sábado, 1 de novembro de 2008

Coisas que se dizem por aí...

Foi uma semana “porreira, pá” em termos de declarações públicas. Começou por Manuela Ferreira Leite, a indignar-se com o aumento do salário mínimo e confirmando assim que prefere mudar fraldas ao neto que ter a chatice de suceder a José Sócrates. Este, por sua vez, numa cimeira internacional lembrou-se de promover o seu brinquedo preferido, o “Magalhães”, como se estivesse numa reunião caseira para vender “taparwares” ou artigos de diversão sexual, coisa que parece estar agora muito em voga.

A meio da semana, foi a vez de um obscuro presidente de uma alegada associação de pme´s vir a público sugerir aos seus associados o despedimento de uns quantos milhares de trabalhadores, como represália pelo aumento da remuneração mínima anunciada pelo governo. Talvez não seja má, a ideia. Os trabalhadores iriam para o desemprego e continuariam a receber quase tão pouco, enquanto ele entre os familiares arranjará certamente quem esteja disposto a trabalhar por menos.

Quem não quis ficar atrás foi o General Loureiro dos Santos. Este antigo chefe do estado-maior do exército considerou serem os militares, principalmente os mais jovens, susceptíveis de cometerem actos tresloucados causados pelo desespero que a reforma das Forças Armadas está a causar entre os militares. São as actuações desesperadas que, normalmente, acabam por ser consideradas heróicas, embora neste caso me pareça que já não há heróis. Ou, como diria o outro, promessas!

Para terminar em beleza, ontem, um até agora desconhecido secretário de estado garantiu para quem o quis ouvir – e para quem não queria também – que quem estiver contra a reforma da administração pública será trucidado. Creio, dou-lhe esse benefício, que o rapazola se enganou. Trucidar, segundo o dicionário de língua portuguesa, é matar de forma bárbara e cruel. O fulaninho, quem nem tem aspecto de assassino tem só cara de parvo, quereria provavelmente afirmar que quem se opuser, ou mesmo que não oponha porque comem quase todos pela mesma medida, será vítima da atrocidade da dita reforma. Porque atrocidade significa ferocidade, desumanidade ou crueldade. E disso percebem eles.

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