O anuncio de uma nova obra, a realizar com dinheiros públicos, provoca inevitavelmente reacções de caracter contraditório. De um lado estão os que a acham imprescindível, inadiável e que já vem com muitos anos de atraso mas que, acrescentam quase sempre, mais vale tarde do que nunca. Do outro os que acham que será mais um desbaratar de recursos ou que, em lugar da que é anunciada, devia ser feita outra coisa qualquer. Essa sim importante. Embora se fosse outra dissessem exactamente a mesma coisa. Haverá também quem pense que, se calhar, o melhor é não fazer nada porque isso só serve é para “eles” encherem os bolsos. Ou – a minha preferida e que parcialmente comungo – mais uma factura para nós, contribuintes, pagarmos.
Isto sucede em todos os patamares do poder. Seja na freguesia, no município ou no país. Quando, mesmo que não passe ninguém, se promete construir o fontanário para matar a sede a quem passa, se anuncia a construção de várias rotundas, porque está na moda ainda que apenas sirvam para chatear, ou se insiste em fazer uma linha de tgv só porque o chefe do governo gosta de brincar aos comboios. Trata-se, acredito, de uma estranha patologia que afecta quem é eleito. Por uma qualquer razão que escapa ao meu entendimento, parece que quem ocupa cargos de poder tem, obrigatoriamente, de gastar dinheiro e de fazer obras. E nada nem ninguém os consegue convencer que, em muitas circunstâncias, fariam melhor se estivessem sossegados. Mas há quem goste e aplauda. Vá lá saber-se porquê.
Também penso muitas vezes nesse "porquê"...e olha ,subscrevo tudo o que escreveste.
ResponderEliminarUm abraço