domingo, 14 de agosto de 2011

O bode expiatório

De repente todos, até aqueles para quem essa coisa do rigor nas contas é uma parvoíce, desataram a criticar o Alberto João Jardim por o senhor, coitado, fazer aquilo que melhor sabe. Gastar. Não me parece justo que o foco do despesismo sem controlo e do malbaratar de dinheiro público se foque exclusivamente no homem. Ele apenas assume publicamente que gasta o que lhe apetece e que se está positivamente cagando para essa parte, chata e reservada apenas a uns quantos totós, que envolve o ressarcimento de quem vendeu o produto ou fez o serviço, outrora conhecida como pagamento. Hoje caída em desuso, diga-se.
Passar para a opinião pública a ideia que são necessários mais sacrifícios ou que as contas nacionais estão a derrapar por causa da Madeira é, na minha modesta opinião, tentar mais uma vez encontrar uma espécie de alvo fácil. Ninguém está a implementar politicas de rigor ou de controlo de despesa em nenhum sector das administrações públicas. Veja-se o caso, vindo hoje a lume, dos militares contratados quando, ao que parece, não havia autorização para tal. Ou as nomeações em catadupa dos mais diversos ministérios. Ou, embora só por si não representem aumento de despesa mas apenas se traduza em notória falta de palavra, as férias dos governantes e deputados que antes não iam mas agora já foram a banhos. E, por último mas tão importante como as autonomias regionais, os municípios onde se continua a viver como se todos os dias saísse o euro milhões à respectiva municipalidade.
Ao contrário daquilo que nos querem fazer crer, ninguém está interessado em cortar nas adiposidades. A dieta tem sido apenas para os do costume. Esses – nós – é que vão sendo obrigados a emagrecer. O que eles ainda não deram conta é que se lhes cortarmos a “ração” a tal gordura, mais tarde ou mais cedo, vai mesmo esvair-se. Pena que, cada um por si, não vá cortando um grãozinho aqui e outro ali até que a gamela já não dê sequer para lhes matar a fome.

1 comentário:

  1. Quando a crise na UE chegar aos países ditos "mais bem comportados" tudo irá mudar...e olha que... França e Alemanha já andam em reuniões muito à pressa...

    Aumentaram o IVA da luz e gás...e para calar os tótós baixaram a gasolina em 4 cêntimos. Afinal há muita margem de manobra nos monopólios...

    Enfim, rapaz...conformismos não é comigo e chatei-os até dizer chega:):):)

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