As declarações da Merkel deixaram hoje irritados muitos portugueses que, ofendidos com os desmandos da bruxa germânica, destilaram a sua indignação em todos os locais onde o puderam fazer. Até a classe politica não se coibiu de manifestar o seu desagrado e foi deixando, embora de forma mais contida que a generalidade dos cidadãos, um ou outro remoque dirigido à dirigente teutónica.
Apesar de não me agradar a exigência da senhora – sim, aquilo foi uma ordem – para que nos reformemos mais tarde e tenhamos menos dias de férias, não vejo motivo para indignações. Parece-me, antes, que afirmações deste género, em lugar de nos causarem elevados índices de irritabilidade, deviam era provocar em nós um sentimento de vergonha. Mesmo que a mulher não tenha razão nenhuma naquilo que diz, a verdade é que somos obrigados a aturá-la. Afinal é ela quem tem o dinheiro de que nós precisamos. Mal comparado é como aquela tia velha e rabugenta cuja presença apenas suportamos porque é ela quem paga as nossas extravagâncias.
Ultrapassar uma situação como a que vivemos e deixar de ser o alvo da chacota e do desprezo dos outros povos, deveria constituir um desígnio nacional. Infelizmente a causa não parece ser suficientemente motivadora. Até porque os que nos podiam mobilizar aparentam estar satisfeitos, revelando mesmo uma mal dissimulada simpatia por estas reprimendas vindas da estranja.
Podemos ficar irritados mas não houve nenhum manifesto da nossa classe política pela realidade que falas.
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