Há certas expressões no nosso vocabulário que, apesar de utilizadas no dia-a-dia por muita gente, não fazem sentido. Pelo menos para mim. E nem sequer estou a pensar no linguajar mais do que esquisito que aquela malta toda javarola, de boné ao lado e calças ao fundo do cú, usa para comunicar entre si ou para se fazer entender pelas pessoas. O que, diga-se, quase sempre se revela uma tarefa difícil, quando não impossível, para ambas as partes.
Uma delas, talvez a que esconde os desígnios mais misteriosos e simultaneamente mais repetidas, é o célebre “então vá”. Quando no final de uma conversa alguém diz ao seu interlocutor “então vá” quer dizer exactamente o quê?! Que o outro “vá” a algum sitio impronunciável? Que, simplesmente, vá à sua vida? Ou é apenas algo que se diz quando já não há mais nada para dizer? Provavelmente esta última hipótese será a mais plausível, mas nem por isso a mais convincente para justificar o seu uso.
Prefiro, sem dúvida, o clássico “passe bem”. Pode argumentar-se que não difere muito e que o “passe” poderá esconder sub-repticiamente uma intenção de mandar alguém passear, no sentindo mais pejorativo da expressão. Até pode, mas, pelo menos, deseja-se que o faça bem.
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