Ao contrário de muitos comentadores, que nos últimos dias não se têm cansado de declarar o fim do “jardinismo”, tenho alguma dificuldade em acreditar que esta forma de governar esteja a chegar ao fim. Direi mesmo que o anúncio do seu termo é manifestamente exagerado. Isto porque apesar da aparente rendição forçada do Jardim da madeira, onde se calhar a coisa de ora em diante irá piar ligeiramente mais fino, há em quase todos nós um pequeno Alberto João.
Se, com o chamado plano de resgate da Madeira, o original e grande Alberto terá forçosamente de alterar um bocadinho - pelo menos é o que se espera – a sua forma de governar a ilha, por cá vai continuar tudo na mesma para os muitos jardinistas que dirigem municípios, juntas de freguesia, empresas públicas, fundações e demais instituições onde, de alguma forma, é gerido dinheiro público. O rigor – não digo austeridade porque sou contra e acho-a desnecessária – ainda não tem data marcada para aparecer nessa espécie de universos paralelos onde tudo corre como se vivêssemos num país onde o dinheiro brota das árvores. E, quando um dia aparecer, não me enganarei muito se servir apenas para despedir funcionários, mandriões inúteis e malcriados, quase todos principescamente bem pagos. Malta que, como se sabe, ganha muito e trabalha pouco.
Mesmo ao nível do cidadão comum o jardinismo continuará a imperar. Continuaremos a adorar quem tapa cada pedacinho de terreno com betão e a aplaudir quem esturra fortunas – nossas, só por acaso – em cantorias e festarolas badalhocas. Vamos continuar a desprezar quem pretende gastar os dinheiros públicos de forma racional, a odiar os que procuram gerir a coisa pública com transparência e a votar em Isaltinos, Fátinhas ou Valentins.
é o pais dos tristes contrastes...e subscrevo o que dizes!
ResponderEliminarCORAGE
ResponderEliminar> Antes de mais, nada de surpreendente com a Madeira, que apenas acompanha o contnente na sofrida perda de soberania. Ainda assim, com mais dignidade, que a respectiva dependência é inteira para com o seu país. Polémico quanto baste graças a Deus, ainda ninguém apontou o dedo a Jardim de se ter abotoado em proveito próprio.
Se Alberto João tivesse sido melhor aproveitado bem cedo como primeiro-ministro de Portugal, muita gente nociva que por aí merdou nem sequer tinha sido tolerada e mantida no caldeirão da desgraça para que nos conduziram. Nem se demitiram nem corremos com eles, e até permitimos que agora saiam a terreiro com receitas para nos tirar do buraco que ajudaram a cavar.
Notável o discernimento, franqueza e capacidade de decisão que o líder madeirense demonstrou ao explicar o inadiável pacote para a sua Região. Por cá, os paroquianos vão-se contentando com os passes de mágica das respectivas irmandades, quer rezem em grupo perfilado e obediente, quer preguem de púlpito para os sempre curvados crentes.
Nem que seja apenas pelo gozo de ser contra a corrente e de chatear os seguidores de todas as modas, aqui fica, como diz o outro.
O "jardinismo" (lato sensu) tem pernas para andar neste Portugal!
ResponderEliminare eu a pensar que se referia à bosta do canito...
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