Podemos não apreciar as medidas de austeridade que tem vindo a ser
tomadas nos últimos anos visando, alegadamente, a consolidação orçamental. Podemos,
também, estar convictos da pouca eficácia de algumas e acreditarmos que o
caminho para a regularização das contas públicas devia ser outro. Por mim, como
não me canso de repetir, acredito que a implementação de uma cultura de rigor
em toda a sociedade, pública e privada, chegava e sobrava para resolver a
actual crise.
Agora o que não podemos é exigir o direito a passar incólumes
entre os pingos da chuva enquanto todos os restantes apanham uma valente molha.
E, por mais que se esforcem por nos fazer acreditar o contrário, é exactamente
isso que se pode depreender de alguns discursos. Por exemplo dos autarcas, com
a sugestão, cada vez mais repetida, da imperiosa necessidade de um plano de resgate
para os municípios à semelhança do que aconteceu com a Madeira. O pior – e que
ninguém explica – será o dinheiro que isso irá custar. Para cima de dez mil milhões
de euros. Que não há, diga-se, mas que convinha fosse explicado aos portugueses
de onde poderão aparecer.
Desconfio que, a acontecer, o dinheirinho vai sair do sítio do
costume. Provavelmente sob a forma de imposto sobre o subsídio de natal e de um
aumento absolutamente obsceno do IMI - Imposto Municipal sobre Imóveis em 2013.
Neste último caso uma certeza de que poucos já se aperceberam. O que não deixa
de ser bem-feito. Assim todos ficaremos a saber quem paga as cantorias do Tony
Carreira nas festinhas de Verão lá da terra e as inúmeras rotundas que quase
nos põem tontos ao atravessar qualquer vilória.
É que nem duvides que a cantiga vai ser a mesma!!
ResponderEliminarOh la la... a mesmíssima!