segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

O pecado mora no centro da cidade

Segundo a última edição do “Brados do Alentejo”, para quem não sabe é dos três jornais que se publica em Estremoz, as instalações sanitárias do jardim municipal constituem um verdadeiro espaço multi-usos bem no centro da cidade. Para além do uso normal, que qualquer cidadão igualmente normal lhes dá, servirão ainda como loja social no ramo dos materiais de canalização onde os mais carenciados se vão abastecer, gratuitamente está bem de ver, de quase tudo o que precisam para colmatar as avarias que vão ocorrendo nas suas próprias casas de banho. Parece que torneiras e autoclismos serão os objectos mais procurados e que manter o stock, que é como quem diz o equipamento a funcionar, se estará a revelar tarefa difícil em consequência do elevado número de clientes que acorrerá ao local. 
Apesar do mau jeito e do evidente prejuízo para os cofres da autarquia, o desaparecimento deste material nem será o principal problema que as autoridades identificaram no local. Pior, mas muito pior, serão os actos indecorosos que, alegadamente, se praticarão no interior das ditas instalações. Diz que aquilo é para o muito e bem feito. Como diria a minha avó. Só num dia, pela manhãzinha, a senhora da limpeza terá encontrado treze preservativos com evidentes vestígios de utilização recente. 
A situação, já de si preocupante, assume ainda proporções mais alarmantes porque um cidadão, presumivelmente com necessidades fisiológicas inadiáveis, terá sido impedido de entrar no local por alguém que assegurava a segurança das actividades libidinosas que estariam a a decorrer no interior do edifício. O que, convenhamos, é muito grave. O coitado do pacato cidadão – e pode acontecer a qualquer um – não só teve de evacuar do local como, em compreensível aflição, teve de arranjar outro sitio para proceder à evacuação que o organismo exigia. 
O caso constitui um problema de difícil resolução para a Junta de Freguesia responsável pelo espaço. Qualquer medida para evitar estas ocorrências não será de fácil implementação nem conseguirá os resultados pretendidos. Nomeadamente para os roubos do equipamento. Já quanto aos actos pecaminosos que, supõe-se, por ali acontecem talvez, digo eu, se deva começar por colocar uma maquineta disponibilizadora de camisinhas e, de seguida, contactar uns gorilas que precisem de exercitar os músculos para dar uma carga de porrada aos moinantes que andam a usar os wc's públicos para actividades lascivas de caracter privado. Se calhar o mais fácil será optar pelo encerramento entre o lusco-fusco e o amanhecer. Mas, nessa circunstância, espera-se que a Junta, como medida preventiva, coloque nas imediações uma significativa quantidade de vasos de noite.

1 comentário:

  1. Descreves algo que prova bem como vamos em termos educacionais e de civismo público.
    Não é só aí e em 99,9% dos Wc públicos. Alguns já adoptaram outras medidas: não há sanitários, existe um buraco numa chapa metalizada que para a levarem têm que levar chão e tudo, e a descarga de água é enorme saida dessa mesma chapa e limpa tudo.
    Depois o uso desses recantos para outros fins, pois é...se nas grandes superfícies de Centro Comerciais é uma constante, imagina em recantos como o que descreves.

    Se fosse e a mandar...acaba com a maioria dos sanitários públicos e autarquias poupariam muito se mantivessem um ou dois mas com alguém a tomar conta e ou limpar, o que acontece em muitas áereas de serviço das nossas auto-estradas.

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