Como escrevi noutras
ocasiões não sou especial admirador de greves, manifestações, nem de outras
demonstrações de desagrado mais ou menos ruidosas. Até porque os resultados
práticos decorrentes desse tipo de acção de protesto revelam-se, quase sempre,
nulos. Quando não, na esmagadora maioria das ocasiões e apuradas as contas,
penalizadores para quem os pratica. Prefiro, portanto, outras formas de luta. O
boicote é, de todas, a minha preferida. Creio mesmo que, se praticado em larga
escala, seria muito mais eficaz do que o folclore promovido em função de
determinadas agendas ou patrocinado por gente que quer apenas aparecer nos
telejornais.
Há também quem lhe chame
poupança mas, convenhamos, não tem a mesma piada. Praticar uma determinada
acção acreditando que estamos a boicotar uma intenção de quem nos quer lixar dá
um gozo muito maior. Dá outra motivação. Mesmo não sendo um gajo especialmente
gastador, comecei esta prática subversiva no dia em que o outro – o que alegadamente
foi para Paris – decidiu espoliar-me do abono de família dos dois descendentes.
Ganhou, contudo, uma dimensão inusitada desde a noite em que o Parvus Coelho
anunciou o assalto aos subsídios de férias e de Natal. Tudo somado, juntando o
aumento do IRS, o roubo representa mais de três meses de ordenado.
Não sendo este um blogue
de economia doméstica, apenas superficialmente aqui tenho dado conta das
medidas de contenção – de ajustamento, digamos – em vigor cá pela maison. Mas
têm sido em número significativo. Maior recurso à economia paralela,
deslocar-me a pé em vez de o fazer de carro e o cultivo do quintal serão,
talvez, as mais comuns. Dispensar os serviços dos profissionais do sector e
fazer eu próprio as pinturas cá de casa, com tinta comprada em promoção e paga
com o saldo do cartão Continente, pode ter sido a mais rentável. E, já agora, a
última: arrumar o grelhador eléctrico e passar a usar este fogareiro.
Adquirido, ele também, com o tal cartãozinho. O peixe, esse, é da promoção dos
cinquenta por cento do Pingo Doce.
Aiiiiiiiiiii que eu comia já umas cinco, mas assadas nesse fogareiro e jamais num eléctrico...e subscrevo tudo o que dizes:)
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