Afinal, em lugar dos prometidos cortes brutais nas despesas, tivemos
antes o anúncio de um aumento colossal de impostos. Uma coisa nunca vista. Mas,
em meu entender e mesmo sabendo que a minha opinião não reunirá grande
popularidade entre os meus leitores, que não se me afigura desapropriada. Embora,
como é óbvio, não me agrade até porque vai causar mais um rombo ao orçamento
doméstico cá de casa.
Fundamento a aparente contradição da minha opinião da seguinte forma:
Entendo que os impostos, nomeadamente o iva, devem ser mais elevados nos bens e
serviços que todos pagam. Isto é, naqueles onde a possibilidade de fuga é mais
reduzida devem ser cobradas taxas mais altas e mais baixas, ou a tender para
zero, naqueles onde a fuga ao pagamento de impostos é prática corrente ou a sua
cobrança se revela difícil de controlar. Combustíveis, electricidade ou até a
água não me chocam que sejam sujeitos à taxa máxima. Poucos arranjam maneira de
escapulir e será sempre mais justo do que subir impostos a que apenas uns quantos
parvos não conseguem escapar. Coisa que apenas no plano teórico tem preocupado
quem nos governa. Basta ver a quantidade de vezes, e pelas mais variadas vias,
em que aumentaram o irs.
Já a possibilidade de redução da TSU me parece um verdadeiro crime. Não
acredito que produza outros efeitos senão engordar a conta bancária dos patrões
e colocar definitiva e dramaticamente em causa a sustentabilidade da segurança
social. A acontecer, os responsáveis por tal iniciativa - que mais se assemelha
a uma experiência laboratorial acerca da qual ninguém tem certezas quanto ao
resultado – deviam ser julgados em Tribunal e sofrer as consequências da sua leviandade.
Por mim, e na sequência do que escrevi anteriormente, o imposto a reduzir seria
o IRC de forma significativa. Talvez, digo eu, isso já fosse coisa mais
apelativa para o investimento estrangeiro e para, em termos de receita fiscal,
não ter um impacto tão negativo.
Não corro o risco de ficar desiludido com este governo. Não criei
expectativas, nem tenho a mais ténue esperança no futuro do país. Em democracia
dificilmente gente como a que manda nas regiões autónomas, nas autarquias e em
muitos outros centros de decisão, poderá ser posta na ordem e fazer-lhes ver
que é urgente mudar de vida e, principalmente, não continuar a desbaratar o
dinheiro dos outros. Não esperava que fossem os actuais governantes a
consegui-lo mas, embora só por breves instantes, ainda acreditei que desta vez
não seriamos governados por loucos. Ninguém me manda ser ingénuo.
Não há milagres!
ResponderEliminarDirecta ou indirectamente a ordem actual das coisas é: Desvalorizar o trabalho, valorizar o capital.
Senão como é que a acumulação da riqueza que o trabalho produz nas mãos de uns quantos que nada fazem se poderia realizar tão depressa.
Vivemos um tempo de recordes de acumulação disputados entre meia dúzia de "atletas".
Este país não tem futuro! É tudo a roubar! Parece até que fazem gala em dificultar a vida à população...
ResponderEliminarSaudações pessimistas
Compadre Alentejano
são todos iguais e não votei neles porque nem por breves instantes acredito nas suas promessas!
ResponderEliminarGamam, no que toca ao BPN uma falha IMPERDOÁVEL... saem impunes e um ainda foi promovido a vice-presidente do BCE!
Vamos a ver...votaram e respeito o voto...mas acredito que após a tempestade vem sempre a bonança.