sexta-feira, 2 de março de 2012

A continuar assim ainda seremos o deserto mais desenvolvido do mundo


Tirando a parte da cobrança de impostos estar a comprometer as metas da execução orçamental – só um tolinho é que não percebia a inevitabilidade da quebra das receitas fiscais – as coisas até não estarão a correr mal ao governo. Não fora a chatice de ainda não se ter conseguido encontrar uma maneira de cobrar IRS sobre rendimentos inexistentes, obrigar quem sai do país a pagar cá os impostos ou fazer com que os mortos não se eximam das suas responsabilidades fiscais e as contas até apresentariam um equilíbrio assinalável.
Mas, vá lá, nem tudo são más notícias. A emigração, uma das grandes apostas do governo, continua a apresentar uma acentuada tendência de crescimento. Os portugueses, principalmente os mais jovens e qualificados, estão a procurar no estrangeiro o conforto que o seu país não lhes proporciona e, por esta forma, a contribuir para que uma série de indicadores não apresentem resultados ainda mais escandalosos. No sentido da miserabilidade, claro.
Mas a cooperação dos portugueses com o seu governo não se fica apenas por dar de frosques para outras paragens. Muitos resolveram mesmo falecer. Nas últimas semanas têm vindo a ser batidos todos os recordes daqueles que foram desta para melhor. A continuar assim não tardarão a fazer-se sentir os efeitos benéficos desta onda de mortandade. Nomeadamente nas contas da segurança social, que deixa de pagar reformas e comparticipações às entidades que cuidavam dos velhotes ou nas despesas com a saúde que toda esta malta já não faz e que o Estado deixa de suportar.  
Será, portanto, motivo para acreditar que os objectivos estarão a ser cumpridos. O outro que está em França a estudar filosofia – por falar nisso, como é que um funcionário autárquico arranja dinheiro para viver em Paris sem trabalhar? - prometeu cento e cinquenta mil empregos e deixou quinhentos mil desempregados. Este, que lá está agora, mesmo não tendo prometido nada, é capaz de ser gajo para arranjar meio milhão de novos emigrantes e outros tantos mortos. Ou, quem sabe, tornar-se um deles.

3 comentários:

  1. Dizes bem quando falas do deserto... este Governo ainda o vai conseguir!!

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  2. Já antes, um primeiro ministro de cor laranja, disse que os problemas da Segurança Social se resolveriam com a MORTE dos reformados... Esse indivíduo dá pelo nome de Cavaco Silva...
    Quanto ao actual é... merda!...
    Compadre Alentejano

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