sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Desculpas...

Apesar da crise, dos despedimentos e dos sucessivos encerramentos de empresas, parece haver ainda empresários patrões que necessitam recrutar pessoal e não encontram ninguém disposto a trabalhar nas suas empresas. Ao que garantem, a culpa será do chorudo subsídio de desemprego que generosamente é atribuído aos desempregados e que motiva pouca apetência aos beneficiários desta prestação social em aceitar qualquer emprego mal remunerado.

Não sei se os empresários patrões lusos terão ou não razão naquilo que afirmam. O que me parece é que, como dizia o amigo Simão Serafim¹, o exemplo tem de vir de cima e de cima há muito que não aparece nenhum exemplo de jeito, nem que mereça ser seguido quando a matéria a tratar é aproveitamento da coisa pública. Perante tudo o que se tem visto, lido e ouvido nos últimos tempos, quem pode criticar que alguém opte por ficar em casa e receber praticamente o mesmo dinheiro não trabalhando em vez de aceitar um emprego com um salário de miséria?!

Nem desconfio se situações dessas ocorrem com frequência. O que me parece estranho é que, sendo o mercado que comanda o funcionamento da economia e havendo escassez de mão-de-obra, não interessando para aqui o motivo, os salários não aumentem e os empresários patrões que disso se lamentam não subam o valor das remunerações pelas quais pretendem contratar trabalhadores continuando a insistir em oferecer o salário mínimo…

¹ Alguns sabem do que estou a falar e lembram-se da tirada, de todo inesperada, que deixou boquiabertos os que assistiam a uma célebre reunião no Teatro Bernardim Ribeiro…

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