O
resultado de vinte e tal anos a sacar dinheiro a Bruxelas – como
disse em certa ocasião um ex-Presidente da República e da Câmara
de Lisboa - para fazer obras, está à vista de todos que o queiram
ver. Poucos, apesar de tudo o que estamos a passar, porque a maioria
ainda acha que é uma boa ideia gastar o que não tem com obras
desnecessárias e arranjar encargos que não vai poder pagar só
porque alguém lhe dá uma ajudinha.
Despejar
dinheiro em cima dos problemas tem sido também uma prática
corrente. Mesmo daquele dinheiro que não temos, que tivemos de pedir
emprestado e que agora alguns acham que não temos nada de pagar. As
consequências são, tal como em relação ao que sacámos à Europa,
as que podemos apreciar.
Diz
que agora o governo, que politicamente tanto diabolizou esta prática
enquanto os organismos públicos de si dependentes a continuavam a
incentivar, vai lançar umas quantas obras públicas e criar uns
quantos programas para esturrar mais umas massas e, alegadamente,
criar emprego. Para gente vinda de leste e de África, presumo.
Haverá,
ao que parece, a intenção de avançar com projectos na área da
recuperação de centros urbanos degradados. Pode ser, admito, uma
ideia razoável. Os jardins suspensos em que os telhados de muitos
prédios, em todas as cidades e vilas, se estão a transformar
deviam, digo eu, constituir motivo de preocupação. Embora, em
muitos casos, já não haja nada para recuperar. Nem, sequer, razão
para o fazer. É deitar abaixo, limpar o entulho e pronto. Ou, quando
muito, alargar a rua.
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