Por diversas ocasiões tenho defendido que os municípios, nomeadamente do interior, devem orientar as suas prioridades de investimento para a terceira idade. Em lugar de creches e escolas para crianças que não vão nascer ou megalomanias diversas que servem apenas para elevar o ego de autarcas à beira da demência, parece-me de uma lógica mais do que evidente - tão evidente que até me faz confusão que poucos a vejam - que a aposta deve ser, inequivocamente, nos mais velhos. Até porque temos muitos.
Embora muito de vez em quando, vão surgindo noticias que me fazem acreditar que um ou outro autarca ainda conserva algum bom senso e mantém um nível aceitável de contacto com a realidade terrena. É o caso de um pequeno município do interior, envelhecido como quase todos os outros, que pretende construir cinco lares de idosos noutras tantas freguesias do concelho. Para tanto lançou já o concurso para elaboração dos projectos e tenciona, apesar da crise, iniciar as obras ainda este ano.
Ficará, com esta opção, impedido de subsidiar generosamente actividades importantes - almoços, jantares e comemorações diversas, por exemplo - ou manifestações culturais em que participaria parte significativa da população - cinco ou seis eleitores, vá, e quase todas da mesma família - mas pode, em contrapartida, contribuir para resolver muitos problemas de caracter social a um número cada vez maior de pessoas. De caminho contribui igualmente para criar umas dezenas de postos de trabalho e, assim, manter mais uns quantos habitantes. Há, vejam lá o desplante, quem ache isso importante.
Totalmente de acordo e já há alguns municipios que estão a apostar nisso e outros já têm creches + lares, onde os pequenos aprendem a lidar com os velhos.
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