sábado, 2 de março de 2013

E que tal exigir rigor?!


Tal como escrevi por ocasião de manifestações anteriores todos, ou quase todos, temos motivos de sobejo para nos manifestarmos contra o estado a que chegámos. A trajectória que estamos insistentemente a seguir já deu demasiadas provas que é a errada e que, a não se arrepiar caminho, mais cedo do que tarde a coisa estoira de vez.
O que me deixa mesmo lixado é ver muita gente que contribuiu para a tragédia que estamos a viver ter agora a distinta lata de se associar a este protesto. Estou a pensar, entre outros, em inúmeros autarcas, nomeadamente vereadores e presidentes de câmara, que nas suas páginas do fuçasbook apelam à contestação ao governo e fazem questão de demonstrar o seu apoio e entusiasmo perante a “revolta popular”. Esta criaturas, que contribuíram decisivamente para rebentar com o país, são responsáveis em grande medida pelo agravar da situação dos seus munícipes. Veja-se, dentro de poucos dias, a continha do IMI, analise-se a factura da água e olhe-se para as prestações de contas ou simplesmente para as informações que divulgam on-line e é fácil perceber o que esta malta tem andado a fazer. É só ir às respectivas páginas na internet que está lá tudo.
O mesmo se pode dizer de muitos dos que hoje vão manifestar a sua indignação. Durante anos aplaudiram o esbanjamento e a delapidação dos recursos que não tínhamos. Ainda agora não faltam os que continuam a exigir e a congratular-se com obras faraónicas de interesse duvidoso sem perceberem, ou sem quererem perceber, que não há dinheiro e que tudo isso contribui para agravar a situação que tanto criticam. Mesmo com o país falido são também bastantes os que se acham no direito de reclamar subsídios e apoios para as suas organizações ou iniciativazinhas. Muitas delas sem outro interesse que não o gastronómico ou folclórico. Isto para não mencionar todos aqueles que entendem que isso de exigir factura é coisa para gajos com tiques pidescos.
É preciso encontrar alternativas. Mas elas não passam, seguramente, pela esmagadora maioria das palavras de ordem que hoje vão entoar pelas ruas da capital. Por mim, insisto no que escrevo desde o tempo em que ainda nem sequer se sonhava que ia haver crise. Não precisamos de austeridade, apenas de rigor. O rigor, por parte de todos, teria chegado e sobrado para evitar que tivéssemos chegado até aqui.

3 comentários:

  1. «FIAPE 2013, confirmada a presença de Tony Carreira» - mais palavras para quê?

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  2. Já dizia Júlio César que havia um povo na Ibéria que não se governava nem se deixava governar...

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  3. Pois é amigo e eu que sempre fui contra o esbanjamento e iniciativas parolas-caça-votos...tenho de pagar pelo que jamais fiz.

    Os autarcas e afins é tudo farinha do mesmo saco...declaram 200€ de gastos mas metem ao bolso 100€ foram os presentinhos!!!!

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