terça-feira, 6 de março de 2012

Gasolina cara? Não parece.


O preço do litro de gasolina – nas marcas de referência e nas outras não tardará a chegar lá - já ultrapassa um euro e setenta cêntimos. Trezentos e quarenta escudos, para aqueles que ainda se lembram do valor do dinheiro. Nada que impeça os intrépidos condutores tugas de continuar a usar o seu tugamóbil como se não houvesse amanhã e o precioso liquido que faz mover o mundo fosse ao preço da água. Por mais incrível que pareça, até numa localidade de reduzidas dimensões como Estremoz, o número de automóveis a circular afasta qualquer ideia de crise ou de dificuldade em enfrentar os elevados preços dos combustíveis. O que não deixa de ser espantoso por se tratar de uma cidade que se atravessa a pé, de uma a outra ponta, em meia-hora e onde qualquer lugar não dista mais de dez ou quinze minutos do centro.
É por estas e por outras que tenho dificuldade em perceber a filosofia da política fiscal relativamente ao automóvel e à habitação. Que é como quem diz aos valores que se pagam de IUC – Imposto Único de Circulação e de IMI – Imposto Municipal sobre Imóveis. Em relação a este último vamos, dentro de um ano e fruto da reavaliação que está a ser levada a efeito, pagar largas centenas de euros por uma coisa que é, supostamente, nossa e que, coitada, está ali parada e não faz mal a ninguém. Já quanto ao carrinho, embora sujeito a múltiplos impostos, não tem nem de perto a mesma importância que a habitação, prejudica e incomoda bastante mais. Daí que a sua utilização – e não tanto a compra ou a posse – devesse ser muitíssimo mais penalizada. Substituir os actuais impostos que incidem sobre o automóvel e passar a cobrá-los nos combustíveis era capaz de ser muito mais justo. Digo eu, que gosto de andar a pé.

4 comentários:

  1. Nunca os espanhóis venderam tanto combustível a portugueses. Na realidade, os principais clientes das bombas de combustível de Ayamonte são portugueses, mais propriamente, residentes no Algarve.
    Ao mesmo tempo, aproveitam para fazer compras nos supermercados andaluzes e pagar "apenas" 18% de IVA...
    Como dizia Guterres: "É a vida!..."
    Compadre Alentejano

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  2. Não acho justo mais impostos sobre o combustível porque há milhares que trabalham ao volante e ou não têm outra alternativa para ir para o trabalho.

    Faço tudo a pé, tal como tu e vejo também que muitos nem quinhentos metros fazem, mas já notei uma redução drástica no uso do automóvel!

    Essa do IMI é outra loucura por parte de quem nos governa e irão safar-se os mesmos de sempre!

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  3. As últimas notícias que li foram que houve uma quebra na venda de combustíveis de 4% em Outubro e quase 6% em Novembro...

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  4. aos poucos hão-de levar menos; é que não havendo cacau não há festa...

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