Há quem defenda que os políticos devem ser apenas julgados em
eleições. Não falta, também, quem entenda que a obra feita justifica tudo.
Sobeja igualmente quem sustente que o Estado deve manter um elevado índice de
investimento público como forma de estimular o crescimento, combater a crise e
mais uns quantos chavões próprios de uma retórica demagógica e a atirar para o
bacoco.
Daí que, muito provavelmente, serei apenas eu a achar que o
individuo – ou os indivíduos, porque neste tipo de coisas é costume actuar em
matilha - responsável pela decisão de construir mais uma estrada onde já havia
duas – ou mais uma onde já existiam duas, isso agora não interessa nada – devia
estar preso. Podem, os que conhecem o local ou quem defende este género de “investimento”,
arranjar as justificações que quiserem. Desde a segurança dos utentes das
diversas vias, à necessidade de transferir dinheiro dos cofres públicos para as
empresas ou, como é frequente, remeter para projectos antigos. Posso ser burro
que nem um asno, mas a mim ninguém me convence que esta profusão de estradas,
que se prolonga por dezenas de quilómetros em pleno Alentejo, terá a mais pequena
e plausível justificação técnica.
O pior é que cenários destes – ou mais extravagantes, chamemos
assim – não faltam pelo país fora. Ou não estivéssemos no reino da impunidade
dos decisores e onde alarvemente achamos que os políticos e a maneira como esturram
o nosso dinheiro devem apenas ser julgados na urna de voto. Num aspecto,
contudo, comungo a opinião quase geral. A obra está à vista. E o resultado
também.
A questão não está apenas no dinheiro mal gasto pelo planemento deficiente e mal informado, o que mais revolta é que se garantiram lucros aos concessionários, mesmo que não houvessem utilizadores.
ResponderEliminarCumps
Subscrevo inteiramente assim como o comentário de "O Guardião".
ResponderEliminare nem se recupera nem um tostão de quem aldrabou e desviou.
ResponderEliminarIsto é um caso de polícia... Bastava haver "algum" por fora, para a obra se fazer!...
ResponderEliminarCompadre Alentejano