quinta-feira, 1 de março de 2012

Obscenidades


Podemos não apreciar as medidas de austeridade que tem vindo a ser tomadas nos últimos anos visando, alegadamente, a consolidação orçamental. Podemos, também, estar convictos da pouca eficácia de algumas e acreditarmos que o caminho para a regularização das contas públicas devia ser outro. Por mim, como não me canso de repetir, acredito que a implementação de uma cultura de rigor em toda a sociedade, pública e privada, chegava e sobrava para resolver a actual crise.
Agora o que não podemos é exigir o direito a passar incólumes entre os pingos da chuva enquanto todos os restantes apanham uma valente molha. E, por mais que se esforcem por nos fazer acreditar o contrário, é exactamente isso que se pode depreender de alguns discursos. Por exemplo dos autarcas, com a sugestão, cada vez mais repetida, da imperiosa necessidade de um plano de resgate para os municípios à semelhança do que aconteceu com a Madeira. O pior – e que ninguém explica – será o dinheiro que isso irá custar. Para cima de dez mil milhões de euros. Que não há, diga-se, mas que convinha fosse explicado aos portugueses de onde poderão aparecer.
Desconfio que, a acontecer, o dinheirinho vai sair do sítio do costume. Provavelmente sob a forma de imposto sobre o subsídio de natal e de um aumento absolutamente obsceno do IMI - Imposto Municipal sobre Imóveis em 2013. Neste último caso uma certeza de que poucos já se aperceberam. O que não deixa de ser bem-feito. Assim todos ficaremos a saber quem paga as cantorias do Tony Carreira nas festinhas de Verão lá da terra e as inúmeras rotundas que quase nos põem tontos ao atravessar qualquer vilória.

1 comentário:

  1. É que nem duvides que a cantiga vai ser a mesma!!
    Oh la la... a mesmíssima!

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