domingo, 27 de maio de 2012

O que diria a Lagarde se o Rock in Rio fosse em Atenas?!


Vejo, por vezes, o Tribunal de Contas e outras instituições que têm por missão fiscalizar a maneira como a administração pública gasta os recursos do país, tão empenhados em controlar algumas minudências – trocos, na verdadeira acepção da palavra – que me surpreende não terem todos estes órgãos de fiscalização já invadido a Câmara de Lisboa. Vem isto a propósito de uma notícia, divulgada por estes dias, segundo a qual o Município lisboeta terá, alegadamente, isentado a organização do Rock in Rio do pagamento de taxas no valor de três milhões de euros. À semelhança, ao que parece e a confiar no noticiado, dos anos anteriores em que tal evento decorreu na capital.
Bem podem alegar que se trata de um evento de enorme repercussão e com inegável retorno financeiro. Mas, nem por isso, três milhões deixam de ser três milhões. Ainda mais sabendo-se as dificuldades financeiras que a generosa autarquia em causa estará a atravessar. Igualmente não servirá de grande desculpa que, a não ser assim, o festival iria para outro lugar qualquer. Quando muito reflectiria os custos adicionais no preço dos bilhetes, procuraria reduzir os custos do evento ou arranjaria outro esquema qualquer que lhe garantisse o lucro esperado. O que não me parece nada correcto é que, perante a passividade geral, sejam os munícipes de Lisboa e – bem vistas as coisas – de todo o país, a pagar a conta.
Parece existir um certo preconceito, relativamente a certas matérias, quando está em causa o princípio do utilizador pagador. Nas scuts, na saúde, nos transportes ou na educação, não subsistem muitas dúvidas em aplicá-lo. Contudo noutras áreas, como no ramo da cultura e do espectáculo, ai Jesus que não pode ser, vamos lá conceder isenções. Nem que sejam de três milhões. Mas depois os cortes do IMI, a Lei dos compromissos e outras baboseiras é que têm a culpa. O que diria a Lagarde se o Rock in Rio fosse em Atenas?!

2 comentários:

  1. Desconhecia por completo essa dos três milhões e fiquei pasma ou será que irão receber de outras formas que já estamos habituados?

    O diria Lagarde? Nada...na volta iria, pulava e dançava...pois teria entrada gratuita e direito a salão VIP:):):)

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  2. A senhora é paga e nomeada

    pelo sistema

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