quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

"Tempos modernos"


A culpa do pouco crescimento da economia, do elevado desemprego, da baixa produtividade e, em suma, do nosso atraso em relação aos outros países europeus era a rigidez das leis laborais. Era. De ora em diante vai deixar de ser. O futuro será radioso. O desenvolvimento, o progresso e o emprego para quase todos não tardarão em chegar. Tudo isso porque vai ser ainda mais fácil e barato despedir, trabalhar-se-à muito mais e ganhar-se-à muito menos. Só vantagens competitivas, portanto. Lamentavelmente ficou apenas por consagrar a possibilidade legal do patrão poder chicotear os empregados menos produtivos ou que ousem olhá-lo de soslaio. Nada que, numa próxima revisão do código do trabalho, a UGT não se disponha a aceitar.
As perspectivas são de tal forma entusiasmantes que o primeiro-ministro não hesitou em considerar que vivemos um momento histórico. Até pode ser. Embora desconfie que pelas piores razões. É que, tal como dizia hoje o proprietário de um comercio qualquer, se não houver clientes não há negócio. Não sei é se esta gente estará a perceber que aqueles que vão trabalhar mais tempo, receber um ordenado menor e, muitos, ser despedidos é que são os tais clientes que fazem mover qualquer negócio.

4 comentários:

  1. Foi um momento histórico de tanta "cretinice junta" e subscrevo o que dizes.
    Sinceramente estamos entregues à bicharada e julgas que o povo aprenderá alguma coisa?

    Julgo que não!

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  2. Pelo menos a partir de agora os nossos empresários já não podem atirar à cara a flexibilidade laboral como causa do seu fraco desempenho.

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  3. Vamos precisar agora de navios negreiros!

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  4. a coisa vai ficar tão flexível que nunca mais se põe em pé...

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