Os fundos comunitários são a menina dos olhos de muito boa gente.
E de outra assim não tão boa, também. Se é verdade que foi com os fluxos
monetários oriundos da Europa que o país se desenvolveu – se entendermos o
desenvolvimento como construir coisas, independentemente da sua utilidade – não
é menos verdade que a sua mais do que tresloucada aplicação contribuiu
decisivamente para a tragédia em que agora vivemos. Fazer obra, que quase
sempre se revela incapaz de gerar qualquer espécie de retorno, sem ter dinheiro
para assegurar a contrapartida nacional não constitui, contrariamente ao que
muitos pensam, um acto de boa gestão ou algo de que alguém se deva orgulhar.
Pelo contrário.
Deve ser por estas e por outras que, nos últimos tempos, a gestão
dos dinheiros do QREN tem estado na ordem do dia. Pelos vistos, pretenderá o
governo que seja o ministro das finanças a controlar a sua distribuição. A
ideia, ao que consta, será evitar que entidades altamente endividadas e sem hipótese
de avançar com a parte que lhes cabe no pagamento do projecto, venham a
beneficiar destes fundos. O que, diga-se, parece do mais elementar senso comum.
Este princípio, a ter sido aplicado desde o inicio, teria contribuído para que
o descalabro das contas nacionais não tivesse chegado a este ponto e se calhar –
mas isto sou eu a divagar – não houvesse necessidade de andar por aí a roubar
dois meses de ordenado.
Será, portanto, uma questão de rigor. Embora aplicada tarde e a
más horas. Isto se o lobbies deixarem. Porque isso do rigor é uma coisa que aos
portugueses não assiste.
Em vez de arranjarem a Praça de Touros, façam duas novas. É "quase de borla". É dinheiro da UE...
ResponderEliminarSubscrevo!
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