segunda-feira, 11 de março de 2013

Sacadores ou saqueadores?


O resultado de vinte e tal anos a sacar dinheiro a Bruxelas – como disse em certa ocasião um ex-Presidente da República e da Câmara de Lisboa - para fazer obras, está à vista de todos que o queiram ver. Poucos, apesar de tudo o que estamos a passar, porque a maioria ainda acha que é uma boa ideia gastar o que não tem com obras desnecessárias e arranjar encargos que não vai poder pagar só porque alguém lhe dá uma ajudinha.
Despejar dinheiro em cima dos problemas tem sido também uma prática corrente. Mesmo daquele dinheiro que não temos, que tivemos de pedir emprestado e que agora alguns acham que não temos nada de pagar. As consequências são, tal como em relação ao que sacámos à Europa, as que podemos apreciar.
Diz que agora o governo, que politicamente tanto diabolizou esta prática enquanto os organismos públicos de si dependentes a continuavam a incentivar, vai lançar umas quantas obras públicas e criar uns quantos programas para esturrar mais umas massas e, alegadamente, criar emprego. Para gente vinda de leste e de África, presumo.
Haverá, ao que parece, a intenção de avançar com projectos na área da recuperação de centros urbanos degradados. Pode ser, admito, uma ideia razoável. Os jardins suspensos em que os telhados de muitos prédios, em todas as cidades e vilas, se estão a transformar deviam, digo eu, constituir motivo de preocupação. Embora, em muitos casos, já não haja nada para recuperar. Nem, sequer, razão para o fazer. É deitar abaixo, limpar o entulho e pronto. Ou, quando muito, alargar a rua.

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