terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Lágrimas de crocodilo

As noticias sobre velhinhos sozinhos e abandonados à sua sorte – ou, no caso, azar – voltaram a estar na ordem do dia. Infelizmente aquilo que, por estes dias, as televisões não se tem cansado de mostrar não constitui novidade e, antes pelo contrário, não se trata de um fenómeno isolado nem, ainda menos, passageiro. O envelhecimento da população e outras circunstâncias que, quase sem se dar por elas, se foram acentuando na sociedade potenciam o surgimento de cada vez mais casos como os que têm sido relatados.
Soluções para situações desta natureza não existem. Nem será fácil encontrar uma forma de as minimizar. O que se dispensam são as lágrimas de crocodilo. Nomeadamente de jornalistas bem pagas ou de assistentes sociais com jeito para a representação. Não se espera que ninguém, principalmente esta gente, faça milagres. Agora o que gostava era que as profissionais da assistência social tivessem a honestidade de, perante as câmaras de televisão, ter a mesma atitude que exibem nos seus gabinetes a quem as procura para encontrar uma solução de acolhimento para os seus parentes mais velhos. Ou, por exemplo, quando nos hospitais procuram a todo o custo despachar, seja para onde for, os doentes com alta médica mas sem condições para ficar em casa. E, já agora, que jornalistas de lágrima prestes a brotar as interrogassem acerca disso.

5 comentários:

  1. Devia de haver uma maior vigilância e acompanhamento dos idosos que, devido às agruras da vida, vivem sózinhos.
    Saudações
    Compadre Alentejano

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  2. Subscrevo inteiramente e acrescento com conhecimento de causa, que há pais e pais, assim como filhos e filhos...e também compete uma certa colaboração por parte da população civil, ou seja não vês um vizinho velhote há uns dias, há que perguntar se viram e eventualmente o que aconteceu!
    Aqui no meu prédio e nos prédios circundantes, há esse cuidado e sobretudo com os velhos que sabemos que moram sozinhos, independentemente da razão!

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  3. A nossa TV não se consegue libertar do tratamento de certas notícias sob o prisma do sensacionalismo barato que faz renascer em cada um de nós o que de pior temos.
    A TV substituíu-se à coscuvilhice insidiosa!

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  4. Pode ser que este governo"social" resolva esta "peste", porque, vendo bem, é mau para os mercados...

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