A actualidade noticiosa
dos últimos dias tem sido marcada por temas que me causam um nível de
irritabilidade capaz de estourar a escala ao melhor e mais sofisticado
irritometro. Isto, claro, se os aparelhos de medir a irritação já tivessem sido
inventados ou, a existirem, houvesse um por perto.
Por algum motivo que
escapa à minha compreensão, os sms do Relvas e doutro personagem obscuro, de
quem nem fixei o nome, estão na ordem do dia. Não há telejornal que não dedique
pelo menos vinte minutos ao assunto e, vá lá saber-se porquê, parece que isso é
o que de mais importante se passa no país. Há, também, umas quantas escutas que
poucos querem ouvir, várias investigações a personagens acerca das quais
ninguém está interessado em saber seja o que for e até, segundo rezam as
crónicas, alegadas ameaças de revelação de dados pessoais de criaturas totalmente
desinteressantes.
Depois vem a selecção. Um
bando de alarves que um destes dias vai de viagem até à Polónia, para os quais
não servem pardieiros como os que vão albergar pobretanas e jogadores de trazer
por casa como alemães, holandeses e todos os restantes participantes no Euro. Ficam
instalados no hotel mais caro, que isto é um país rico e essa coisa dos sacrifícios
não se aplica a craques. Mesmo sem jogarem à bola, afinal – recorde-se – é para
isso que lá estão, conseguem ocupar largas horas do espaço televisivo nacional.
Os mais atentos às diversas emissões, cálculo, já devem saber tudo acerca de
todos os componentes da equipa. Desde a cor das peúgas até à marca do óleo de
motor de cada um dos bólides que aquela malta ostenta. Tudo, como se vê, coisa
do mais relevante interesse nacional.
No meio de tudo isto nem
um pio – uma investigaçãozinha jornalística, vá - acerca das alegadas denuncias
do cavalheiro careca posto em prisão domiciliária. Terá dito a criatura que
haveria por aí uma espécie de rede, mais ou menos mafiosa, a passar dinheiro
por água e que envolveria uns largos milhares de "clientes", entre os quais figurões que ocupam ou já
ocuparam lugares de destaque na vida pública. Se calhar é porque isto anda tudo ligado.
Provavelmente mais do que parece.
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