Vá lá entender-se esta
gente. Primeiro as promoções e os avantajados descontos de preço que
proporcionavam eram uma coisa má. Terrível, até. Para lá de degradante. Constituíam
mesmo uma humilhação para aqueles que as aproveitavam até ao último pacote de
arroz e que se debatiam por uma garrafa de óleo ou embalagem de preservativos a
metade do preço. Isto sem esquecer a afronta, protagonizada pelo grande
capital, de vender produtos muito abaixo do preço de custo comprometendo com
isso o pequeno comércio, os pequenos produtores e, provavelmente, outros
pequenos qualquer coisa que agora não me ocorre.
Mas isso foi antes. Esta
semana, quase diariamente, foram anunciadas promoções e descontos em toda a
espécie de bens e serviços, onde a redução de preços era de setenta ou oitenta
por cento – nalguns casos até mais - e, espantosamente, ninguém se queixou. Pelo
contrário. Garantiam-nos que era uma excelente oportunidade. Também não dei conta
de preocupações – políticas, sociais ou de outra natureza – com dumping,
concorrência desleal, esmagamento de preços ou outros conceitos assaz
interessantes. Nem consta que os deputados tenham dedicado parte do seu tempo a
debater o assunto. Ou, tão-pouco, que a malta bem pensante que por aí opina
tenha sentido necessidade de expressar o seu mal-estar.
Dir-se-á que as situações
não são iguais. Ou, sequer, parecidas. Não têm, de facto, nada a ver. Na
primeira trata-se de gente, maioritariamente, com menos recursos ou que tem
alguma preocupação em gerir de forma criteriosa o seu dinheiro e que procurou
adquirir bens essenciais. No segundo caso trata-se de promoções mais discretas
- on-line ou em espaços onde até se paga para entrar – e os bens em causa são
tão necessários à sobrevivência como idas ao cinema, férias, massagens ou roupa
de marca. Coisas finas, portanto.
Ainda me ocorreu que esta
dualidade de critérios envolvesse alguma espécie de atitude preconceituosa. Mas
depressa afastei essa ideia. Afinal, parece legitimo concluir, as promoções nem
sempre são más. Depende do que se promove, do local onde é feita, do público a
quem se destina e, principalmente, da data escolhida para a sua realização.
Convém é que não coincida com nenhuma “demonstração”.
Para mim é sempre assim, eles não vendem: oferecem, dão, pensam em mim, preocupam-se comigo. Cada vez que vou a esses espaços ganho sempre alguma coisa. Hoje, por exemplo, comprei uma coisa por 5 que ontem custava 10, ganhei 5, portanto. As grandes superfícies foi o melhor que aconteceu a este país: abandonámos as baixas bafientas, temos sempre os preços mais baratos, os produtores baixaram a bolinha...
ResponderEliminarUm abraço e viva o soares dos santos, o ss
É isso mesmo. Pena eu não ter sabido atempadamente daquela fantástica promoção de um "tratamento" num spa qualquer que ficava apenas por noventa euros quando antes custava quase mil e quinhentos. Isso é que tinha sido! Ganhava mil e tal aereos sem trabalho nenhum! Uma promoção destas por mês e quase nem precisa de trabalhar.
ResponderEliminarHá promoções e promoções e SPA, roupas e coisas do género não enche barriga.
ResponderEliminarSó se comprovou que foram vendidos 3 produtos abaixo do custo e electrodomésticos e roupas (desconhecia que tinham) não entraram.
Digam o que disserem...foi bom para quem aproveitou e que venham mais. Eu não gasto nada Pingo Doce, gasto Continente, não entro em promoções dos 25,50 ou 75%, excepto se o produto TODOS DA LINHA CONTINENTE tiver essa promoção e constar da lista que levo.
Conheço famílias que se juntaram e que fizeram um grande poupança e tiro o meu chapéu ao Jerónimo Martins!
O resto é paisagem!!!!
Desculpa mas é o que sinto!