Começo
a interrogar-me acerca das previsões, mais ou menos catastrofistas,
que por aqui – e também por outros lados - tenho andado a
espalhar. Nomeadamente quanto às consequências que a quebra brutal
do poder de compra dos portugueses, em particular dos funcionários
públicos, representaria em termos de queda no consumo. Admito que,
provavelmente, estarei errado. E, se assim for, ainda bem.
Indiferentes
aos aumentos de preços, subidas de impostos, descidas de salários e
incertezas quanto ao futuro, continuamos a consumir como se não
houvesse amanhã. Ou, noutra perspectiva, a dinamizar a economia. O
que, reconheço, não é necessariamente mau. Mas, digo eu, se calhar
era conveniente não abusar.
Apesar
de todos os indicadores mostrarem uma acentuada diminuição dos
níveis de consumo, por cá – pelo menos é essa a minha sensação
– não se nota nada. Nos parques de estacionamento das quatro
superfícies comerciais, nomeadamente ao fim-de-semana, é quase
impossível arranjar lugar para estacionar. Nos cafés e pastelarias,
em certas horas, não se arranja mesa para beberricar um cafezito
porque estão repletos de malta a devorar os deliciosos bolos e doces
cá da terra. Moro num bairro que, a pé, não dista mais do que dez
minutos do centro da cidade mas, para além de mim e da patroa, são
pouquíssimos os moradores que não fazem sistematicamente este
trajecto de automóvel.
É
por estas e por outras que desconfio que está a faltar lucidez na
análise da alegada crise. Da minha parte, quase de certeza, por
pintar um cenário demasiado negro. Ou do restante pessoal, o que
será menos provável, que achará não ser o futuro tão mau quanto
o pintam. O pessimista serei, portanto, eu. O pior é que há quem
insista em definir o pessimista como um optimista informado.
Subscrevo inteiramente!
ResponderEliminartambém concordo consigo.
ResponderEliminarTu estás é carregadíssimo de razão... portanto continua!
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