A opinião veiculada por
muita gente, alguma com obrigação de saber do que opina, que os primeiros
indicadores de retoma do crescimento da economia irão surgir no segundo
semestre deste ano - não sei se repararam, mas já estamos em Junho e nicles -
sempre me tem deixado ligeiramente confuso. Quase tanto como a tese,
normalmente defendida por gente com rendimentos obscenos de tão elevados que
são, segundo a qual os salários terão de sofrer uma redução significativa para,
então sim, as coisas começarem a melhorar. Uns e outros, por mais reputadas que
sejam as qualificações que ostentam no currículo, parecem-me manifestamente deslocados
da realidade que se vive por cá.
Relativamente aos
primeiros invejo-lhes o optimismo. Apesar da evidente demência das suas
previsões se encontrarem a um nível muito próximo dos meus prognósticos quando
escolho os números do euro milhões. Terão, esforço-me por acreditar,
indicadores que lhes garantam que apesar de nos últimos seis meses do ano parte
significativa da população deixar de receber dois meses de ordenado, das
receitas fiscais irem sofrer o trambolhão resultante desse corte e de, como vem
sendo hábito, no regresso de férias muitos trabalhadores encontrarem as
empresas encerradas, ainda assim, entraremos numa fase de crescimento. O Pai
Natal, o Coelhinho da Páscoa ou até mesmo o Sócrates, não diriam melhor.
Quanto aos segundos, para
além de lhes desejar saúde de morto, desconfio que acreditam existir em cada
aldeia, vila ou cidade, uma fábrica a produzir coisas destinadas à exportação.
Ou, pelo menos, sonham que assim venha a ocorrer. Mas entre isso e o que
realmente acontece vai uma distância que nunca percorreremos porque, por mais
que corramos atrás desse desígnio, haverá sempre quem chegue primeiro. Esses
lunáticos desconhecem que, principalmente no interior, a economia privada se
baseia no pequeno negócio – o café, o cabeleireiro, a boutique e outros de pequena
dimensão – sempre dependentes do dinheiro que os moradores da terra tenham na
carteira. E, parece evidente, quanto menos estes tiverem, mais negócios
encerram as portas. O que, mas isto sou eu a especular, me parece difícil de
conjugar com as tais oportunidades de que falava o outro parvo.
SUBSCREVO INTEIRAMENTE e eles só erram para o nosso lado, porque para eles e seu compadrio vão-se criando umas comissões como esta:
ResponderEliminar"Comissão de luxo na Função Pública (Sol)
A equipa que vai liderar a escolha de dirigentes da administração pública receberá 25.345 euros por mês. O presidente da Comissão de Recrutamento e Selecção da Administração Pública (CRSAP), João Bilhim, tem direito a receber o mesmo que o primeiro-ministro por estar equiparado a gestor público de empresa de grupo A."
fora o resto...e pobres dos funcionários públicos que já são milionários por receberem 1.100€ daí terem ficado sem os subsídios de férias e Natal!
São uns maratonistas da asneira
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