Alguns rumores sugerem que se terá assinalado hoje o Dia Mundial da Poupança. Confesso que não dei por nada. Não vi ninguém a poupar, desconfio até que poucos conhecem o conceito, e a generalidade dos comportamentos públicos a que se assiste evidenciam um estilo de vida diametralmente oposto a uma conduta de poupança.
A julgar pelo caótico trânsito da cidade ninguém optou por andar a pé, mesmo que seja para uma deslocação de cento e cinquenta metros. Ninguém deixou de usar o telemóvel, ainda que a conversa com o interlocutor pudesse decorrer ao vivo e a cores ou a banal troca de impressões, que começa quase invariavelmente por um “onde estás?” e que acaba no inevitável “atão vá”, nem se revelasse imprescindível. Continuámos a tomar o pequeno-almoço nas pastelarias e cafés mesmo que o pudéssemos ter feito em casa onde, para além de mais barato teríamos uma noção mais precisa sobre o seu conteúdo e forma de preparação. E fumar? Alguém evitou hoje fumar, poupando assim uns cêntimos em cada cigarro e ganhando alguma saúde e minutos – horas ao longo do dia – de trabalho?! Claro que não.
Obviamente que não fizemos nada destas nem de outras coisas que nos podiam fazer poupar “algum” que, multiplicado por trezentos e sessenta e cinco dias, representaria no final de um ano uma poupança muito significativa. Principalmente numa altura em que todos se queixam de uma tal crise que parece andar por aí. Somos, definitivamente, uns queixinhas. E esbanjadores, também.
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