sexta-feira, 15 de junho de 2012

E depois queixam-se das prioridades dos politicos...


Vivemos um momento particularmente difícil. Talvez mesmo o mais complicado, em termos de perspectivas de futuro para o país, enquanto sociedade organizada, que se viveu nos últimos quarenta anos. No entanto os portugueses continuam pacientes, nas palavras de Parvus Coelho, ou, nas minhas, absolutamente indiferentes. Uma indiferença inconsciente, digamos. Continuamos a comportarmo-nos como se o mundo tal como o conhecíamos não tivesse acabado e se aquilo que aí vem não fosse algo de terrível. Pior ainda, muito pior, do que já passámos ao longo deste ano de austeridade. Se dúvidas tivermos quanto a isso, basta estar atento ao que se vai passando na Grécia.
Mas, por cá, preferimos ignorar e orientar as nossas preocupações para outras coisas. Importantes, quase todas. Exemplos disso são os “movimentos” criados pelos cidadãos – qualquer um o pode fazer - no portal do governo. De entre os quinze primeiros em termos de popularidade, os que têm maior número de apoiantes e que reflectirão as causas que mais preocuparão os leitores, oito (!!!) estão relacionados com a defesa dos direitos, da saúde e do bem-estar…dos animais!!!!!!! Há, até, quem preconize, numa dessas iniciativas, que o Estado comparticipe nas despesas com o tratamento dos bichos. Porra! Grandes bestas. Se é isto que os preocupa então é porque, de certeza, pensam que estão imunes a essas parvoíces da crise e não revelarão grande interesse pelos direitos, pela saúde e pelo bem-estar dos vossos concidadãos, que todos os dias são postos em causa.
De referir que dos restantes sete “movimentos”, um defende as touradas e quatro são representativos de interesses específicos de classes como guia-intérprete e psicomotricista. Saliente-se que a primeira proposta dentro da normalidade surge apenas em sétimo lugar. Chama-se “Não tenho de emigrar para me formar” e propõe que, quando existam limitações no acesso a determinados cursos do ensino superior, sejam criadas vagas suplementares suportadas pelos próprios alunos. Parece inteligente. Não acredito é que, num país de burros, tenha pernas para andar.

2 comentários:

  1. Também li a onda de indignação contra ao que foi feito na Polónia e Ucrânia (julgo ser o último onde agora decorre o Euro) uma limpeza a todos os cães e gatos abandonados que vagueavam por todo o lado.

    Um aviso geral a toda a população para não deixar sair sozinho o seu animal...e depois a limpeza.

    Só me admiro é que por cá no Euro 2004 fizeram a mesmíssima coisa mas não avisaram a população.

    É tão giro um cão pequenino ou um gato, mas crescem e antes de os terem deveriam pensar muito bem...mas abandonam-nos e é triste.

    Poderei ferir a tua susceptibilidade, mas nos últimos anos em que estive na minha terra até ao dia de partir...os cães e gatos vadios e ou abandonados desapareceram...pois claro...a fome era negra e sei lá eu o que comi quando me arranjavam alguns pedaços de carne.

    Não se come vaca, borrego etc.? Não há países que criam cães e gatos para comerem?

    Mas temos culturas diferentes e sinceramente não condeno quem lute pelo bem estar dos pobres animais que neste país até para ser cão ou gato é PRECISO TER SORTE!

    A tourada é algo bem diferente e há muito que deveriam ter acabado...mas voltamos ao mesmo: a cultura de um povo!

    Tive um gato que durou 20 anos, tratado como + um elemento da família, só o levei ao veterinário quando para cá veio com 3 meses e levou vacinas e quando foi abatido 20 anos depois. Nunca mais quis nenhum, nem passarinhos, nem tartarugas...nada, porque será sempre uma despesa acrescida!

    Mais nunca alimentei pombos, gaivotas, pássaros e gatos de rua...pelos motivos que todos deviam saber!

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  2. Por isso é que num país de burros o apoio aos animais faz todo o sentido...

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