Nestas
situações de aperto como a que actualmente se vive nem tudo é mau.
Existem também alguns aspectos positivos. Constatarmos que afinal,
contrariamente aquilo que pensávamos, não somos ricos e que teremos
que gerir muito melhor os recursos de que dispomos será seguramente
um deles. Ainda que, em muitas circunstâncias, essa constatação
tenha de nos ser imposta pela via legislativa.
Até
agora o Estado e demais entidades públicas têm comprado tudo o que
muito bem lhes apetece. Mesmo que não exista dinheiro para pagar nem
a sua existência seja previsível para os meses – quiçá anos –
mais próximos. Nem, às vezes, para os mais distantes. Por mais
irresponsável que pareça a ideia, o governo vai pôr um ponto final
neste peculiar modelo de gestão. Estará, ao que se sabe, para breve
a publicação de legislação que limitará novas compras dos
serviços públicos à possibilidade de as pagarem no prazo máximo
de noventa dias.
Não
faltarão sorrisos trocistas perante tão patética ideia. Teorias
impraticáveis de gente que não tira o cú dos gabinetes,
afiançarão uns quantos. Impossível. Se for assim “isto” pára
tudo, garantirão outros. A mim o que me surpreende é que apenas
agora, quando a desgraça está consumada, é que alguém se tenha
lembrado de impor ao Estado e restantes administrações uma regra
tão básica. Comprar apenas quando há dinheiro ou, mesmo não
havendo no momento, haja a garantia da sua existência num prazo
considerado aceitável.
Governar
ou gerir uma instituição sujeita a pressões das mais diversas
clientelas – em sentido lato, porque nem todas têm interesses
ilegítimos – com as novas regras que se avizinham não será
fácil. Mas também ninguém disse que a função governativa deve
ser algo que se faz com relativa facilidade. Isso é o que tem
acontecido até aqui, com os resultados que estão à vista. Aliás
se fosse fácil qualquer badameco lá podia estar.
Tiro-te o meu chapeú e subscrevo inteiramente!
ResponderEliminarSou do tempo em que tinha primeiro que poupar para depois comprar o que precisava!
ResponderEliminarNão me passava pela cabeça ir ao banco pedir emprestado!
Mas eu sei...os tempos são outros.
Mas isto não tem sido governado pelos badamecos que enquanto portugueses elegemos ou deixamos eleger?
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