domingo, 5 de outubro de 2008

O deserto

Em consequência de políticas há muito seguidas de abandono sistemático do território e não obstante irem surgindo timidamente alguns incentivos por parte de muitas autarquias, a desertificação humana do interior é um fenómeno que não dá sinais de recuo.

Os resultados do recenseamento eleitoral mostram, como se isso ainda fosse necessário e não estivesse à vista de todos, esse verdadeiro drama com o qual poucos parecem preocupados mas que é, quanto a mim, o mais grave problema do país. A inexistência de pessoas que ocupem o território de uma nação é algo inconcebível e disso até os nossos antepassados sabiam.

Embora não seja, nem de perto nem de longe, dos concelhos onde esta questão se coloca com mais acuidade, veja-se o exemplo de Estremoz. Desde o ano 2000 e até 31 de Dezembro de 2007 o concelho perdeu 675 eleitores, 135 do quais só no último ano. Estes números representam uma perda, em apenas sete anos, de 4,88% dos eleitores recenseados, o que em termos de população residente significará, provavelmente, uma diminuição ainda maior.

Mesmo em concelhos onde têm sido tomadas algumas medidas visando incentivar a natalidade e a fixação de jovens, os resultados demonstram a pouca eficácia desses incentivos. É óbvio que a solução, se é que existe, demorará a ser encontrada e estou mesmo em crer que tudo piorará neste e noutros aspectos no Alentejo até que um dia comece finalmente a melhorar.

2 comentários:

  1. Excelente o seu blog,do melhor que se faz em Estremoz. Parabéns.

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  2. Eu diria mesmo do melhor que se faz no Alentejo!!!

    É um exemplo a seguir por muitos outros blogues. Fala de temas interessantes, preocupantes e sempre com inteligência e sabedoria.

    Muitos parabéns!!

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