Como referi uns posts
atrás, com a construção do novo quartel da Guarda Nacional Republicana, o
resort das quintinhas vai ficar mais seguro. E pequeno, também. Segundo noticia
o Brados do Alentejo de hoje, meia dúzia de habitações terão de ser demolidas para
dar lugar ao edifício que vai acolher aquela força de segurança. A questão, provavelmente, não será pacífica
dada a peculiar exigência dos moradores a desalojar. Parece, conforme destaque
da mesma fonte, que apenas estarão dispostos a abandonar o local caso lhes seja
dada uma casa ou, em contrapartida, a módica e quase insignificante quantia de
250 mil euros. O que, para além de outras coisas, releva um claro desconhecimento dos valores praticados no mercado de habitação.
Não se me afigura que tal
reivindicação tenha um grau de razoabilidade digno, sequer, de merecer atenção
pelas autoridades competentes. No caso o ministério da administração interna
enquanto responsável pela execução da obra. Por muitas razões. A começar pelo
facto de as habitações precárias terem sido edificadas em terreno que não é
deles. Estão ali há dezenas de anos a ocupar terrenos públicos e – ao que julgo
saber – privados, sem que tenham pago qualquer renda pela ocupação dos mesmos. Durante
este tempo têm usufruído de energia eléctrica e abastecimento de água de forma
completamente gratuita. Ou seja, paga por todos nós.
Não estaremos, neste
caso, perante nenhuma situação de emergência social. É público - e por demais
notório - que as pessoas em causa não aparentam ser especialmente carenciadas.
Deslocam-se em viaturas de alta cilindrada, tomam o pequeno-almoço e o lanche
no bar do hipermercado ali ao lado e não lhes é conhecida qualquer ocupação que
envolva trabalho. Alguns deles nem serão apenas
portugueses. Terão, alegadamente, documentos nacionais e espanhóis. De Portugal
receberão o rendimento social de inserção - bem como outros apoios sociais - e
de Espanha estarão a receber o “paro”. Como é conhecido o subsídio de
desemprego, no linguajar de nuestros hermanos. (1)
Em Estremoz não existe habitação
social. A última experiência neste sector foi o bairro da caixa há mais
quarenta anos e, mesmo assim, com contornos absolutamente diferentes daquilo
que são hoje os chamados bairros sociais. Desde aí, para o bem e para o mal,
nunca por cá se deram casas fosse a quem fosse. Estou em crer que não será
agora que esta regra irá ter uma excepção. Nem tal seria compreendido por todos
os que estão, sabe-se lá com que sacrifício, a pagar as suas habitações nem,
ainda menos, pelos que já as perderam por não conseguir cumprir junto da
entidade credora.
Quase de certeza não
faltarão os que agora, de repente e sabe-se lá com que motivações, vão aparecer
a defender aquela malta e insistir na necessidade da autarquia cá do sitio
lhes arranjar alojamento. A esses deixo apenas duas sugestões: Levem-nos para
perto da vossa casa e tenham a coragem de inscrever isso no programa eleitoral.
Numa ou noutra hipótese vão ver a sorte que têm…
(1) E isto que escrevo –
para esclarecer um parvo que tem a mania de vir para aqui marrar – não se trata
de uma afirmação. É apenas uma suposição baseada numa conversa, em altos berros
e para quem queria ouvir, entre ciganos residentes naquele bairro ocorrida à
porta das urgências do Hospital do Espírito Santo.
Bem que podem esperar sentados...porque infelizmente é uma etnia que se marginaliza a ela própria.
ResponderEliminarPor aqui o desalojamento foi pacífico, uns (os piores de todos os que eu chamo de arruaceiros) demandaram-se sabe-se lá para onde e outros alugaram mesmo casa. Trabalham no mercado que também este foi deslocado para outro local com as "devidas condições" pagando a respectiva "banca ou bancada à Câmara ou Junta e não tem ocorrido problemas nenhuns e bem longe de outros tempos e modos de estar!
Como em todas as raças ou etnias há os bons, os menos bons, os maus e os super maus.
É bom que Estremoz não cometa a mesma asneira de Elvas na habitação social... Aprendam com os erros dos outros.
ResponderEliminar