sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Tugas originalidades

Portugal prepara-se para ser um dos poucos países da União Europeia, senão mesmo o único, a transpor uma directiva comunitária que permitirá aos comerciantes cobrar aos clientes uma taxa pela utilização do cartão multibanco no pagamento das compras efectuadas.
Ridícula, idiota, disparatada e perigosa tem sido alguns dos adjectivos mais simpáticos utilizados para qualificar esta opção do governo. Por mim discordo destas criticas e manifesto desde já a minha concordância com tão sábia decisão. Trata-se de uma justíssima medida no âmbito do apoio social aos “desfavorecidos” que têm visto os seus rendimentos, oriundos do produto do roubo de carteiras e outros assaltos, diminuírem drasticamente graças ao dinheiro de plástico – único que os portugueses trazem nas algibeiras – bem como constitui uma importante ajuda no âmbito do combate à crise que atravessa o comércio nacional.
Argumentarão alguns que não será bem assim porque os comerciantes já fazem reflectir no preço final os encargos que tem de suportar com os terminais de pagamento automático. Por isso mesmo é que esta ajuda extra é importante. A todos os títulos. Inclusive o fiscal, porque se mais compras passarem a ser pagas em dinheiro vivo maior será o benefício em termos de impostos a pagar pelo comerciante. O que, reafirmo, é óptimo para a economia nacional e para a promoção da justiça e igualdade social.
Claro que os do costume irão pagar um pouco mais, mas, convenhamos, é por uma boa causa. Ajudar quem mais necessita – tal como fazer compras – faz bem a alguns egos e portanto trata-se tão só de juntar o útil ao agradável. Ladrões, comerciantes e outros desprotegidos agradecem.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

"Enfim, é o país que temos!"*

Parece mentira! A Policia Judiciária, em lugar de se preocupar em identificar os autores de blogues anónimos, lançou uma inusitada campanha de perseguição a empresários e altos quadros de empresas públicas e privadas. Estas pessoas, empreendedoras por natureza, peças chave para a saída da crise, potencialmente geradoras de riqueza e de criação de emprego, não mereciam este tratamento por parte das autoridades. Pelo contrário. As suas acções – sejam elas quais forem – deviam ser apoiadas, estimuladas e alvo de todos os incentivos e aplausos. Infelizmente assim não acontece e opta-se por perseguir gente séria, honesta e que muito contribui para o progresso e bem-estar dos portugueses, ao mesmo tempo que se deixam em paz bloguistas anónimos, que urdem campanhas negras, cheias de ódio e perseguição pessoal contra pessoas ligadas ao Partido Socialista. Partido a que têm ligações alguns dos agora investigados pela PJ, diga-se. Coincidências.
*Expressão tipicamente tuga - e um bocadinho xunga, também - que não sei ao certo o que quer dizer.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Pesquisas (só relativamente) estranhas

Há muito que não discorro acerca das pesquisas que trazem os visitantes até ao Kruzes Kanhoto. Verdade que nos últimos tempos nada merecedor de destaque por aqui tem aparecido. Nem mesmo o facto de um leitor ter achado estranho e verdadeiramente surreal que tenha aparecido uma “moeda no fundo de uma piscina” pública, ao ponto de ter introduzido essa frase na caixa de pesquisa do Google como forma de confirmar tão inusitado aparecimento. Só pode considerar isso como algo de estranho porque não mora em Estremoz nem frequenta a piscina municipal cá do sítio. Aí aparecer uma moeda seria o menor dos males. É muito mais frequente aparecer merda… em dias em que não há natação para bebés!

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Sinalização inútil

Há sinais de trânsito que só atrapalham e que constituem um verdadeiro atentado à facilidade de circulação, ao ambiente ou até mesmo à inteligência. É o caso da zona onde resido. Outros são apenas inúteis. Como o que assinala a proibição de circular numa via junto ao Largo General Graça, onde estão a decorrer obras. Apesar de todos os defeitos que os condutores portugueses possam evidenciar, particularmente a pouca concentração que demonstram em muitas circunstâncias, não parece necessário avisar os automobilistas que naquela artéria o trânsito está proibido. O tapume e o estaleiro que está por detrás constituirão certamente motivo mais que suficiente para desmotivar qualquer um de tentar passar. Digo eu, não sei.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

A liberdade da proibição

O estranho – ou talvez não - “caso” do desaparecimento de Maddie McCann e de tudo o que com ele se tem relacionado, sempre constituiu para mim um motivo de forte desinteresse. Mesmo nos dias seguintes ao sumiço da criança, quando os telejornais nos bombardeavam com directos, reportagens e comentários acerca do sucedido durante larguíssimos minutos, nem assim, o mistério que motivava conversas mais ou menos empolgadas entre os portugueses e suscitava o interesse à escala planetária, me conseguiu despertar a mais leve curiosidade. A prova disso, recordar-se-ão os que já na época acompanhavam o Kruzes Kanhoto, é que nunca por aqui foram feitos apelos patéticos aos raptores ou colocados “selinhos” alusivos ao desaparecimento da pequena Maddie.
Se, passado todo este tempo, estou a abordar o assunto é apenas porque me preocupa o ataque à liberdade de expressão. Hoje de um homem, amanhã de muitos mais. E também porque me dá um gozo muito especial contrariar os pequenos ditadores que não percebem que o mundo mudou e que, por mais que se esforcem a proibir a divulgação da informação há sempre muitas maneiras de a ela ter acesso. Não é que me interesse e nem sequer farei o download, mas quem tiver curiosidade em ler pode obter uma cópia gratuita de um livro que aborda esta temática e que está alojada no servidor aqui linkado.

domingo, 25 de outubro de 2009

A importância da paneleiragem

Os paneleiros e as fufas bem como a sua vontade de casar de véu e grinalda parecem constituir o principal problema do país. Ou, pelo menos, o que exige maior celeridade de decisão do governo a empossar por estes dias. Esta ordem de prioridades enoja-me e não pode deixar de causar espanto mesmo entre os eleitores do partido do governo que são na sua imensíssima maioria gente de bem, honesta e que de certeza não dá grande importância à paneleiragem e actividades correlativas.
Como já escrevi inúmeras vezes em posts publicados neste blogue estou-me nas tintas para essa malta. Eles que encham os intestinos com o que quiserem, atasquem o “besugo” em merda se isso lhes dá prazer ou façam o que muito bem entendam. É lá com eles – ou com elas – e desde que não me aborreçam, não serei eu a criticar as suas opções ou os seus gostos. Agora o que acho incompreensível é que os mais altos dignitários da nação, aqueles a quem pagamos para gerir a coisa pública, percam o seu tempo e esbanjem o dinheiro que devia ser aplicado em fins mais nobres a discutir assuntos de nesta natureza. Apesar de reconhecer que mesmo as aberrações devem ter alguma regulamentação isso, num país com tantos problemas importantes, nunca devia ser considerado como prioritário.
É perante situações como esta que me apetece repetir um impropério que, num tempo não muito distante, constituía uma verdadeira afronta àquele a quem fosse dirigido: “Eles que vão levar no cú!”. Mas não o vou fazer. Ainda eram capazes de gostar.

sábado, 24 de outubro de 2009

Politica social 2.0

Ao contrário do que se quer fazer crer, não foram alguns autarcas mais ou menos mediáticos os inventores das políticas sociais nas autarquias. Já desde os idos de sessenta e setenta do século passado, quando ainda nem se sonhava que um dia viesse a existir subsídio de desemprego ou rendimento mínimo garantido, eram as câmaras municipais, nomeadamente do Alentejo, que no interregno dos trabalhos sazonais na agricultura garantiam o trabalho e a remuneração essencial à sobrevivência de muitas famílias.
Apenas muito mais tarde surgiram os apoios no âmbito do ensino e só recentemente chegou a moda dos municípios se substituírem aos privados nas pequenas reparações do cano entupido, da lâmpada fundida ou do armário despregado nas casas dos idosos. Nova é também a substituição por parte das autarquias daquilo que é a obrigação do Estado de garantir assistência médica e medicamentosa. São já muitos os eleitores mais velhotes que beneficiam de remédios grátis e de operações aos olhos patrocinadas pelas respectivas Câmaras Municipais como tem sido amplamente divulgadas na comunicação social.
Uma nova geração de políticas sociais estão, com o iniciar de um novo mandato, a surgir. Depois de tratada a visão é agora altura de virar atenções para outros problemas e, apropriadamente, a boca e a saúde oral dos munícipes mais velhos serão o alvo que se segue. O que nem me parece mal de todo. Alguém com os dentes podres ou mesmo desdentado é, sem dúvida, merecedor de auxílio.
Tudo isto, ainda assim, me parece pouco. Há que ser arrojado, inovador e melhorar a qualidade de vida de quem sempre viveu com dificuldades. E como a imagem é algo de fundamental nos tempos que correm, era capaz de ser boa ideia, como forma de aumentar a auto-estima, nos casos em que ainda não esteja irremediavelmente tudo perdido, pagar uma plástica ou, pelo menos, promover idas à esteticista para tirar o buço às velhotas – há por aí cada bigodaça – ou os cabelos das orelhas aos velhotes. Estas medidas - e outras que a prodigiosa imaginação dos autarcas encontrará – poderão contribuir para uma vida com mais qualidade e, simultaneamente, dinamizar a economia local na terra onde forem implementadas.
Embora estas coisas proporcionem a oportunidade de fazer umas quantas piadolas, são, acredito, medidas importantes e constituem exemplos que devem ser seguidos. Os nossos velhotes, que vivem na maioria dos casos com pensões miseráveis, merecem estes apoios. A sério.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Clique a clique se faz um blogue!

Desde que os gajos – esses palhaços - do adsense, programa de publicidade contextual do google, resolveram rescindir unilateralmente o contrato que mantinham com o Kruzes Kanhoto que tenho testado, aqui no blogue, uma quantidade significativa de alternativas promovidas por empresas que, na maioria dos casos, estão a dar os primeiros passos nesse imenso e promissor ramo do mercado publicitário. Seja resultado da crise, que terá afastado muitos dos potenciais anunciantes, seja fruto da inexperiência, da pouca vontade de correr riscos por parte dos promotores ou simplesmente porque os meus leitores estão-se cagando para os anúncios, a verdade é que todas essas experiências se têm revelado claramente negativas. Ou, para ser mais justo, de resultados que com boa vontade posso classificar como deprimentes.
Ao contrário de outros blogues cá do sitio que pretendiam divulgar, debater ou discutir a cidade e o concelho, o objectivo do “Kruzes Kanhoto” – nunca o escondi – era, e continua a ser apesar fase mázinha que está a atravessar, muito menos nobre. Logicamente que, neste contexto, as polémicas baratas e as ofensas gratuitas não têm lugar por aqui. Talvez seja por isso que o “KK” já viu nascer e morrer quase de seguida, uma quantidade bastante apreciável de “projectos” que prometiam muito mais do que um certo “blogue que só sabe falar de merda de cão”.
Com ou sem resultados significativos este blogue continuará a existir. Continuarei a “não assinar” o meu nome e a escrever posts que são uma “bosta”. A “falta de imaginação”, a “miserável qualidade da escrita”, a “ausência de temas com interesse para o comum dos mortais” e o controlo apertado da caixa de comentários continuarão igualmente a constituir a imagem de marca deste espaço. Pelo menos enquanto me apetecer e houver leitores que, vá lá saber-se porquê, acham piada às alarvidades que vou publicando.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Mensagem fraquinha

Para fazer passar uma mensagem, seja de que tipo for, convém que a mesma seja clara e perceptível ainda que não necessariamente verdadeira. Isso pode constituir a diferença entre o sucesso e o fracasso, entre atingir ou não o objectivo que se pretende alcançar.
Este é, por exemplo, o tipo de mensagem condenada ao insucesso. Para além da dificuldade óbvia em decifrar o seu conteúdo, considerar que o individuo cuja imagem e/ou reputação se pretende atingir - provavelmente um inimigo – tem cara de osga, parece constituir um insulto demasiado fraquinho. Principalmente numa região, como é o caso daquela onde a foto foi obtida, em que as pessoas que por lá habitam mantêm uma relação de cordialidade com o pequeno réptil.
Veja-se, igualmente, o caso deste post. A mensagem que transmite será tudo menos clara ou perceptível. Mas, no caso, isso é o que menos importa. Afinal o objectivo não vai além de escrever qualquer coisa que justifique a publicação de uma foto que há meses andava aqui pela pasta das fotografias a publicar e que agora pode finalmente ser apagada.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

No dobrar - e no lamber - é que está o ganho

Existem actividades, chamemos-lhe assim, bem remuneradas neste país. E se calhar no estrangeiro, também. Burlar os outros é uma delas. Mas é igualmente um pleonasmo porque ninguém se burla a si mesmo. Vem este arrazoado idiota e pouco menos que incompreensível a propósito da anunciada possibilidade de qualquer um, com relativa facilidade e pouco engenho, poder auferir a simpática quantia anunciada na imagem ao lado. Para tanto, promete o putativo burlão, necessitará apenas de efectuar procedimentos básicos como dobrar circulares, introduzi-las num envelope, pespegar uma lambidela ao dito e enviá-lo para o destinatário.
Claro que a coisa não é assim tão simples. Trata-se somente de mais um esquema manhoso dos muitos que em tempos difíceis – e se calhar até nos fáceis – é urdido por quem tem uma relação inconciliável com a honestidade e uma grande vontade de ganhar “algum” sem grande esforço. A burla continua a funcionar, mesmo após tantos anos de uso, porque muitos outros, sem a manha dos primeiros mas com a mesma vontade de ganhar dinheiro fácil, acabam por cair na esparrela após fazerem a rápida multiplicação por quatro da quantia prometida e chegarem a um bonito número que corresponderia ao seu hipotético ganho mensal.
Desconfio que anúncios onde se oferecem outro tipo de empregos, em que se tenha de usar mais a força dos braços que a agilidade da língua, não obterão tantas respostas. É uma questão de preferência. Embora, neste como noutros casos que agora não vêm ao caso, fosse preferível usar a cabeça.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

A "coragem" da velha carcaça

Não gosto da obra de José Saramago. Tentei lê-lo muito antes de se imaginar que o homem pudesse um dia ser laureado com um Nobel e, confesso, desisti. Também não gosto de o ouvir falar. Embora, felizmente, as suas aparições televisivas sejam raras, o homem tem por hábito despejar um chorrilho de disparates que, não sendo de estranhar em pessoas da sua idade, não parecem próprios de alguém que tem um certo prestígio a salvaguardar.
Gostei, no entanto, das declarações que o dito escritor proferiu ontem em Penafiel por ocasião do lançamento do seu último livro. Não porque conheça a Bíblia, foi livro que nunca me despertou qualquer tipo de curiosidade, mas sim pela frontalidade, descaramento vá, com que Saramago se referiu à religião e à escravatura do homem perante um suposto Deus que um dia alguém se lembrou de inventar. Pode tê-lo dito de forma arrogante e apenas com a intenção de promover a sua obra através da criação de um polémica artificial mas, apesar disso, foi, quanto a mim, uma daquelas verdades inconvenientes que alguém tinha de dizer. 
Pena que a dose de coragem evidenciada pelo ex-director de um matutino da capital - tão aplaudida por uma certa esquerda de discurso cada vez mais parecido com o das beatas que muitas vezes pretende ridicularizar – não tenha chegado para condenar mais uns quantos livros ditos sagrados e umas quantas religiões dessas muito em voga e com aspirações a controlar o mundo. Quem considera a Bíblia um manual de maus costumes não hesitará, certamente, em considerar o Corão como um almanaque do terrorismo. A menos que seja cobarde e tenha medo que os profetas da religião da paz lhe rebentem com a carcaça. 

domingo, 18 de outubro de 2009

Comissões inúteis

A Comissão Nacional de Protecção de Dados, sempre tão zelosa pela segurança e privacidade dos cidadãos, terá permitido que ande por aí um – ou mais sabe-se lá – satélites americanos a espiar-nos?! Segundo o teor desta notícia do “Diário Digital” os maganos conseguem até saber a cor dos olhos das pessoas que aparecem nas imagens captadas pelos seus diabólicos aparelhos de espionagem. Não é que esteja muito preocupado com isso, até porque uso óculos escuros e não ando por aí a pôr bombas, mas não consigo evitar um sorriso irónico só de pensar nos entraves que a dita comissãozinha tuga se lembra de levantar sempre que alguma entidade pretende colocar em uso um sistema de videovigilância na via pública.
O país está repleto de comissões como esta, e de outras ainda mais inúteis, que sugam recursos sem que do seu trabalho sai algo de proveitoso para a sociedade que as mantém. Afinal de que adianta estudar, analisar ao mais ínfimo pormenor e muitas vezes rejeitar a implementação de coisas, quase sempre como o argumento que se trata de proteger a nossa privacidade, a que outros, sem nos passarem cavaco e sem que tenhamos qualquer controlo, há muito têm acesso. Mas nós, enquanto povo, gostamos. Adoramos comissões, estudos, análises e tudo o que sirva para adiar decisões, evitar compromissos e que contribua para que fique sempre tudo na mesma.

sábado, 17 de outubro de 2009

Esclarecimento desnecessário

Sim, eu sei e por isso ninguém precisa de me fazer desenhos para ver se altero o conteudo do post anterior. Quando os peritos propuseram um imposto sobre o café estavam a pensar no IEC, Imposto especial sobre o consumo, cuja cobrança ocorre numa fase de comercialização do produto que não tem nada a ver com o momento em que o consumidor beberrica tranquilamente a sua bicazinha. Da mesma forma que, se um dia se lembrarem disso, um eventual imposto sobre o látex nunca será cobrado ao utilizador final no momento do seu uso. No entanto já todos estamos a imaginar umas quantas piadolas, mais ou menos javardotas, que podíamos fazer acerca disso... É, como tenho a mania de repetir, não deixar que a verdade estrague uma boa história. 

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Vai um impostozinho?

O combate ao défict continuará, para o bem e para o mal, a ser uma prioridade do próximo executivo. Nomeadamente agora que, por força dos chamados incentivos de combate à crise, o seu valor atingiu números a que já não estávamos habituados. Deve ser por isso que fiscalistas e outros activistas destas questões tem surgido nos últimos tempos a divulgar estudos, análises ou simplesmente bitaites, acerca das medidas que deverão ser adoptadas para colmatar o desacerto das contas públicas.
De todas a mais espectacular, ou mais parva dependendo do ponto de vista, seria a introdução de um novo imposto sobre o café. Não sei se a receita gerada terá um impacto significativo ou contribuirá de modo relevante para o aumento da receita fiscal. Do que tenho sérias dúvidas é da eficácia e da capacidade da máquina fiscal em controlar a sua cobrança. Provavelmente não passaria, a ser aplicada tão mirabolante ideia, de mais um aumento do preço a pagar pelo consumidor que serviria apenas para acrescer à margem de lucro dos empresários da restauração. Que, tanto quanto se sabe, não manterão com o fisco uma relação que prime pela honestidade, transparência e rigor.
Desconheço se os tais especialistas da área da fiscalidade se lembraram ou não mas, assim de repente, sou capaz de mencionar meia dúzia de alternativas provavelmente mais rentáveis e de controlo muito mais transparente e socialmente mais justas. Taxar, seja através do agravamento do iva ou de outra maneira qualquer, os artigos de luxo, as viagens para o estrangeiro, os artigos para animais de estimação, as mensagens de telemóvel, os recursos das decisões judiciais e os depósitos bancários que não sejam provenientes de rendimentos perfeitamente identificados como resultantes de uma actividade económica sujeita a tributação, não me parece que fosse por aí além muito difícil nem tão desagradável como o tal imposto sobre o cafezinho.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

O doentinho, o resort e a cooperação transfronteiriça

Ontem terá havido festarola no resort. Como todos sabemos uma festa, seja onde for que se realize, provoca quase sempre alguns excessos. Daí que um dos intervenientes mais jovem, em consequência disso ou de um defeito de fabrico de que na óptica dos acompanhantes será portador, tenha tido necessidade de recorrer aos cuidados do centro de saúde local. Apesar do caso não aparentar complexidade de maior o médico de serviço terá sido persuadido, ainda segundo os mesmos acompanhantes do jovem combalido, a enviar o rapaz para o hospital distrital mais próximo.
A chegada de uma ambulância dos bombeiros cá da terrinha ao banco de urgência e o quase simultâneo aparecimento de dois carros da policia, despertou a curiosidade entre os circundantes e constituiu motivo para, enquanto se inteiravam da identidade do ocupante e das causas das suas maleitas, atenuar o aborrecimento provocado pelas muitas horas à espera de noticias dos seus familiares ou amigos que se encontravam a receber tratamento ou aguardavam atendimento naquele hospital.
Não tardou que um automóvel, com muitos mais cavalos que o meu, e dois furgões repletos de gente interessada no estado de saúde do jovem chegasse ao local. A pressa era tal que apenas as mulheres, provavelmente limitadas pelo espaço de manobra permitido pela saia comprida e justa, entraram pelo portão. Os homens numa demonstração da sua evidente falta de civismo e manifesta incapacidade para viver em sociedade, saltaram o muro aos berros e invadiram as zonas de espera, de triagem e irromperam pelo banco de urgência. Quais seguranças, policias ou pessoal de serviço, qual quê, nada os demoveu de ocuparem as instalações. Nada é como quem diz. O aparecimento de dois doentes com uma máscara a tapar a boca e o nariz, de imediato conotados com alguém que padecesse de gripe A, provocou a debandada geral do grupo de energúmenos e a sua concentração no exterior do edifício.
Aqui, depois de acalmados pela polícia que com uma postura serena e dialogante tratou de arrefecer os ânimos, a conversa entre eles animou e rapidamente derivou do estado de saúde do parente para outros temas acerca dos quais, apercebi-me no decorrer da noite, possuem um elevadíssimo nivel de conhecimento que vai muito para além do evidenciado pela generalidade dos cidadãos. Sabem tudo acerca de automóveis topo de gama, respectivos acessórios e extras com que podem ser equipados, os modos de actuação das diversas forças de segurança, portuguesas e espanholas, e as virtudes e defeitos dos hospitais de um e do outro lado da fronteira.
O melhor estava entretanto reservado para o final. Apesar de todos eles serem moradores no nosso famoso resort, receberem o rendimento social de inserção e todo o tipo de apoios sociais que se possam imaginar, apesar de terem nascido por cá, de os filhos frequentarem a escola e de terem todos os documentos que os identifica como cidadãos portugueses, os fulanos são espanhóis! Ou melhor, são também espanhóis. Isto porque, segundo os próprios, o aperfeiçoamento do sistema informático da segurança social – esses malditos computadoris! – impedem que os subsídios sejam atribuídos em diferentes locais do país à mesma pessoa. Daí o recurso a Espanha. Onde, garantem, estão todos no desemprego. No “paro”, como fazem questão de frisar. Para tanto possuem DNI (equivalente ao nosso bilhete de identidade), morada em Badajoz e conta numa instituição bancária espanhola. O resto é fácil de calcular…e é um excelente exemplo da cooperação transfronteiriça entre o Alentejo e a Extremadura.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Estranho sentido de humor...

Circula pela internet um vídeo em que, alegadamente, uma obscura actriz brasileira -Maitê Proença, diz que é assim a sua graça - tece considerações pouco abonatórias em relação a Portugal e aos portugueses. Como não podia deixar de ser milhares de internautas, ofendidos com as opiniões expressas pela senhora, estão a tentar criar uma onda de indignação por considerarem tais afirmações ofensivas e, pasme-se, escandalosas.
Patético. É o que de mais simpático me ocorre dizer acerca desta indignação. Pior, mas muito pior do que é dito pela apresentadora no pequeno filme, são as desconsiderações sob a forma de anedota e as piadolas parvas que todos os dias os agora indignados lusitanos contam acerca dos alentejanos. Por mim, que vi o vídeo, não me sinto mais ofendido do que quando ouço um qualquer papalvo chamar burros, mandriões e outras coisas piores a quem nasceu no Alentejo. E, não. Não me venham com essa história do gajo inteligente e com sentido de humor que sabe rir de si próprio.
A essa cambada de virgens ofendidas é permitido dizer mal de tudo e de todos, contar anedotas e humilhar os outros, mas quando são eles os pretensamente ofendidos “aqui d’el rei que me estão que me estão a ofender” ou, como diz o outro, “ai, ai, ai, ai, ai…que não pode ser!” Por mim, enquanto português, não me sinto ofendido nem insultado. Tenho a inteligência bastante para saber que sentido de humor não me falta e rir de mim próprio é coisa que não me envergonha. Lamentavelmente a essa malta que se anda a indignar com as declarações da brasileirinha é que parecem faltar todos esses atributos.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Cidadãos merdosos

Perdi já o conto ás inúmeras fotografias de merda de cão que publiquei aqui no blogue. Claro que daí não resultou nenhuma alteração de comportamento por parte dos donos, nem os canitos deixaram de cagar a seu bel-prazer por onde muito bem lhes apetece. Mas não é por isso que deixarei de me insurgir contra a javardice provocada por uns quantos cidadãos pouco respeitadores das regras da boa convivência e do respeito pela limpeza e higiene que devem existir no espaço público.
O mais interessante é que muitos dos que contribuem para este estado de coisas são pessoas bem-postas na vida, com um nível de educação – medida apenas pelo diploma, claro está - acima da média e uma pretensa cultura cívica que não lhes devia permitir terem uma atitude tão básica e primitiva quando se trata de cuidar da canzoada. Abrir o portão e deixar o animal ir cagar para a porta do vizinho não me parece ser um acto de salutar vizinhança. Principalmente quando, como é o caso, o vizinho sou eu. Menos ainda será um acto de alguém preocupado com a saúde pública. Nem, se calhar, com a saúde do seu cão…

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

O dia seguinte

Um dia depois de fechadas as urnas e contados os votos parecem ainda subsistir algumas dúvidas acerca de quem ganhou as eleições de ontem. Dúvidas legítimas e absolutamente normais que se colocam sempre que se realizam eleições em Portugal e os intervenientes nas mesmas desatam a analisar, da maneira que mais lhes convém, os números daí resultantes.
Sendo as autárquicas não um, mas trezentos e oito actos eleitorais, parece óbvio que o vencedor será aquele que conseguir vencer o maior número dessas eleições. Ou seja, conquistar o maior número de Municípios. Há, no entanto, quem insista em considerar que não. Porque, para alguns, o que conta é o número de votos obtidos mesmo que num só município votem mais pessoas do que em cem todos juntos. Ou, noutra versão, ainda que um partido tenha ganho um maior número de Câmaras que o segundo, pode ser considerado perdedor se tiver deixado fugir umas quantas para os adversários. Lógico e bem visto. Acho eu.
Mas deixemo-nos de política e tratemos de coisas mais sérias. De futebol, por exemplo. Será que o Sporting, campeão nacional em título, deve despedir o Paulo Bento?! Se calhar é melhor não. Depois de em 2007/2008 ter ficado a catorze pontos do Porto, este promissor técnico conseguiu a brilhante proeza de, em 2008/2009, levar os leões à conquista do campeonato após ter ficado apenas a quatro pontos dos dragões e agora querem pôr o homem na rua?! Tá mal, pá.

domingo, 11 de outubro de 2009

IP2 novamente chumbado

O traçado alternativo para a variante a Estremoz do IP2 apresentado pelas Estradas de Portugal foi, tal como já havia acontecido com a primeira versão, chumbado devido ao impacto ambiental negativo e irreversível que produziria na zona que iria atravessar.
Tenho o maior respeito pela natureza. Sou, até, incapaz de arrancar uma florzinha ou esmagar um caracol. Gosto igualmente do sossego e desagrada-me ter centenas de automóveis a passarem a poucos metros do meu quintal. Compreendo por isso que alguns se sintam igualmente incomodados com a perspectiva de terem relativamente perto da sua habitação - seja ela a primeira, a segunda ou a terceira - todo o desassossego causado por uma via de trânsito, verem destruídas umas quantas flores – lindíssimas de certeza - e arrasado o habitat natural de uns quantos rastejantes raros e amorosos. Percebo ainda melhor que eventualmente - e nem estou a dizer que o façam - se movimentem junto de todos os seus conhecimentos e amizades com o intuito de preservar a sua qualidade de vida que, calculo, não lhes tenha saído barata. Tal como não sairá a sua manutenção, presumo.
Continuaremos, assim, a ter durante mais alguns anos um volume de trânsito elevadíssimo junto a escolas, centro de saúde e parque desportivo, onde diariamente passam milhares de pessoas sem que isso constitua preocupação de maior para quem tem de decidir estas coisas ou para aqueles que a elas se opõem. Que interessa o transtorno de tantos e o risco de vida de muitos se a alternativa é estragar o "meu" sossego?! Principalmente quando "eu" tenho dinheiro para o pagar.

sábado, 10 de outubro de 2009

Reflexões irreflectidas para reflectir no dia de reflexão

Hoje é dia de reflexão. Mais um. Pela terceira vez num curto espaço de três meses somos chamados a reflectir. Embora a reflexão seja um exercício importante a insistência na sua prática parece manifestamente exagerada. Repetitiva, até. Daí que, tal como acontece quando escrevo os outros posts, não tenha reflectido grande coisa acerca do tema sobre o qual me irei debruçar. Assim sendo as opiniões que aqui expressar continuarão a ser pouco sérias, por consequência não deverão ser levadas a sério por gente séria e, acima de tudo, continuarão a revelar-se completamente irrelevantes e desprovidas de qualquer fundamento.
Terminada a campanha eleitoral no nosso concelho e apresentadas todas as propostas, cabe agora aos estremocenses decidir o que querem para o nosso futuro. Por mim lamento apenas que ninguém se tenha referido ou apresentado ideias para combater aquele que é “O” problema de Estremoz e, de um modo geral, de todo o interior. A desertificação humana. Temos uma cidade e um concelho com qualidade de vida e onde temos tudo o que é exigível a uma terra com a nossa dimensão. Falta-nos apenas o essencial. Gente. Pessoas, porque sem elas podemos ter políticos genialmente brilhantes ou uma cidade espectacular, que de pouco servirá.
Claro que esse é um problema que nenhum dos candidatos pode resolver - todos eles até já contribuíram para a sua minimização – porque este é um daqueles casos em que a culpa recairá, quanto a mim, muito mais nos cidadãos do que nos políticos. A baixa natalidade, a continuar a tendência das últimas décadas, provocará num futuro não muito distante o desaparecimento de muitas localidades, tenham elas ou não infra-estruturas fantásticas. Por isso o meu desafio, mesmo que irreflectido, é que os eleitores e as eleitoras aproveitem o dia de reflexão – e também a noite – para reflectir sobre este assunto e, principalmente, agir. Vocês sabem do que eu estou a falar…

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Aprendizes de burlão

Por norma os burlões costumam ser gajos espertos. Por vezes também inteligentes. De nenhum desses atributos parece ter sido dotado o indivíduo que me enviou um destes dias este e-mail, onde me dá conta de uma pretensa divisa a uma empresa de telecomunicações da qual nem sou cliente. Segundo sei, foram muitos os portugueses que receberam igual mensagem que, ao que consta, se limitaria a pedir diversa informação pessoal a quem abrisse o link.
O roubo de identidades, aparentemente o intuito deste estratagema, é um problema sério, muito em voga e que pode trazer consequências bastante complicadas para a vítima. Analisando a relação risco/lucro pode dizer-se que este é um tipo de crime onde o risco de ser apanhado é baixíssimo, quase desprezível, enquanto os proveitos obtidos dependem apenas dos limites que o criminoso impuser à sua ambição.
No caso em concreto, embora o plano não pareça mau, a competência demonstrada deixa muito a desejar e revela claramente que o meliante é aprendiz ou burro. Quando se pretende ludibriar alguém deve sempre partir-se do princípio que o potencial ludibriado não é parvo de todo e que prestará o mínimo de atenção a alguns detalhes. Logo haverá que evitar erros crassos como, para citar apenas um, o português empregue na elaboração da mensagem. Era capaz de não ser má ideia a criatura frequentar mais umas aulas de língua portuguesa. Dessas que agora por aí há para estrangeiros.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Promessa eleitoral que falta fazer

Tal como seria de esperar, até porque é o hábito em período eleitoral, todos os partidos e outros candidatos às centenas de Câmaras e milhares de Juntas de Freguesia prometem nos seus programas a realização de obras para todos os gostos e a tomada de medidas em todas as áreas a que a nossa imaginação nos possa conduzir. Seja o que for que nós pensemos que possa ser feito, de certeza que já alguém pensou antes e aparece escarrapachado no programa de algum candidato a alguma coisa.
Prometem espalhar infra-estruturas de toda a índole por todo o território que, no interior pobre e desertificado, não terão num futuro próximo qualquer utilidade por não haver pessoas para as usufruir e que no litoral superpovoado servirão apenas para atrair ainda mais gente e diminuir, por consequência, a qualidade de vida. Prometem uma generosa distribuição de dinheiro por determinados grupos, modernamente apelidada de apoios sociais, que na prática servirá para estimular o mercado da droga e da venda de armas. Ou, num segmento mais específico, dinamizar o mercado da prostituição e aumentar o fluxo de remessas monetárias para o Brasil.
Para pagar todas essas promessas será necessário muito dinheiro. Isto se partirmos do princípio que quem as faz tenciona pagá-las – o que em muitos casos, a ocorrer, constituiria uma surpresa – mas quanto a isso os programas eleitorais nada dizem. É, no entanto, bom que se tome consciência que aquilo que os aspirantes a políticos pretendem construir ou as verbas que prometem entregar aos mais pobres, como gostam de dizer, vão sair do bolso de alguém. No caso de todos os que pagam o IRS, o IMI e o IUC que, apesar de pagos longe das instalações municipais, constituem a principal fonte de financiamento da maioria dos municípios portugueses.
É por isso que a pergunta se impõe. Será assim tão difícil prometer não fazer nada?! Para além de ser uma promessa relativamente fácil de cumprir, em muitos casos daria reeleição quase garantida.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Ataques de verborreia

Já escrevi inúmeras vezes e devia por isso ser conhecido de quem visita este espaço, que o Kruzes Kanhoto não versa sobre a politica local. Embora possa tratar – e já o fez muitas vezes – de assuntos relacionados com a cidade e o concelho, a luta partidária não teve, não tem e nunca terá lugar por aqui. Afinal o blogue é meu e sou eu que decido quanto a isso, independentemente de haver quem ache que tal actuação pode configurar uma qualquer espécie de asfixia democrática. 
Comentários ofensivos – nem elogiosos, acrescente-se - acerca dos candidatos, seus apoiantes ou como sucedeu mais recentemente em que eram mencionados alguns funcionários municipais, não serão obviamente aqui publicados. Mesmo sabendo-se que, por esta altura, as emoções entre os apaniguados das diversas candidaturas estarão ao rubro, que o anonimato proporcionado por estes novos meios tecnológicos potencia uma coragem inaudita e uma fraqueza pouco vista na apreciação das qualidades e defeitos alheios, um pouco de juízo e bom senso não fariam mal a ninguém. Até porque, recorde-se, um homem – ou uma mulher – só não muda de clube...

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

As tripas da Elisa

Costumam ser os pequenos partidos a apresentar as propostas eleitorais mais esquisitas. Até porque, sabem à partida, não terão a responsabilidade de cumprir tudo o que de anormalmente estranho prometerem durante a campanha eleitoral. Causa-me por isso alguma surpresa que seja a candidata do Partido Socialista à Câmara do Porto a prometer dar tripas - o típico e simultaneamente asqueroso prato da cidade – a quem visitar a Invicta caso venha a ser, como não se espera, eleita para a presidência daquela autarquia. A proposta, para além de ridícula, apenas é viável mediante uma interpretação deveras generosa do complicado processo legislativo que rege as autarquias.
A Elisa, que até parece ser simpática e acredito pudesse ser uma boa Presidente se tivesse sido eleita há vinte anos, não goza de grande popularidade entre os eleitores locais. A estratégia de colagem ao velhote badalhoco que preside aos destino do clube que joga no Estádio do Ladrão já provou noutras ocasiões ser errada e afasta mais potenciais votantes do que aqueles que poderá cativar. Estranho é que dentro do PS ninguém perceba que enquanto os seus candidatos tiverem o alto patrocínio do presidente do clube de futebol do Porto nunca ganharão eleições naquela cidade. É, aliás, esse distanciamento que tem dado e continuará a dar sucessivas vitórias a Rui Rio.
Ninguém, pelo menos fora do Porto e do PS, percebe do que estarão à espera os dirigentes locais e nacionais para promoverem de vez o afastamento entre o partido e o dito velhinho. A menos que ambos tenham tanto em comum que uma separação se torne mais difícil do que separar gémeos siameses.

domingo, 4 de outubro de 2009

A negação...

Ora aí está a primeira reacção ao post anterior. Pergunta um dos visados, o Geninho, “onde é que dizia que o post era de minha autoria?”. “Minha”, dele, entenda-se. Bom, talvez dentro do espaço assinalado a vermelho...

Para que querem um blog se não sabem escrever?!

Não conheço o individuo da foto de lado de nenhum. Sei apenas que se chamará Bo@avid@ Pires e que será editor de um blogue a que deu o sugestivo nome de “Cú de Oeiras”. Esta criatura merece hoje um lugar de destaque no “Kruzes Kanhoto” porque, descobri recentemente, usa os textos que aqui escrevo para, sem qualquer referência ao autor ou ao local de onde os roubou, publicar no seu patético blogue como se fossem seus. Provavelmente todos os outros posts que por lá estão publicados tê-los-à ido também gamar a outro lado qualquer. Inclusivamente a outros blogues de Estremoz. É só procurar que está lá tudo...
Mas não é o único. Tal como já havia feito o autor do pró-comunista "Rotundas e Encruzilhadas" relativamente à minha prosa acerca da asfixia democrática, um auto-intitulado “Patrulheiro da GNR” resolveu adoptar este post como sendo de sua autoria. Para alguém, que por aquilo que escreve ou copia, diz ser militar da Guarda Nacional Republicana parece-me um comportamento pouco ético e revelador de uma formação pessoal que deixará muito a desejar em alguém que é pago para fazer cumprir a lei.
Existe ainda uma outra classe de plagiadores. Os que vêm até aqui e copiam, no todo ou em parte, os textos que escrevo e enviam como comentário anónimo para outros blogues. Tal como os anteriores revelam uma baixeza de carácter de meter dó e um comportamento intelectualmente indigente.
Todas estas situações suscitam-me algumas questões para as quais não encontro resposta. O que leva alguém que não sabe alinhavar meia dúzia de baboseiras sob a forma de texto, a ter um blogue?! Ou, pior, havendo tanta coisa jeitosa e bem escrita por essa internet fora, porquê escolher as alarvidades manhosas que vou escrevendo no Kruzes?
Finalmente, para estes dois “senhores”, a que acima fiz referência, fica a sugestão. Copiem este post e colem nos seus blogues. Estão autorizados a fazê-lo. Se tiverem integridade para isso, publiquem-no. Na integra.

sábado, 3 de outubro de 2009

Segurança...ou não.

O inicio dos trabalhos de construção do futuro quartel da GNR em Estremoz irá colocar importantes questões de segurança aos técnicos e responsáveis da empresa que realizar a obra. Importará em primeiro lugar salvaguardar a integridade fisica de quem ali vai trabalhar e, depois, garantir o acondicionamento dos materiais a utilizar na obra e dos equipamentos necessários para a sua execução de forma a que os mesmos não levem sumiço. O que, sem dúvida, constituirá um interessante desafio para quem tiver de fazer o planeamento dos trabalhos.
Este tipo de questões ter-se-á já colocado noutros locais, mas as soluções encontradas, mais ou menos engenhosas, nem sempre são as melhores. Atente-se nesta foto, surripiada descaradamente ao blogue “Para melhorar Fernão Ferro” em que, segundo o seu autor, foi necessário recorrer ao estratagema de deixar o contentor pendurado numa grua para evitar o roubo do seu conteúdo.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Aqui há gato!

O Bloco de Esquerda é um partido de causas. Perdidas e parvas quase todas mas, ainda assim, causas. Na falta de ideias melhores, ou por influencia de algum militante mais idiota, os gatos parecem ser a nova paixão dos Anacletos. De tal forma assim é que no Porto o programa eleitoral do BE àquela autarquia lamenta “a ausência de protecção para o gato de rua” e propõe-se criar a figura do “gato comunitário”, para o qual defende um “estatuto de protecção”. O que, presume-se, poderá ser o primeiro passo para a nacionalização dos pequenos felinos. 
Faça-se, no entanto, alguma justiça à coerência destes fulanos. Esta causa está plenamente integrada naquilo que tem vindo a ser o percurso e as opções estratégicas deste partido ao longo dos últimos anos. É por isso que depois de defenderam veementemente as causas das bichas, não constitui grande surpresa que venham agora defender a dos bichanos.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

"Xuning" ecologico

Volta e meia ouvem-se noticias que dão conta do roubo de combustível dos depósitos de viaturas estacionadas na cidade e, até mesmo, de outras recolhidas em instalações das empresas a que pertencem. Nada de muito surpreendente. Por um lado o elevado preço dos combustíveis transforma o precioso liquido que faz mover o mundo num bem extremamente apetecível para os amigos do alheio e, por outro, é conhecida a tendência dos automóveis de gama alta e dos furgões de grandes dimensões para consumirem uma quantidade apreciável de combustível a cada cem quilómetros. O que constitui, para os automobilistas que são forçados a possuir viaturas deste tipo, um verdadeiro drama tantas vezes incompreendido pelos fanáticos do abastecimento nas bombas de gasolina.
Desconheço se será por essa ou por qualquer outra razão que o proprietário deste carrito resolveu substituir o fecho do seu depósito por uma rolha de cortiça. Para além de ecológico é muito mais fácil de remover do que o equipamento de série, muito mais barato e apresenta ainda a inegável vantagem de proporcionar ao meliante que tenha de proceder à recolha do conteúdo a possibilidade de deixar tudo como encontrou sem necessidade de provocar estragos.
Claro que pode ser apenas para desenrascar porque a outra tampa se estragou ou, simplesmente, porque se trata de um chasso e o dono não está para investir mais dinheiro naquilo. Seja como for está original.