Causa-me
uma certa confusão que Chipre tenha necessitado de pedir apoio
internacional. Teve até há cerca de dois meses um governo de
esquerda – daqueles patrióticos e progressistas, como se reclama
por cá, que sabem o que é bom para o povo – pelo que seria
suposto estar ao abrigo destas contingências e a salvo das
manigâncias do grande capital, especuladores estrangeiros e chulos
em geral. Não escapou, pelos vistos, a nenhuma delas.
Em
consequência disso os cipriotas foram assaltados. Pela calada da
noite, enquanto dormiam, foram vitimas de um assalto em larga escala
– um arrastão, digamos - que lhes levou uma fatia significativa
das suas poupanças. O crime foi perpetrado pelo governo local, sob
indicações da troika lá do sitio e, começo a desconfiar, é um
modus operandis que pode começar a fazer escola entre os criminosos
do ramo. Um roubo com contornos semelhantes foi, como certamente
alguns se recordarão, sugerido igualmente quando do primeiro resgate
a Portugal. Escapámos. Se calhar para a próxima não teremos a
mesma sorte.
De
resto esta é uma opção que recolherá algumas simpatias – em
alternativa a outros cortes – em alguns sectores políticos
nacionais. Excepto, talvez, no CDS os principais partidos estão
contaminados pelo vírus maoísta-blochevique transportado por muitos
que, na ânsia de encontrar tacho, procuraram nos partidos do sistema
o que não conseguiram obter com o PREC. E, assim sendo, não me
surpreenderá muito se, em desespero de causa, o vírus desperte e a opção seja sacar
umas massas a esses malandros que têm uma poupançazitas. Até
porque o deles, o mais provável, é estar ao “largo”.
Se essa medida se alastrar aos restantes países...os bancos vão ficar "totalmente carecas" por fuga de capitais e até os vencimentos e reformas passarão a ser pagos à moda antiga.
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