Os portugueses mentem cada vez melhor. Até os estrangeiros que escolheram o país para assentar arraiais depressa apanharam o jeito e conseguem mentir com uma desfaçatez de fazer inveja ao mestre. Debitam mentiras a uma verdade alucinante e constroem uma verdade alternativa com uma perícia ao alcance de poucos. Estou mesmo em crer que eles próprios, às tantas, se convencem que estão a falar verdade.
A rebaldaria provocada ontem em Odivelas, por uns quantos meliantes, será um exemplo que ilustra na perfeição a extraordinária capacidade para pregar petas que os portugueses – e os que à nossa terra vieram parar – estão a desenvolver. Um bando de energúmenos terá entrado em confronto com a policia, na tentativa de evitar a detenção de um ladrão – do qual seriam colegas de actividade, provavelmente – tendo provocado uma série de desacatos e danos em bens públicos e privados. Mas, ainda assim, conseguem garantir que foram vitimas de racismo e de violência policial. Conseguiam até permanecer sérios enquanto, perante as câmaras de televisão, juravam terem sido eles, pacatos cidadãos, os atacados.
Não sei como é na selva. Nunca lá estive. Contudo numa sociedade civilizada, como a nossa ainda é, a quem a policia solicita a identificação tem, naturalmente, que se identificar. Quem não o faz, resiste à detenção ou, no caso do bando em causa, ataca as autoridades para evitar que os amigos, tão meliantes quanto eles, sejam levados para a esquadra, não pode esperar que lhes sejam oferecidas flores. Nem um cházinho com bolos. O mais natural é que seja tratado com dureza e, se insistir, que leve uns murros nos cornos.
Nestas circunstâncias é normal surgirem – demoram um pouco a chegar porque normalmente moram longe de onde estas coisas acontecem – agitando a bandeira do racismo, os gajos dos direitos humanos e outros palhaços de nível semelhante. Para eles o comportamento daquela gente é para lá de angelical. Pena que tenha de aparecer a policia, qual diabinho, a estragar a paz celestial em que aqueles anjinhos vivem e perturbar o seu cândido relacionamento com as outras pessoas.
O que verdadeiramente me perturba é que são capazes de nos olharem nos olhos e dizerem-no sem se rirem. Quem é capaz de o fazer é perigoso. Muito perigoso. Atente-se no exemplo de um individuo que o faz todos os dias à hora dos telejornais.
Kruzes, se preciso for eles são tão convincentes que os agentes da polícia ainda têm que responder em inquérito sobre as razões que os levaram a tentar prender os pobres coitados...
ResponderEliminarMais um post que subscrevo na integra.
ResponderEliminarParabens pela forma explicita com que escreve.
Quando o professor é excelente a malta aprende rapidamente. Agora, imaginemos que em vez de um energúmeno, um ser desprezível, um professor corrupto, tínhamos um tipo honesto e virtuoso. É difícil imaginar o resultado, não é?
ResponderEliminarTotalmente de acordo e infelizmente nesses bairros problemáticos e não só... existe gente boa, portuguesa ou não...que por vezes levam por tabela pagando o justo pelo pecador!
ResponderEliminarGostaria era de ver o actual Ministro da Administração Interna ou algum familiar dele, no meio de um conflito desses conflitos para depois falarem da realidade e não da fantasia!