As ondas de indignação
sucedem-se umas às outras com uma frequência alucinante. A sorte é que todas,
invariavelmente, acabam na praia sem fazer estragos de maior. Excepto, mas isso
não conta a não ser para o visado, aquelas que vão entrando para o anedotário
nacional.
Desta vez o motivo para a
indignação tem origem nos considerandos tecidos por Parvus Coelho acerca do
vasto manancial de oportunidades com que se depara um desempregado. O homem, ao
contrário dos que alimentam o alarido em torno destas declarações, está
carregadinho de razão. A confirmá-lo não faltam exemplos. Podia citar, se
quisesse ser demagógico, o caso de José Sócrates que agarrou uma oportunidade
de estudar filosofia. Mas não vou por aí. Limito-me a recordar os inúmeros
casos de ministros, secretários de estado, deputados, directores gerais e malta
ligada ao ramo da assessoria, que conseguiram um emprego espectacularmente bem
pago após terem sido despedidos – ou terem-se despedido – do cargo que
ocuparam. E nem vale a pena contra argumentar que antes já tinham emprego. A
questão é a facilidade com que encontraram ocupação no pós actividade politica
e, quase sempre, muito melhor remunerada.
Outro exemplo de
empreendedorismo são os presidentes de Câmara que no próximo ano vão ficar
desempregados em virtude de, por força da lei, estarem impedidos de continuar
no seu emprego. Antecipando o problema estão já a procurar a oportunidade de
irem esturrar dinheiro para a autarquia do lado, continuando a nobre missão de
endividar o país e a arruinar as finanças dos municípios por onde vão passando.
Como está bom de ver o
desemprego constitui mesmo uma janela de oportunidade. Principalmente para os
oportunistas. Exemplos que as outras centenas de milhar que insistem em continuar
desempregados - de propósito, quase de certeza, só para chatear o governo - deviam
seguir. O que me parece altamente reprovável e que motiva a irritabilidade subjacente
as estas declarações do primeiro-ministro. Talvez a oportunidade surja se, em
lugar de se inscreverem no centro de emprego, corram a filiar-se num partido político.
De preferência num daqueles que, de vez em quando, está no governo.
Mas sempre foi assim...filiados...quanto mais cedo melhor e vê bem o perfil de PPC e outros e logo verás ou sentirás o cheiro a suor de tanto trabalho.
ResponderEliminarO povo votou é porque gosta e já era altura de terem aprendido alguma coisa...mas que queres?
Totalmente de acordo contigo!
PPC não acerta uma. Quando abre a boca, entra mosca ou sai asneira...
ResponderEliminarComo este só o homem de Boliqueime, que ocupa um palheiro em Belém e que, de vez em quando, também manda umas bostas...
É a política!
Saudações
Compadre Alentejano