Vivemos um momento
particularmente difícil. Talvez mesmo o mais complicado, em termos de perspectivas
de futuro para o país, enquanto sociedade organizada, que se viveu nos últimos
quarenta anos. No entanto os portugueses continuam pacientes, nas palavras de
Parvus Coelho, ou, nas minhas, absolutamente indiferentes. Uma indiferença
inconsciente, digamos. Continuamos a comportarmo-nos como se o mundo tal como o
conhecíamos não tivesse acabado e se aquilo que aí vem não fosse algo de terrível.
Pior ainda, muito pior, do que já passámos ao longo deste ano de austeridade.
Se dúvidas tivermos quanto a isso, basta estar atento ao que se vai passando na
Grécia.
Mas, por cá, preferimos
ignorar e orientar as nossas preocupações para outras coisas. Importantes,
quase todas. Exemplos disso são os “movimentos” criados pelos cidadãos – qualquer
um o pode fazer - no portal do governo. De entre os quinze primeiros em termos
de popularidade, os que têm maior número de apoiantes e que reflectirão as
causas que mais preocuparão os leitores, oito (!!!) estão relacionados com a
defesa dos direitos, da saúde e do bem-estar…dos animais!!!!!!! Há, até, quem
preconize, numa dessas iniciativas, que o Estado comparticipe nas despesas com
o tratamento dos bichos. Porra! Grandes bestas. Se é isto que os preocupa então
é porque, de certeza, pensam que estão imunes a essas parvoíces da crise e não
revelarão grande interesse pelos direitos, pela saúde e pelo bem-estar dos
vossos concidadãos, que todos os dias são postos em causa.
De referir que dos
restantes sete “movimentos”, um defende as touradas e quatro são
representativos de interesses específicos de classes como guia-intérprete e
psicomotricista. Saliente-se que a primeira proposta dentro da normalidade
surge apenas em sétimo lugar. Chama-se “Não tenho de emigrar para me formar” e propõe
que, quando existam limitações no acesso a determinados cursos do ensino
superior, sejam criadas vagas suplementares suportadas pelos próprios alunos.
Parece inteligente. Não acredito é que, num país de burros, tenha pernas para
andar.
Também li a onda de indignação contra ao que foi feito na Polónia e Ucrânia (julgo ser o último onde agora decorre o Euro) uma limpeza a todos os cães e gatos abandonados que vagueavam por todo o lado.
ResponderEliminarUm aviso geral a toda a população para não deixar sair sozinho o seu animal...e depois a limpeza.
Só me admiro é que por cá no Euro 2004 fizeram a mesmíssima coisa mas não avisaram a população.
É tão giro um cão pequenino ou um gato, mas crescem e antes de os terem deveriam pensar muito bem...mas abandonam-nos e é triste.
Poderei ferir a tua susceptibilidade, mas nos últimos anos em que estive na minha terra até ao dia de partir...os cães e gatos vadios e ou abandonados desapareceram...pois claro...a fome era negra e sei lá eu o que comi quando me arranjavam alguns pedaços de carne.
Não se come vaca, borrego etc.? Não há países que criam cães e gatos para comerem?
Mas temos culturas diferentes e sinceramente não condeno quem lute pelo bem estar dos pobres animais que neste país até para ser cão ou gato é PRECISO TER SORTE!
A tourada é algo bem diferente e há muito que deveriam ter acabado...mas voltamos ao mesmo: a cultura de um povo!
Tive um gato que durou 20 anos, tratado como + um elemento da família, só o levei ao veterinário quando para cá veio com 3 meses e levou vacinas e quando foi abatido 20 anos depois. Nunca mais quis nenhum, nem passarinhos, nem tartarugas...nada, porque será sempre uma despesa acrescida!
Mais nunca alimentei pombos, gaivotas, pássaros e gatos de rua...pelos motivos que todos deviam saber!
Por isso é que num país de burros o apoio aos animais faz todo o sentido...
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