Vejo, por vezes, o
Tribunal de Contas e outras instituições que têm por missão fiscalizar a
maneira como a administração pública gasta os recursos do país, tão empenhados em
controlar algumas minudências – trocos, na verdadeira acepção da palavra – que me
surpreende não terem todos estes órgãos de fiscalização já invadido a Câmara de
Lisboa. Vem isto a propósito de uma notícia, divulgada por estes dias, segundo
a qual o Município lisboeta terá, alegadamente, isentado a organização do Rock
in Rio do pagamento de taxas no valor de três milhões de euros. À semelhança,
ao que parece e a confiar no noticiado, dos anos anteriores em que tal evento
decorreu na capital.
Bem podem alegar que se
trata de um evento de enorme repercussão e com inegável retorno financeiro.
Mas, nem por isso, três milhões deixam de ser três milhões. Ainda mais
sabendo-se as dificuldades financeiras que a generosa autarquia em causa estará
a atravessar. Igualmente não servirá de grande desculpa que, a não ser assim, o
festival iria para outro lugar qualquer. Quando muito reflectiria os custos
adicionais no preço dos bilhetes, procuraria reduzir os custos do evento ou
arranjaria outro esquema qualquer que lhe garantisse o lucro esperado. O que não
me parece nada correcto é que, perante a passividade geral, sejam os munícipes de
Lisboa e – bem vistas as coisas – de todo o país, a pagar a conta.
Parece existir um certo
preconceito, relativamente a certas matérias, quando está em causa o princípio
do utilizador pagador. Nas scuts, na saúde, nos transportes ou na educação, não
subsistem muitas dúvidas em aplicá-lo. Contudo noutras áreas, como no ramo da
cultura e do espectáculo, ai Jesus que não pode ser, vamos lá conceder
isenções. Nem que sejam de três milhões. Mas depois os cortes do IMI, a Lei dos
compromissos e outras baboseiras é que têm a culpa. O que diria a Lagarde se o
Rock in Rio fosse em Atenas?!
Desconhecia por completo essa dos três milhões e fiquei pasma ou será que irão receber de outras formas que já estamos habituados?
ResponderEliminarO diria Lagarde? Nada...na volta iria, pulava e dançava...pois teria entrada gratuita e direito a salão VIP:):):)
A senhora é paga e nomeada
ResponderEliminarpelo sistema