num qualquer sitio que trata de dados mais ou menos recentes. Parece que são cada vez mais os portugueses que optam pela cremação em lugar do tradicional enterro. O significado deste facto pode suscitar várias leituras. Quase todas preocupantes, diga-se. Pode, por exemplo, depreender-se que o país se tornou de tal forma insuportável que nem depois de mortos por cá querem permanecer. Ou, esta mais altruísta, continuarem para além da vida – mesmo que por pouco tempo - a transmitir algum calor humano. Embora, muito particularmente no caso das senhoras, talvez prevaleça a intenção de, ainda que apenas por alguns momentos, serem uma verdadeiras brasas. 
Mas, reitero, seja com um lindo enterro ou uma quente cremação, os gajos querem é que a gente vá desta para melhor. A confirmar as minhas suspeitas está, para além do anteriormente referido, o facto de todas as prestações sociais terem sido sujeitas a redução de montante ou retirada a sua atribuição aos que, segundo o Excremento, delas não necessitam. Todas?! Que digo eu...Parece que o subsidio de funeral não sofrerá qualquer diminuição.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Pânico selectivo

Como seria de esperar os mercados reagiram com inusitada agitação à prolongada – quatro longos e desesperantes dias - falta de actualizações do Kruzes Kanhoto. Os rapazolas, espalhados pelo globo atrás de computadores, que quais mariquinhas se assustam por tudo e por nada, entraram em histeria colectiva e o resultado foi o disparar dos juros exigidos ao Estado português pela compra da nossa divida. O impacto da ausência das costumeiras opiniões profundamente irrelevantes que por aqui vou expressando foi, como se verificou, devastador.
A reacção a este fenómeno de transcendente importância é, no mínimo, preocupante. Aguarda-se, por isso, com expectativa o resultado das providências cautelares contra os intentos governativos de reduzir salários à função pública. Se obtiverem êxito podemos estar perante uma drama de proporções inimagináveis e que poderá levar ao suicídio – ou, até, a coisa pior – de muitos desses tais rapazolas, assustadiços e amaricados, a quem chamam mercados. Alguns brilhantes comentadores, instados a pronunciar-se acerca desta remota possibilidade, manifestaram a sua inquietação por tal facto nos poder colocar na iminência de um verdadeiro cataclismo. Ou à beira do autoclismo. Não sei ao certo porque havia muito barulho quando os analistas de serviço emitiam opinião. 
Já as múltiplas e inúmeras excepções à anunciada redução salarial não parecem perturbar nem constituir motivo bastante para fazer tremer os mercados de medo. Parece-me – eu bem que andava desconfiado – que esta malta dos mercados – os tais rapazolas amaricados – é muito selectiva nas coisas que escolhe para se assustar.

sábado, 1 de janeiro de 2011

Desejos para 2011

No inicio de um ano todos formulamos desejos quanto ao que gostaríamos de ver concretizado durante esse período de tempo. Para além de outras coisas comuns a toda a gente, que nem vale a pena estar para aqui a relatar de tão comuns que são, desejo que em dois mil e onze todos os positivistas militantes - ou militantes positivistas, a ordem para aqui não interessa nada - saiam do armário e tentem contagiar-nos com a sua energia positiva. Ajudem o líder, já cansado de o fazer sozinho como confessou em tempos, a puxar pelas energias do país. Venham para a blogosfera – meio privilegiado para a divulgação desse tipo de coisas - e espalhem a mensagem. Façam-nos acreditar que somos bem governados, que o país é maravilhoso, que o Sócas é honesto, que a rapaziada dos jobs é séria, competente e ganha o que merece. Convençam-nos que os sacrifícios são justa e equitativamente distribuídos por todos. Digam-nos que  nós, o resto dos portugueses, é que somos uma corja de mal agradecidos. Vá lá. Mesmo que não acreditemos, pelo menos, contribuem para a malta se divertir.