Dois
factos contribuíram hoje para me baralhar as ideias. Ou para me
esclarecer. Não sei ao certo. Nem, sequer, ao incerto. O primeiro dá
conta de um relatório do Banco de Portugal onde se afirma que as
medidas de austeridade e a contenção salarial vão implicar uma
quebra recorde no consumo e conduzir-nos a uma recessão sem
precedentes. Fiquei, no entanto, com dúvidas se, para este gente,
isso seria ou não uma coisa má. Pelos vistos não é. Se para qualquer
pessoa com juízo mediano este seria uma caminho a evitar, para esta
malta é por aqui que se deve continuar. De tal forma que até
admitem a necessidade de mais austeridade. O que - não sei, digo eu
– é capaz de ainda agravar mais a tal recessão sem precedentes.
O
segundo facto que contribuiu para me aturdir, foi a justificação
dada por Eduardo Catroga quando inquirido se não achava o seu novo
ordenado – uns míseros 45 mil euros por mês a acumular com uma
pensão de quase dez mil – um bocadito a atirar para o exagerado.
Que não, terá dito o homem. Porque “quanto mais ganhar maior é a
receita do Estado com o pagamento dos meus impostos e isso tem um
efeito retributivo.” O que é manifestamente verdade, Embora seja
mais verdadeiro para uns do que para outros. Principalmente quando
esta tirada de génio não se aplica aqueles que são vitimas da
redução salarial decretada em consequência de acordos em que o
figurão em causa terá estado, directa ou indirectamente, envolvido.
Perante
declarações e relatórios deste quilate parece legitimo
questionar-me, citando um famoso filosofo brasileiro, se o burro
serei eu. Quero acreditar que não, mas lá que ando há anos a
levar coices destas bestas disso é que não tenho dúvidas.
Anda tudo doido e subscrevo totalmente!
ResponderEliminar