Há quem insista em vender a ideia que o poder local gere os recursos colocados à sua disposição – sempre poucos, segundo se apressam a alegar – muito melhor do que a administração central. Pode, até, ser verdade. Mas isso não quer dizer que a nível autárquico o dinheiro dos contribuintes – do concelho, portugueses em geral ou europeus – seja convenientemente administrado. Pelo contrário. Por norma, é muitíssimo mal-gerido. Só assim se explica que o volume total do endividamento liquido acumulado pelos municípios, à data de trinta de Setembro do ano passado, fosse de 3.696 milhões de euros. E desconfio que, de então para cá, a tendência não terá sido no sentido descendente.
Muitos dos que não tem a gestão dos municípios portugueses em grande conta, concedem que o peso do endividamento autárquico não terá importância significativa no peso total no défice das contas nacionais. Hesito quanto a isso. Principalmente quando se lê atentamente o “memorando” - o tal que ninguém discute e todos preferem ignorar - e se faz um pequeno exercício matemático leva-nos a concluir, com facilidade, que o peso do défice autárquico não é assim tão negligenciável como alguns querem fazer crer.
O desvario com que a generalidade das autarquias tem sido governada está, no entanto, prestes a chegar ao fim. Nos dois próximos anos os municípios portugueses vão receber menos 525ME mas, mesmo assim terão de reduzir o actual nível de endividamento. O que vai constituir um desafio interessantíssimo para autarcas habituados a gastar sem controlo, sem limite e muitas vezes sem critério. O pior, embora poucos acreditem nisso, é que vai mesmo de ter que ser assim. Senão a tia Merkel – rabugenta e chata – não manda o dinheirinho para a malta se ir governando.
Venha quem vier tem que cumprir à risca as regras impostas pela Troika, caso contrário... nem quero pensar!!
ResponderEliminarA redução dos gastos do aparelho do EStado, já deveria ter sido feito há muito...e dos municipios, onde poderemos ser mais criticos...o povo está-se nas tintas porque muitas das vezes também é conivente!
Quer então dizer que cada municipio tem em média um défice de 12 milhões de euros. Porra que é muita fruta!
ResponderEliminarSempre acreditei que os municipios são um sorvedouro de dinheiros públicos, principalmente desde que lhes deram asas para as empresas municipais. A prova virá quando receberem menos verbas. Vai ser o bom e o bonito...
Será que Câmara de Estremoz, também está englobada?
ResponderEliminarA situação da Câmara de Estremoz - tal como a de todas as outras - é PÚBLICA e pode ser consultada em www.portalautarquico.pt
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