Tal
como escrevi por ocasião de manifestações anteriores todos, ou
quase todos, temos motivos de sobejo para nos manifestarmos contra o
estado a que chegámos. A trajectória que estamos insistentemente a
seguir já deu demasiadas provas que é a errada e que, a não se
arrepiar caminho, mais cedo do que tarde a coisa estoira de vez.
O
que me deixa mesmo lixado é ver muita gente que contribuiu para a
tragédia que estamos a viver ter agora a distinta lata de se
associar a este protesto. Estou a pensar, entre outros, em inúmeros
autarcas, nomeadamente vereadores e presidentes de câmara, que nas
suas páginas do fuçasbook apelam à contestação ao governo e
fazem questão de demonstrar o seu apoio e entusiasmo perante a
“revolta popular”. Esta criaturas, que contribuíram
decisivamente para rebentar com o país, são responsáveis em grande
medida pelo agravar da situação dos seus munícipes. Veja-se,
dentro de poucos dias, a continha do IMI, analise-se a factura da
água e olhe-se para as prestações de contas ou simplesmente para
as informações que divulgam on-line e é fácil perceber o que esta
malta tem andado a fazer. É só ir às respectivas páginas na
internet que está lá tudo.
O
mesmo se pode dizer de muitos dos que hoje vão manifestar a sua
indignação. Durante anos aplaudiram o esbanjamento e a delapidação
dos recursos que não tínhamos. Ainda agora não faltam os que
continuam a exigir e a congratular-se com obras faraónicas de
interesse duvidoso sem perceberem, ou sem quererem perceber, que não
há dinheiro e que tudo isso contribui para agravar a situação que
tanto criticam. Mesmo com o país falido são também bastantes os
que se acham no direito de reclamar subsídios e apoios para as suas
organizações ou iniciativazinhas. Muitas delas sem outro interesse
que não o gastronómico ou folclórico. Isto para não mencionar
todos aqueles que entendem que isso de exigir factura é coisa para
gajos com tiques pidescos.
É
preciso encontrar alternativas. Mas elas não passam, seguramente,
pela esmagadora maioria das palavras de ordem que hoje vão entoar
pelas ruas da capital. Por mim, insisto no que escrevo desde o tempo
em que ainda nem sequer se sonhava que ia haver crise. Não
precisamos de austeridade, apenas de rigor. O rigor, por parte de
todos, teria chegado e sobrado para evitar que tivéssemos chegado
até aqui.
«FIAPE 2013, confirmada a presença de Tony Carreira» - mais palavras para quê?
ResponderEliminarJá dizia Júlio César que havia um povo na Ibéria que não se governava nem se deixava governar...
ResponderEliminarPois é amigo e eu que sempre fui contra o esbanjamento e iniciativas parolas-caça-votos...tenho de pagar pelo que jamais fiz.
ResponderEliminarOs autarcas e afins é tudo farinha do mesmo saco...declaram 200€ de gastos mas metem ao bolso 100€ foram os presentinhos!!!!