quinta-feira, 3 de maio de 2012

Paternalismos


É com insistência que nos recordam não competir ao Estado criar emprego, assegurar a assistência na doença ou no desemprego, garantir uma adequada formação académica ou a protecção na velhice. As prioridades de quem governa parecem, cada vez mais, estar viradas noutra direcção. A ideia dominante é, agora, regular. Tudo, até os aspectos mais insignificantes das nossas vidas, está sob a fúria reguladora dos governantes. Desde a quantidade de sal no pão até às promoções das mercearias. Como se no país não houvesse nada de importante com que aqueles que foram eleitos para governar se devessem preocupar.
O pior é que parece existir um certo consenso, mesmo entre o cidadão comum, quanto à necessidade deste desenfreado espírito regulador. Não me surpreende que um destes dias, a prosseguirmos neste caminho, saiam para aí umas normas que estabeleçam quantas quecas se podem dar por semana. Ou, alegando algum imperativo de higiene, seja publicado um decreto a impor o número de vezes que se deve sacudir a pila depois de uma mijadela. O que, se calhar, nem ia merecer grande contestação. Afinal nós gostamos mesmo é que o Estado trate da nossa vidinha. Seja para nos proteger de promoções manhosas, de normas contratuais que aceitámos debaixo de muita chico-espertice ou para nos perdoar as dívidas que fizemos quando, com ordenados de pobre, insistíamos em levar vida de rico.

2 comentários:

  1. gostei bastante ;)
    beijinhos

    ResponderEliminar
  2. Votaram neles e até sairem a bem ou a mal...continuam a vomitar leis e ordens que me fazem lembrar os tempos da outra senhora.

    A maioria que está no governo estão a encher-se bem e as respectivas famílias e o povo é que paga!

    Subscrevo...excepto que nunca fiz vida de rico porque sempre vivi em crise!

    ResponderEliminar