Não consigo ter grande simpatia pelos ajuntamentos, alegadamente espontâneos, que vão ocorrendo nos locais mais emblemáticos de diversas cidades europeias. A minha falta de entusiasmo relativamente a estas manifestações nada tem a ver com os propósitos das mesmas ou com as ideias defendidas pelos manifestantes. Sejam as ideias e os propósitos quais forem. Até porque, nem eles sabem ao certo que motivos devem alegar para estar ali. Estão porque sim e isso parece-lhes suficiente.
O que verdadeiramente me desagrada – e surpreende ainda mais - é que nestes encontros a esmagadora dos participantes seja gente mal-vestida, de especto esquisito e com manifesta aversão a hábitos de higiene. Mal apessoada, em suma. A coisa piora ainda mais quando abrem a boca. Independentemente do provável mau-hálito, utilizam um discurso próprio de alguém que vive numa espécie de realidade paralela. Ou que está sob o efeito de um qualquer produto cujas propriedades não potenciam a eloquência do discurso nem a clarividência do raciocínio.
Constitui um verdadeiro enigma, talvez seja mesmo um caso a estudar, que nestas concentrações não participe gente com as ideias em ordem, razoavelmente vestida e que entre os seus costumes inclua um banho de vez em quando. A ausência destes atributos parece ser até uma das condições exigíveis para participar naquilo. É por isso que me arrisco – e desta vez com a certeza de não errar – que palhaçadas destas não vão a lado nenhum. A não ser para casa. De onde nunca deviam ter saído.
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