domingo, 9 de novembro de 2008

Quanto custa avaliar?

Não simpatizo por aí além com as lutas dos professores. Estranho mesmo que nos últimos vinte anos se tenham sucedido manifestações e greves contra todas as politicas educativas. Entre outras coisas, parece que a classe docente está permanentemente contra tudo e contra todos. O que não deixa de ser surpreendente porque, ao longo destes anos, tem sido maioritariamente gente saída da área da docência quem tem dirigido o sector em Portugal.

No entanto, relativamente ao processo de avaliação alvo de contestação, considero que toda a razão está do seu lado. Não sei se fará algum sentido a existência de “avaliação” e de “objectivos” na administração pública – professores incluídos – parece evidente que o modelo implementado não passa de mais um aborto legislativo que visa, unicamente, evitar que professores e demais funcionários públicos progridam nas suas carreiras.

É legitimo perguntar o que já ganharam os portugueses, em prol de quem trabalham todos os que são pagos pelo Estado, com a implementação do conceito de avaliação da função pública. A resposta a esta e a outras questões, provavelmente, apenas será conhecida quando todos os organismos oficiais dispuserem de um sistema contabilístico que permita apurar, de forma fiável, os custos de todos os seus serviços. Aí ficaremos a saber quanto custam aos cofres do Estado, portanto a todos nós, ter dez ou vinte professores no caso das escolas, ou outros tantos técnicos superiores quanto se trata de outros organismos - o que quer dizer gente relativamente bem remunerada - reunida numa sala durante cinco ou seis horas por dia, várias vezes por mês, em lugar de estar a fazer o trabalho para o qual foi contratada.

Desconheço que modelo de avaliação existe numa empresa privada, mas não tenho dúvidas que terá de ser incomparavelmente mais barato. E mais eficaz, também.

1 comentário:

  1. Já agora podemos avaliar a casa de 500.000 mil euros da ministra da educacao?

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