domingo, 15 de janeiro de 2012

Comprar só quando se pode pagar?! Que ideia tão parva...


Nestas situações de aperto como a que actualmente se vive nem tudo é mau. Existem também alguns aspectos positivos. Constatarmos que afinal, contrariamente aquilo que pensávamos, não somos ricos e que teremos que gerir muito melhor os recursos de que dispomos será seguramente um deles. Ainda que, em muitas circunstâncias, essa constatação tenha de nos ser imposta pela via legislativa.
Até agora o Estado e demais entidades públicas têm comprado tudo o que muito bem lhes apetece. Mesmo que não exista dinheiro para pagar nem a sua existência seja previsível para os meses – quiçá anos – mais próximos. Nem, às vezes, para os mais distantes. Por mais irresponsável que pareça a ideia, o governo vai pôr um ponto final neste peculiar modelo de gestão. Estará, ao que se sabe, para breve a publicação de legislação que limitará novas compras dos serviços públicos à possibilidade de as pagarem no prazo máximo de noventa dias.
Não faltarão sorrisos trocistas perante tão patética ideia. Teorias impraticáveis de gente que não tira o cú dos gabinetes, afiançarão uns quantos. Impossível. Se for assim “isto” pára tudo, garantirão outros. A mim o que me surpreende é que apenas agora, quando a desgraça está consumada, é que alguém se tenha lembrado de impor ao Estado e restantes administrações uma regra tão básica. Comprar apenas quando há dinheiro ou, mesmo não havendo no momento, haja a garantia da sua existência num prazo considerado aceitável.
Governar ou gerir uma instituição sujeita a pressões das mais diversas clientelas – em sentido lato, porque nem todas têm interesses ilegítimos – com as novas regras que se avizinham não será fácil. Mas também ninguém disse que a função governativa deve ser algo que se faz com relativa facilidade. Isso é o que tem acontecido até aqui, com os resultados que estão à vista. Aliás se fosse fácil qualquer badameco lá podia estar.

3 comentários:

  1. Tiro-te o meu chapeú e subscrevo inteiramente!

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  2. Sou do tempo em que tinha primeiro que poupar para depois comprar o que precisava!
    Não me passava pela cabeça ir ao banco pedir emprestado!
    Mas eu sei...os tempos são outros.

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  3. Mas isto não tem sido governado pelos badamecos que enquanto portugueses elegemos ou deixamos eleger?

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